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Nova tragédia no Mediterrâneo força UE a estudar medidas

19 de abril de 2015

Caso se confirmem as mortes no barco pesqueiro da Líbia, sobe para mais de 1.600 o número de vítimas da travessia África-Europa em 2015. Políticos exigem ação contra traficantes e combate às causas da emigração em massa.

Foto: picture-alliance/epa/F. Arena

Desastre no Mediterrâneo aquece debate na UE

02:01

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O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) calcula que mais de 700 pessoas morreram afogadas entre a Líbia e a ilha italiana de Lampedusa neste fim de semana. Este é o maior número de vítimas registrado num naufrágio do gênero no Mediterrâneo.

A tragédia desencadeou na Europa tanto choque quanto um debate político sobre a forma de lidar com o atual êxodo em massa por via marítima, a partir do Norte da África. O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, cancelou todos os compromissos para se reunir com seu gabinete ministerial.

Segundo ele, a Europa está testemunhando "um massacre sistemático" no Mediterrâneo. "Como podemos permanecer insensíveis quando testemunhamos populações inteiras morrendo, numa época em que os meios de comunicação nos permitem estar sabendo de tudo?", indagou. O político democrata reivindica que se marque para ainda esta semana uma cúpula extraordinária com os chefes de Estado e governo da União Europeia.

Choque e indignação na Europa

Já nesta segunda-feira (20/04) os ministros do Exterior da UE vão discutir as consequências da catástrofe, conforme informou em Bruxelas a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini. Um dos tópicos centrais é como, em conjunto com os países de chegada e de trânsito, dissuadir os refugiados africanos de enfrentar a perigosa travessia do Mar Mediterrâneo.

"Precisamos continuar abordando as raízes da migração, sobretudo a instabilidade de uma região que fica cada vez maior, do Iraque até a Líbia", instou Mogherini.

Após as primeiras notícias da tragédia, o presidente da França, François Hollande, comparou as quadrilhas de traficantes de pessoas com terroristas. O ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, exigiu medidas rigorosas contra esses "criminosos", que "ganham muito dinheiro com a viagem até o Mediterrâneo e através dele, lotando barcos inapropriados a navegar e abandonando as pessoas à própria sorte".

Barco da Guarda Costeira italiana e helicóptero procuram sobreviventes entre Líbia e LampedusaFoto: Reuters/Guardia Costiera

1.500 mortos em quatro meses

Segundo a guarda costeira italiana, o barco pesqueiro de 20 metros de comprimento superlotado adernou a 126 quilômetros da costa líbia e 177 quilômetros da Ilha de Lampedusa. Por volta de 00h00 (hora local) deste domingo, a Marinha de Malta recebera um SOS de uma embarcação com problemas, e instruiu um navio mercante português para ir até o local.

A embarcação dos refugiados estava afundando quando o navio se aproximou. Desesperados para serem resgatados, os ocupantes se deslocaram para um lado só da embarcação, desestabilizando-a e fazendo-a virar. A temperatura da água no Mediterrâneo é de 17 graus centígrados nesta época do ano, e aparentemente muitos do passageiros não sabiam nadar.

Até a noite deste domingo (19/04), apenas 28 pessoas tinham sido salvas e 24 corpos, resgatados. Se confirmadas as mortes, o acidente eleva para mais de 1.600 o número das vítimas da travessia marítima entre a África e a Europa, somente este ano.

Na sexta-feira, o Acnur havia divulgado que o número de imigrantes mortos ou desaparecidos dessa forma em 2015 já chegava a 950.

AV/rtr/afp/ap/dpa

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