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Nova York aprova a lei mais rigorosa contra posse de armas nos EUA

16 de janeiro de 2013

Estado norte-americano restringe o uso e complica a aquisição de armas de fogo. Presidente Barack Obama pretende adotar medida similar em todo o país, sob protesto de lobistas.

Foto: Reuters

Um mês após o massacre em uma escola primária na cidade de Newton, no estado de Connecticut, foram aprovadas nesta terça-feira (15/01) novas restrições à posse de armas no estado de Nova York. Assim como o Senado, de maioria republicana, já havia feito no dia anterior, a Câmara dos Deputados, de maioria democrata, aprovou o projeto de lei com 104 votos a favor e 43 contra. O governador Andrew Cuomo, idealizador da lei, saudou o resultado da votação e promulgou o projeto ainda no mesmo dia. "Hoje estou orgulhoso por ser um novaiorquino", disse o democrata quando assinava o decreto.

Nova York detém agora as regras mais rígidas de porte de armas entre todos os 50 estados norte-americanos. A lei proíbe a aquisição de fuzis de assalto, limita o uso de pentes com no máximo sete balas e obriga que sejam checados os antecedentes de todos os compradores de armas.

O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, que é um dos críticos mais ferozes das frouxas regulamentações no porte de armas nos Estados Unidos, explicou que essa decisão mostrou que é possível "criar, de maneira rápida e apartidária, leis que restrinjam o porte de armas". 

Obama quer regulamentação nacional, lobistas protestam

Segundo jornais norte-americanos, a lei novaiorquina se assemelha ao catálogo com 19 medidas para o porte de armas que o presidente Barack Obama deve apresentar nesta quarta-feira. O apoio do Congresso dos Estados Unidos é improvável, e, segundo o jornal The New York Times, Obama poderia, em caso de resistência, passar o projeto por decreto. O porta-voz do Governo, Jay Carney, não confirmou essa possibilidade e apenas ressaltou, sem entrar em detalhes, que o catálogo contém diversas propostas e que o presidente tem conhecimento de que encontrará barreiras no Congresso.

O poderoso lobby norte-americano de armas, a Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), teceu duras críticas ao endurecimento das leis contra armas de fogo. "A NRA e seus sócios novaiorquinos estão indignados com a lei dracônica contra o porte de armas. Essas regulamentações de controle de armas não surtiram efeito no passado e vão continuar a não influenciar a segurança e a criminalidade", declarou a organização em nota divulgada nesta terça-feira.

A compra de fuzis é agora proibida em Nova York. Armas, somente com pente de no máximo sete balasFoto: picture-alliance/dpa

"Em vez de os legisladores darem um passo a frente para melhorar a comunicação de casos de doentes mentais e combater os criminosos, eles preferem pisotear os direitos dos cidadãos que seguem a lei", prosseguia o texto da NRA, que ainda acusou o governador Cuomo e os parlamentares "de terem planejado a nova lei nos bastidores e aprovado-a secretamente na calada da noite".

No dia 14 de dezembro do ano passado, um jovem de 20 anos matou 20 crianças e seis adultos em uma escola primária na cidade de Newton e depois cometeu suicídio. Momentos antes, ele havia assassinado a própria mãe. Ele portava um fuzil igual aos usados pelos militares, adquirido de maneira legal. O massacre ascendeu um debate sobre restrições do porte de armas nos Estados Unidos.

Nesta terça-feira, mesmo dia em que mais dois tiroteios em instituições de ensino foram confirmados – um no estado de Kentucky com dois mortos e dois feridos e outro no estado do Missouri com dois feridos – Nova York preferiu agir.

PV/afp/dpa
Revisão: Francis França

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