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SaúdeAustrália

Nova Zelândia registra infecção após liberação de viagens

20 de abril de 2021

Confirmação veio um dia após o país modelo no combate à pandemia ter iniciado "bolha de viagens" com a Austrália. Primeira-ministra Jacinda Ardern diz que manterá flexibilização.

Pessoas com máscara em aeroporto no check-in da Air New Zealand
Abertura da "bolha de viagens" registrou alto movimento de viajantes da Austrália para a Nova ZelândiaFoto: Rick Rycroft/AP Photo/picture alliance

Autoridades da Nova Zelândia informaram nesta terça-feira (20/04) que um funcionário do aeroporto de Auckland testou positivo para covid-19. A confirmação foi divulgada 24 horas depois de o país e a Austrália terem liberado as viagens entre si.

A primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, disse a jornalistas que o vírus foi identificado em um funcionário que entra nas aeronaves para limpá-las depois que elas chegam com passageiros vindos de países considerados "zonas vermelhas" de covid-19. A pessoa infectada já havia sido vacinada contra o vírus.

"Quando abrimos [as viagens entre os dois países], em ambos os lados, sabíamos que continuaríamos a ter casos relacionados à nossa fronteira", afirmou Ardern.

Apesar do caso indicar possíveis falhas na "bolha de viagens", Ardern disse que tanto a Austrália como a Nova Zelândia já esperavam ter que lidar com casos na fronteira e têm sistemas em funcionamento para fazer isso sem retirar a tão esperada liberdade de movimento.

"Aceitamos que haverá casos e que isso será parte de nossa jornada conjunta, para os dois lados", ressaltou a premiê.

O que é a "bolha de viagens"?

Após meses de negociações entre os dois países vizinhos, que praticamente não têm novos casos de covid-19, foi estabelecida uma "bolha de viagens" que permite a australianos e neozelandeses viajarem entre ambos os países sem qualquer restrição.

"É muito animador iniciar as viagens sem quarentena com a Austrália. Sejam familiares voltando, amigos ou pessoas em férias, a Nova Zelândia dá as boas-vindas", disse Ardern.

A Austrália já permitia a entrada de turistas neozelandeses sem a exigência de uma quarentena obrigatória desde outubro, mas apenas nesta segunda a Nova Zelândia eliminou as restrições a passageiros vindos da Austrália.

O aeroporto de Auckland dividiu seu terminal internacional em duas zonas para viabilizar a iniciativa. Os viajantes que precisam ficar em isolamento são mantidos separados daqueles que chegam em voos da Austrália, das Ilhas Cook e de Niue.

Modelo para outros países?

Para Jane Halton, que integra o comitê de aconselhamento sobre a covid-19 da Austrália e foi ministra da Saúde e da Economia do país, ainda é cedo para avaliar se a "bolha de viagens" poderia ser um modelo para outros países.

Em entrevista à DW, Halton destaca que tanto a Austrália como a Nova Zelândia têm a "enorme vantagem" de serem ilhas, e portanto mais capazes de fechar as suas fronteiras "e então controlar as viagens por meio de quarentenas".

"Creio que uma reação rápida na saúde pública para controlar os vírus onde eles aparecerem primeiro – e, idealmente, eliminá-los – é o que nós deveríamos aprender para o futuro", acrescentou.

Os dois países são considerados exemplos no combate à covid-19. Ambos tomaram medidas rápidas, que incluem o fechamento das fronteiras e um confinamento preventivo obrigatório. Até esta terça, a Austrália havia registrado 910 mortes por covid-19 desde o início da pandemia, e a Nova Zelândia, apenas 26.

bl/cn (DW)

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