Novas cédulas monetárias começam a circular na Venezuela
16 de janeiro de 2017
Notas de 500, 5.000 e 20.000 bolívares estão mais adequadas à inflação galopante, que fechou 2015 em 180,9% e deverá alcançar o dobro em 2016. "Sabotagem internacional" atrasou início da circulação, afirma Maduro.
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Conforme anunciado na véspera e quase um mês após o previsto inicialmente, começaram a circular nesta segunda-feira (16/01) na Venezuela as novas cédulas de 500, 5.000 e 20.000 bolívares. O atraso foi atribuído pelo presidente Nicolás Maduro a uma "sabotagem internacional", que teria impedido a chegada das notas ao país.
Segundo a agência de notícias Efe, duas instituições bancárias estatais em Caracas se encarregam da distribuição, exclusivamente através de guichês. A modalidade deverá ser adotada por todos os bancos.
A Venezuela terá ainda outras cédulas novas, de 1.000, 2.000 e 10.000 bolívares, que, de acordo com o governo, ainda não chegaram ao país, juntamente com moedas de 10, 50 e 100 bolívares, as quais já começaram a circular em dezembro.
As novas cédulas se ajustam à inflação galopante registrada pela nação caribenha, que fechou 2015 em 180,9% e cujo índice oficial para 2016 ainda é desconhecido. As projeções mais conservadoras indicam que deverá ser no mínimo o dobro do ano anterior.
IP/efe
A crise na fronteira com a Venezuela em imagens
Venezuelanos enfrentam situação de emergência em Roraima. Para escapar da fome e da pobreza, eles vivem na informalidade e de maneira precária no lado brasileiro.
Foto: DW/K. Andrade
Fronteira seca
Venezuelano cruza a fronteira sem passar pelo posto de fiscalização da Polícia Federal, em Pacaraima, no estado de Roraima. A região é de fronteira seca, ou seja, não há um rio que divide os dois países.
Foto: DW/K. Andrade
Abrigo para os índios
Indígenas venezuelanos da etnia Warao se abrigam no espaço da Feira do Passarão, em Boa Vista. Parte deles passa o dia vendendo artesanato e pedindo esmolas nas ruas.
Foto: DW/K. Andrade
Casa de imigrantes
A venezuelana Johandra Adabalo, de 23 anos, migrou de Ciudad Guayana para Boa Vista em setembro. Ela divide a casa onde vive com outros venezuelanos.
Foto: DW/K. Andrade
Trabalho informal
Jovem venezuelano tenta abordar motoristas na avenida Venezuela, em Boa Vista. Parte dos venezuelanos que chega a Boa Vista e não consegue trabalho formal passa os dias nos semáforos da capital, vendendo pão caseiro, morangos, garrafas d'água ou limpando vidros.
Foto: DW/K. Andrade
Trabalho pesado
Em Pacaraima, venezuelanos trabalham descarregando caminhão com alimentos que abastecem as lojas da cidade. Os caminhões vêm de Boa Vista, e os mantimentos são vendidos principalmente para comerciantes e famílias venezuelanas.
Foto: DW/K. Andrade
Bolívares venezuelanos
O comerciante brasileiro Ivanilton Barros de Santana (de boné), de 40 anos, usa máquina para contar o dinheiro venezuelano em sua loja, na cidade de Pacaraima.
Foto: DW/K. Andrade
Sem abrigo
Índia venezuelana da etnia Warao cozinha em terreno baldio, no centro de Pacaraima. Pelo menos 60 indígenas dormem nos arredores do terreno, ao lado da rodoviária, enquanto outras dezenas estão instaladas em outros pontos da cidade.
Foto: DW/K. Andrade
Cruzando a fronteira
Em meio à crise de desabastecimento na Venezuela, carreta com mantimentos prepara-se para cruzar o posto de fiscalização da Polícia Federal, na fronteira que divide Pacaraima e Santa Elena de Uairén.
Foto: DW/K. Andrade
Prostituição em Boa Vista
Prostituta venezuelana aguarda cliente no bairro do Caimbé, em Boa Vista. Muitas das prostitutas têm ensino superior, tinham outras profissões no país vizinho e, agora, trabalham nas ruas para conseguir comprar comida.
Foto: DW/K. Andrade
Abandono
Venezuelanos dormem na varanda de uma casa abandonada, no centro da cidade de Pacaraima. O governo de Roraima estima que 30 mil cidadãos do país vizinho tenham entrado e permanecido no estado desde 2015.