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Novas revelações no escândalo de emissões da Volks

13 de março de 2016

Diversos órgãos de mídia alemães afirmam que, além de manipular software, montadora teria destruído provas. Membros da diretoria também estariam sabendo da fraude há mais tempo que admitem.

Foto: Getty Images/AFP/M. Ngan

Um técnico de informática despedido pela sucursal da Volkswagen nos Estados Unidos move uma ação judicial contra o grupo, exigindo indenização por demissão indevida e acusando-o de ter eliminado provas relativas ao escândalo de emissões de CO2 manipuladas.

Segundo noticiaram neste domingo (13/03) as emissoras alemãs NDR, WDR e o jornal Süddeutsche Zeitung, o ex-funcionário do centro de computação em Michigan afirma ter tentado impedir que, desrespeitando uma ordem judicial, a montadora deletasse dados informáticos potencialmente relevantes.

Em setembro de 2015, a Agência de Proteção Ambiental americana (EPA) detectara manipulações do software nos motores diesel da Volks, com o fim de apresentar níveis de emissão de CO2 mais baixos do que os reais. Em reação, a Secretaria de Justiça dos EUA ordenou a sucursal americana da montadora que suspendesse todas as eliminações de dados de rotina.

A acusação do ex-funcionário não identificado é que, apesar disso, informações continuaram a ser deletadas no centro de computação – e, com elas, possíveis provas. Depois que, por diversas vezes, o técnico acusou internamente sua empresa de obstrução da Justiça, o Volkswagen Group of America aparentemente partiu do princípio que ele informaria as autoridades americanas, e demitiu o potencial whistleblower.

Interpelado por veículos de imprensa alemães, o porta-voz do conglomerado sediado em Wolfsburg pediu compreensão pelo fato que "nós, por princípio, não nos pronunciamos sobre diferenças trabalhistas". Permaneceu também sem resposta a questão se realmente ocorreu destruição de dados.

Outras revelações

Paralelamente, o tabloide popular Bild afirma, em sua edição deste domingo, que o atual presidente da Volkswagen, Matthias Müller, e o chefe do conselho de administração, Hans Dieter Pötsch, teriam ocultado a fraude nas emissões até o último momento.

Em 18 de setembro de 2015 – em cuja noite a EPA levou o caso a público – Müller, Pötsch e o então presidente da VW, Martin Winterkorn, participaram de uma reunião da presidência do holding Porsche SE, o maior acionista da Volks. Indagados "se conheciam riscos significativos partindo da Volkswagen para o Porsche SE", os três negaram.

No entanto, segundo o Bild, em 8 de setembro, o mais tardar, Winterkorn revelara a seus colegas que a Volks admitira o uso de software ilegal em seus motores.

Por sua vez, a revista Der Spiegel afirma que, em meados de 2015, o diretor de marca da Volks Herbert Diess e o membro da presidência Francisco Javier Garcia Sanz já sabiam do emprego de software manipulado para que os veículos aparentassem ser bem mais ecológicos do que são, na verdade.

AV/afp/rtr/dpa

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