Entre os dias 5 e 9 de setembro, Berlim se transforma novamente no ponto de encontro da atual e da próxima geração de artistas que definem o presente e o futuro dos ritmos que pulsam a cidade. Fundada em 2010, a Berlin Music Week oferece uma variada programação com feiras, shows e muitas festas que ocorrem por toda a cidade.

Este ano o evento acontece em mais de 50 locações diferentes, nas quais profissionais da indústria, do setor de entretenimento e da mídia, artistas, músicos e DJs celebram com moradores e visitantes. Na semana dedicada à música, a cidade tenta construir um espaço no qual a sinergia entre mercado, artistas e público acontece.

A melhor e mais moderna música do mundo nos melhores e mais descolados clubes. Com uma intensidade tão grandes de festas e atrações fica difícil saber por onde começar. Segue uma seleção de alguns artistas consagrados, novidades e eventos para quem quiser aproveitar ao máximo esses dias de festa.

Buscando novidades

Os showcases são a melhor opção para descobrir novas bandas de diferentes partes do mundo ou uma sonoridade especial que deverá dominar as pistas de dança pela Europa no próximo verão. Para quem curte o inusitado, por exemplo, o Türkei Rockt mostra não só o rock feito na Turquia, mas também bandas turcas que vivem em Berlim. Já os fãs da música produzida na Escandinávia estão bem servidos com três festas e diversas bandas, que tocam do folk ao tecno.

Bares e clubes da região de Kottbusser Tor, no bairro de Kreuzberg, recebem o Icas Suite Berlin, um festival que cria parcerias entre a cena artística da cidade e iniciativas musicais ao redor do mundo.  

Sites, rádios e gravadoras também apresentam suas apostas e novos artistas. Liderada pelo islandês Snævar Njáll Albertsson, acompanhado dos dinamarqueses do Mimas, o Dad Rocks! é uma das apostas do site Hype Machine, com sua mistura sofisticada de folk e pop. Na mesma linha, só que com uma pegada mais dark, o Evening Hymms é uma das grandes revelações vindas do Canadá. A banda toca na festa da agência Gastspielreisen & Verstärker. 

Novos grupos também brilham nos palcos do Berlin Festival e do Club Xberg, trazendo para a cidade o melhor do indie e do eletrônico. Bandas como os americanos Friends e Light Asylum mostram o melhor da variada cena do Brooklyn em Nova York. O quarteto britânico Django Django apresenta a psicodélica mistura de seu álbum de estreia. Os fãs de música eletrônica com vocais, como o Hot Chip, não podem perder o show do Totally Enormous Extinct Dinosaurs.

Entre os descolados e moderninhos que lotam os cafés do bairro de Neukölln, a banda mais esperada é, sem dúvida, o Grimes. O projeto da canadense Claire Boucher lançou o álbum Visions no começo desse ano e se tornou um dos nomes mais fascinantes do cenário musical internacional. Combinando melodias doces, uma voz quase infantil, influências e teclados dark, a canadense mostrou que o witch house, gênero eletrônico obscuro hipnótico, pode ter charme e criar grandes canções pop. 

Grandes locações, grandes nomes

A geografia e a história de Berlim estão por trás não somente do charme da cidade, mas é também um dos grandes atrativos da agitada vida noturna. As locações trazem entusiasmo e originalidade à noite berlinense. Assim, nada mais apropriado do que o antigo aeroporto de Tempelhof para receber o festival.

Ao lado do Grimes, Friends e Django Django, as grandes bandas tomam conta e encabeçam dois dias do evento. Para os amantes da música eletrônica, os ingleses do Orbital apresentam sua orquestra de luz e tecno. E a cena berlinense se consagra com o DJ Paul Kalkbrenner, atração principal do sábado (08/09). Franz Ferdnand e The Killers fazem a festa dos fãs da guitarras. Os islandeses do Sigur Rós trazem seu post-rock cheio de psicodelia e minimalismo.

Duas das mais celebradas bandas de rock alemão do ano também se apresentam no evento. O Kraftklub mostra músicas do disco de estreia MIT K, que mistura rock, indie e um vocal quase hip hop. Já os indie punks do Bonaparte lançaram recentemente seu terceiro disco Sorry We Are Open. Com um visual hedonista, colorido e bem berlinense, a banda promete incendiar o festival. 

Política e rave

O lado político da Berlin Music Week aparece em uma série de eventos que dão uma outra perspectiva da noite e da cena musical da cidade. Pop Meets Politics é uma discussão entre músicos, profissionais e políticos para apontar caminhos para novas bandas em um mercado em constante transformação.  

O evento termina com um grande protesto contra a reforma do Gema, órgão que controla os direitos autorais na Alemanha. Se aprovada, a reforma deve impactar o futuro da vida noturna na cidade.

No melhor estilo Berlim, o protesto acontece com uma discussão e uma grande rave. Será um ato político de grande importância para garantir que a Berlin Music Week possa continuar sendo uma realidade no futuro.

Autor: Marco Sanchez
Revisão: Mariana Santos