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Novo apagão deixa maior parte da Venezuela sem energia

30 de março de 2019

Falha atingiu quase todo o país na noite de sexta-feira. Neste sábado, 15 dos 23 estados venezuelanos ainda apresentavam problemas no fornecimento de energia. População sai às ruas para protestar.

Venezuela, Caracas: Politische Krise in Venezuela - Stromausfälle
Nova falha no fornecimento de energia atingiu a capital, Caracas. Oposição culpa a incompetência e má gestão do governo chavista pela decadência do setor elétricoFoto: picture-alliance/dpa/N. Pisarenko

Um novo apagão deixou a maior parte da Venezuela às escuras na noite de sexta-feira (29/03) e ainda persistia neste sábado em vários estados do país, sem que as autoridades tenham se pronunciado a respeito até o momento.

O corte de energia atingiu quase todo o país por volta das 19h de sexta-feira (horário local, 20h em Brasília), e no sábado ainda se mantinha em pelo menos 15 estados, segundo o jornal venezuelano El Nacional. Entre os estados afetados estão Anzoátegui, Apure, Aragua, Barinas, Carabobo, Cojedes, Guárico, Lara, Miranda, Mérida, Portuguesa, Táchira, Trujillo, Yaracuy e Zulia. O jornal ainda apontou que alguns bairros de Caracas também permaneciam sem energia.

Na noite de sexta-feira, a imprensa local apontou que o apagão havia atingido 21 dos 23 estados.

Por volta das 23h (meia-noite em Brasília), a prefeita de Libertador, Erika Farías, informou no Twitter que 90% do fornecimento de energia já tinha sido restabelecido na sua cidade, que abriga prédios dos três poderes e que é considerada um reduto do chavismo. Já o governador de Miranda, Héctor Rodríguez, cuja postagem mais recente é das 22h de ontem (23h em Brasília) afirmou que essa região perto de Caracas tinha recuperado a luz em 60% do território.

O governador de Anzoátegui, no leste do país, Antonio Barreto, disse que seu estado ficou quase totalmente sem luz ontem à noite e que hoje o norte ainda não tinha voltado à normalidade. Em Caracas, o metrô permanece inoperante.

No último blecaute, o governante Nicolás Maduro responsabilizou os Estados Unidos e à oposição venezuelana pela "sabotagem" no fornecimento de energia. Ele afirmou que foram realizados ataques "eletromagnéticos" contra o sistema elétrico.

A oposição venezuelana culpa o governo por erros no sistema, assegurando que a incompetência do regime e a má gestão dos recursos destinados ao setor elétrico foram as causas reais do problema. Desde 2005, engenheiros alertavam que o país poderia registar um apagão geral devido às condições precárias do sistema. Segundo a imprensa local, devido à crise política, económica e social, centenas de empregados da Corporação Elétrica Nacional da Venezuela (Corpoelec) abandonaram o país à procura de melhores condições no estrangeiro.

O novo apagão coincide com uma série de protestos convocados pela oposição contra a condução da crise energética do país pelo regime chavista.

Neste sábado, milhares de venezuelanos saíram às ruas para mais uma vez se manifestar contra o governo. "Todos sabemos quem é o responsável pelo apagão. Maduro, já basta de ver sua cara de tonto para o povo da Venezuela. Até quando acham que será possível enganar o povo?", disse o líder de oposição Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente do país em janeiro.

"É preciso acelerar o processo para sair desse regime corrupto e ladrão, não aguentamos mais isso", pediu o também presidente do Congresso em um protesto na cidade de Los Teques.

Em outras cidades do país, que atravessa uma prolongada crise com hiperinflação e escassez de produtos e remédios, pequenos protestos foram reprimidos com gás lacrimogêneo pela força pública, segundo vídeos compartilhados nas redes sociais.

No dia 07 de março, uma falha na barragem de El Guri (a principal do país) deixou a Venezuela às escuras durante uma semana. Na última segunda-feira, um novo apagão afetou pelo menos 18 dos 24 Estados da Venezuela, incluindo Caracas, que ficaram às escuras, total ou parcialmente, pelo menos durante 72 horas.

JPS/afp/efe/lusa/ots

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