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Novo ciberataque em escala global atinge multinacionais

27 de junho de 2017

Sistemas de dezenas de companhias estatais e privadas são invadidos por vírus que exige dinheiro em troca de sua liberação, similar ao que afetou mais de 150 países em maio. Ataque atinge principalmente Rússia e Ucrânia.

Symbolbild Cyberattacke
Foto: picture alliance/MAXPPP/R. Brunel

Um ataque cibernético de grande dimensão atingiu nesta terça-feira (27/06) dezenas de empresas e instituições em vários países, tendo início na Rússia e na Ucrânia, se espalhando pela Europa e atravessando o Atlântico. Houve relatos de interrupções também em sistemas no Brasil.

Especialistas identificaram o vírus como Petrwrap, uma versão modificada do chamado Petya, que exige pagamentos em troca da devolução de dados ou sistemas "sequestrados". Segundo relatos, o vírus faz aparecer na tela dos aparelhos afetados um pedido de 300 dólares em bitcoins.

O Petrwrap é bastante similar ao vírus WannaCry, que atingiu sistemas de computação em mais de 150 países no mês passado, incluindo Alemanha e Brasil. Estima-se que mais de 200 mil usuários tenham sido afetados na época.

"O ransomware está se espalhando ao redor do mundo; um grande número de países foi afetado", informou Costin Raiu, pesquisador na empresa de segurança informática Kaspersky Lab, com sede em Moscou. Em mensagens publicadas no Twitter, ele disse que Polônia, Itália e Alemanha estão entre os Estados atingidos, mas que a situação na Rússia e na Ucrânia é mais grave.

Na Rússia, a gigante petroleira Rosneft foi uma das primeiras a denunciar a invasão de hackers. "O ataque pode ter sérias consequências, mas graças à utilização de um sistema reserva, a produção de petróleo seguiu normalmente na companhia", explicou um porta-voz da empresa à imprensa russa.

Autoridades ucranianas relataram interrupções em sistemas de bancos comerciais e públicos do país, bem como órgãos governamentais e empresas de energia e transporte. Entre os atingidos estão o banco central e o sistema de monitoramento de radiação da central nuclear de Chernobil. A página na internet do aeroporto internacional de Boryspil, perto de Kiev, também foi afetada.

O primeiro-ministro ucraniano, Volodymyr Groysman, afirmou que os ataques em seu país foram "sem precedentes", mas insistiu em que "os sistemas importantes não foram afetados". "Nossos especialistas em TI estão fazendo seu trabalho e protegendo infraestruturas críticas", garantiu.

Um funcionário do Ministério do Interior da Ucrânia chegou a acusar Moscou de ter coordenado o ataque, apesar de haver várias empresas estatais russas entre os afetados.

"Não há nenhuma dúvida de que a Rússia está por trás de tudo isso, porque hoje em dia é assim que se faz a guerra híbrida", disse a uma emissora local Zorian Shkiriak, conselheiro do ministro do Interior ucraniano, Arsen Avakov.

Em outros países, então entre os alvos a gigante publicitária britânica WPP, a farmacêutica americana Merck, o grupo industrial francês Saint-Gobain e a empresa de transporte dinamarquesa Maersk.

"Estamos falando de um ataque cibernético", afirmou Anders Rosendahl, porta-voz da Maersk, que tem sede em Copenhague. "Isso afetou todos os ramos do nosso negócio, no país e no exterior."

No Brasil, unidades do Hospital de Câncer de Barretos, no interior de São Paulo, foram alvos do ciberataque, segundo informou a instituição em mensagem em rede social. O atendimento dos pacientes no complexo hospitalar foi prejudicado, mas não chegou a ser interrompido.

A operação brasileira da multinacional farmacêutica americana MSD também foi afetada pela invasão hacker, segundo nota enviada pela companhia à imprensa, citada pelo jornal O Estado de S. Paulo.

EK/efe/afp/dpa/ap/rtr

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