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Novo ministro da Saúde diverge de Merkel

10 de março de 2018

Maior crítico interno da chanceler federal apoia decisão de entidade filantrópica de recusar registros de estrangeiros para distribuição de comida entre necessitados. Medida foi criticada por Merkel.

Futuro ministro alemão da Saúde, Jens Spahn
Futuro ministro alemão da Saúde, Jens Spahn: autoconfiante, ambicioso e alguém que diz o que pensa sem rodeiosFoto: Reuters/F. Bensch

O futuro ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, diz considerar correta a decisão do banco de alimentos de Essen de não aceitar novas inscrições para imigrantes, só acolhendo registros de pessoas com passaporte alemão.

Em entrevista divulgada pela mídia alemã neste sábado (10/03), o político da União Democrata Cristã (CDU) diverge da chanceler federal Angela Merkel em relação ao tema. A chefe de governo havia criticado a decisão da instituição filantrópica.

Spahn defendeu a medida, argumentando que jovens estrangeiros estariam se comportando, durante a distribuição de comida, "de forma tão ousada e robusta que idosos ou mães solteiras não teriam mais chance de acesso aos mantimentos".

Ao mesmo tempo, o ministro designado criticou a controvérsia em torno do banco de alimentos, que chamou de exagerada. "Ninguém passaria fome se não houvesse o banco de alimentos", minimizou Spahn, acrescentando que a Alemanha tem "um dos melhores sistemas sociais do mundo".

O banco de alimentos de Essen (a Tafel) – organização de caridade que recolhe alimentos em mercados e os redistribui a pessoas necessitadas – restringe desde janeiro novas inscrições de beneficiários somente a portadores da cidadania alemã. O presidente da organização, Jörg Sartor, justificou a medida com o aumento desproporcional no número de estrangeiros atendidos.

Ele afirmou que a proporção de migrantes subiu para 75%, um percentual que não reflete a proporção de estrangeiros entre os necessitados da cidade. Antes da crise migratória de 2015, os não alemães eram 35%, disse. A decisão de não aceitar mais novos beneficiados estrangeiros deve continuar até que "a proporção esteja novamente equilibrada", afirmou Sartor. Ele negou que a medida tenha caráter xenófobo.

Um dos maiores críticos de Merkel dentro da CDU, Spahn foi indicado mês passado para assumir a pasta da Saúde. Ele se apresenta como católico, defensor dos valores conservadores e homossexual. Entre os conservadores, é visto como uma pessoa autoconfiante, ambiciosa e que costuma dizer o que pensa sem fazer rodeios.

MD/epd/rtr/afp

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