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Novo premiê italiano promete mudanças radicais

5 de junho de 2018

Em discurso inaugural, Giuseppe Conte promete luta contra corrupção, privilégios e migração ilegal, além de buscar uma aproximação com Moscou, num governo que não pode ser qualificado de direita e nem de esquerda".

Giuseppe Conte afirmou que revisará o sistema de sanções contra a Rússia, sobretudo as que afetam a sociedade civilFoto: Reuters/A. Bianchi

O novo primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, apoiado pelo eurocético Movimento Cinco Estrelas (M5S) e pela ultradireitista Liga (ex-Liga Norte), apresentou nesta terça-feira (05/06) seu governo, em discurso de posse perante o Senado como "um novo sistema contra os privilégios no país", dizendo representar "uma mudança radical".

Conte, um jurista e professor universitário de 53 anos que não fazia parte do Parlamento italiano, admitiu não ter experiência política e afirmou ser um "simples cidadão" que se declarou disponível e colocou sua experiência a serviço do país.

O chefe de governo acrescentou que assumirá o cargo com "humildade, determinação e conhecimento de seus limites", mas também com a abnegação de quem compreende o peso da responsabilidade que lhe outorgaram, sendo "o advogado que protegerá os interesses de todo o povo italiano".

Em resposta às críticas de que seu governo é populista ou antissistema, Conte afirmou que "se o populismo é escutar as necessidades do povo e antissistema é introduzir um novo sistema que remova velhos privilégios, então estas qualificações são merecidas".

"Não acredito que se trate de uma simples novidade. A novidade é que iniciamos uma mudança radical da qual estamos orgulhosos." Seu governo "não pode ser qualificado nem de direita e nem de esquerda".

Em seguida, Conte enumerou os pontos do programa de governo assinado entre a Liga e o M5S, entre os quais se destacam uma renda mínima de cidadania para os desempregados, luta contra a corrupção e fim da migração ilegal. A nova coalizão italiana pretende acabar com "o mercado da imigração, que cresceu desproporcionalmente sob o manto da falsa solidariedade".

Na política internacional, reiterou que, embora seja membro da Otan e os Estados Unidos sejam um "parceiro privilegiado", a Itália promoverá "uma abertura à Rússia" e "revisará o sistema de sanções, sobretudo as que afetam a sociedade civil".

Conte garantiu ainda a introdução de alíquotas tributárias fixas, já que "a pressão fiscal, unida ao excesso de burocracia, incidem negativamente na relação com os contribuintes e sobre a competitividade do país", e afirmou que ajudará a evitar a "evasão fiscal".

Ele explicou que serão reforçadas as agências de emprego, que ajudará os aposentados para que tenham uma pensão digna, e se comprometeu a eliminar as listas de espera no sistema de saúde.

Um dos temas em que mais se aprofundou, em seu discurso de uma hora e 11 minutos, foi a luta contra a corrupção, com interdições para os corruptos a introdução de policiais infiltrados na investigação de casos. Ele prometeu que seu Executivo lutará com "todos os meios contra as máfias". Após o discurso, Conte iniciou um debate com a participação de todas as forças políticas.

PV/efe/dpa

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