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Novo presidente colombiano anuncia correção em acordo de paz

8 de agosto de 2018

Durante cerimônia de posse, Iván Duque promete ainda reforma constitucional para que narcotráfico não seja mais considerado crime político. Direitista é o presidente mais jovem da história do país.

Iván Duque tomou posse em cerimônia realizada na Praça de Bolívar, no centro de Bogotá
Iván Duque tomou posse em cerimônia realizada na Praça de Bolívar, no centro de Bogotá.Foto: Reuters/C. Garcia Rawlins

O novo presidente da Colômbia, Iván Duque, tomou posse nesta terça-feira (07/08) e anunciou que pretende corrigir supostas falhas no acordo de paz firmado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em 2016.

"Vamos implementar medidas corretivas para garantir que as vítimas obtenham a verdade, justiça proporcional e reparações e não repetições", afirmou Duque, de 42 anos, na cerimônia realizada na Praça de Bolívar, no centro de Bogotá.

Alcançado pelo seu antecessor, o então presidente Juan Manuel Santos, o acordo de paz encerrou o mais longo conflito armado da América Latina. Em mais de cinco décadas, a guerrilha colombiana deixou cerca de 260 mil mortos.

O novo presidente não especificou as mudanças que pretende fazer no acordo. Uma de suas principais críticas é a anistia concedida a ex-guerrilheiros que se desmobilizaram. Duque foi contra a presença de ex-líderes das Farc no Congresso antes de seus julgamentos por crimes de guerra.

"Acredito na desmobilização, no desarmamento e na reinserção da base guerrilheira. Muitos deles foram recrutados necessariamente ou separados do seu entorno pela intimidação das armas", acrescentou o governante, ao se dirigir a ex-integrantes das Farc.

Duque prometeu ainda que as vítimas do conflito terão "reparação moral, material e econômica por parte dos autores".

Duque anunciou também que pretende avaliar nos próximos 30 dias as negociações de paz que estão em andamento com o Exército de Libertação Nacional (ELN). Para ter continuidade, o presidente disse que o processo precisa ser "credível" e baseado no fim da guerrilha em período de tempo pré-determinado.

Segurança e economia

Em seu discurso de posse, o presidente prometeu cortar impostos e reforçar a segurança em determinadas áreas. "Quero governar a Colômbia com princípios e valores inquebráveis, superando as divisões de esquerda e direita", destacou.

O presidente propôs uma reforma constitucional para que o narcotráfico não seja mais considerado crime político. "Chegou o momento de evitar que grupos armados ilegais que sequestram e traficam drogas pretendam se beneficiar camuflando seus crimes com causas ideológicas", defendeu.

No discurso, Duque afirmou que é necessário derrotar os cartéis da droga que ameaçam o país para construir a paz. Por isso, ressaltou que seu governo será efetivo em erradicar cultivos ilícitos e combater as estruturas do narcotráfico.

O direitista anunciou ainda que enviará ao Congresso uma lei anticorrupção e lançará medida para aquecer a economia. "Em questões econômicas, foram cometidos erros que não devemos mais repetir. Uma política tributária motivada pela expansão dos gastos nos levou a encargos asfixiantes que afetam a poupança, investimentos, criação de emprego e produtividade", ressaltou.

Duque é o presidente mais jovem da Colômbia e governará até 2022. Essa também é a primeira vez que o país tem uma mulher na vice-presidência, a conservadora Marta Lucía Ramírez.

Duque, membro do partido de direita Centro Democrático – o mesmo de ex-presidente Alvaro Uribe –, sucede Juan Manuel Santos, que ocupou a chefia de Estado por dois mandatos consecutivos de quatro anos, que começaram 7 de agosto de 2010.

CN/efe/lusa/rtr/afp

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