Soberano Maha Vajiralongkorn recebe o título de Rama 10°. O monarca tem casa na Alemanha e não é tão popular quanto seu pai, Bhumibol, que reinou no país por sete décadas.
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O rei Maha Vajiralongkorn da Tailândia foi coroado neste sábado (04/05) numa suntuosa cerimônia que mesclou rituais budistas e bramânicos no Grande Palácio Real, em Bangcoc, no terceiro ano do seu reinado após suceder seu pai, Bhumibol Adulyadej, morto em 2016.
O monarca, de 66 anos, estava acompanhado de sua esposa, a rainha Suthida, uma ex-comissária de bordo com quem se casou de surpresa na última quarta-feira. A televisão transmitiu a cerimônia ao vivo, permitindo à população um olhar raro por trás dos muros do Grande Palácio.
O novo monarca chegou à cerimônia de coroação em Rolls Royce, junto à sua nova esposa de 40 anos. Também estava presente o seu filho mais novo, o príncipe Dipangkorn Rasmijoti. O jovem de 14 anos, que frequenta uma escola na Baviera, é considerado um possível sucessor do trono.
Vajiralongkorn reina com o título de Rama 10°. Ele pertence à dinastia dos Chakri, que está no trono desde 1732. Na coroação, ele foi purificado com águas de diferentes rios de todo o país num ritual de origem hindu, no qual também participaram monges budistas, refletindo o sincretismo religioso na Tailândia.
Inicialmente, Maha Vajiralongkorn trocou seu uniforme militar por um manto branco, conforme prescrito pelo rito secular, monges budistas o borrifaram com água benta e o ungiram. No momento da coroação, mais de 40 mil monges rezavam simultaneamente em todo o país para abençoar o novo monarca.
O principal momento foi quando o novo rei recebeu a insígnia real, uma coroa dourada de 66 centímetros de altura, pesando 7,3 quilos e em forma de espiral com um diamante no topo, ao som dos sinos que tocavam em milhares de templos na Tailândia.
Pelo menos 10 mil membros das forças de segurança foram mobilizados em torno do palácio, onde as cerimônias de coroação durarão até a próxima segunda-feira.
A monarquia absoluta foi abolida na Tailândia em 1932. O país tem sido governado por militares desde um golpe de Estado há cinco anos. No entanto, o rei ainda detém um papel altamente político.
Um indulto concedido por decreto real perdoou a pena de mais de 40 mil prisioneiros antes da coroação. Entre eles está, de acordo com a mídia local, também um líder estudantil que violou a estrita lei que protege o rei do crime de lesa-majestade.
Rama 10°, cujo nome completo é Maha Vajiralongkorn Bodin Dradebaya Warangkun ("Rei do Raio, descendente de Divindades Todo-Poderosas"), é menos respeitado pelo povo do que a figura de seu pai. De três casamentos fracassados, ele tem duas filhas e cinco filhos.
O pai do monarca atual era considerado o pai da nação e um guia para a maioria dos tailandeses, que o veneravam com um fervor quase religioso.
O novo rei costuma vir frequentemente à Alemanha, onde possui uma mansão no Lago Starnberg, próximo de Munique. Com uma fortuna estimada em mais de 35 bilhões de euros, a família real da Tailândia é uma das monarquias mais ricas do mundo.
Vajiralongkorn foi proclamado monarca em dezembro de 2016, depois de passar três meses de luto pela morte de seu pai no dia 13 de outubro daquele ano. O antigo soberano passou sete décadas no trono.
CA/efe/afp/dpa
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Desde a Antiguidade, a coroa tem sido um dos símbolos de poder e autoridade de reis e imperadores. Veja aqui exemplos dessas insígnias ao longo da história na Europa. Uma delas foi até mesmo confeccionada no Brasil.
Foto: gemeinfrei
Coroa Real Portuguesa
O Brasil é o único país das Américas onde um rei europeu foi elevado ao trono. Em 6 de fevereiro de 1818, Dom João 6° foi aclamado no Rio de Janeiro soberano do Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarves. Feita na capital fluminense, a coroa portuguesa é composta por oito arcos fechados e foi executada exclusivamente em ouro. Ela foi usada pelos reis de Portugal até o fim da monarquia, em 1910.
Foto: gemeinfrei
De diadema a mitra
Inicialmente, as coroas se pareciam com diademas, como a coroa de louros na Antiguidade (foto). Depois, no Império Bizantino, elas se tornaram uma cobertura de cabeça com adornos pendentes, assumindo posteriormente a forma de mitra, o que, de certa forma, é válido até hoje. Com este símbolo sacerdotal do Velho Testamento, os soberanos transmitiam a ideia da dignidade imperial como dádiva divina.
Foto: public domain
Coroa do Sacro Império Romano-Germânico
Confeccionada entre 960 e 1000, esta insígnia real foi usada até o início do século 19 pelos monarcas do Sacro Império Romano-Germânico. Diferente de outras coroas, ela é octogonal, pois consta que somente oito pessoas sobreviveram ao dilúvio bíblico. Além disso, ela tem 240 pérolas e 120 pedras preciosas: cifras divisíveis por 12 para representar os 12 apóstolos e as 12 tribos de Israel.
Além da cruz inclinada que a encima, esta insígnia do antigo Reino da Hungria é uma das poucas coroas que ainda guardam adornos pendentes. Conhecida como Coroa de Santo Estêvão, sua origem remonta ao século 12. Durante sua longa existência, ela já foi roubada, enterrada e até mesmo perdida. Depois da Segunda Guerra, ela foi levada para os EUA, sendo devolvida aos húngaros definitivamente em 1978.
Foto: Public Domain
Coroa da Boêmia
Esta insígnia real foi executada em 1346 para a coroação do rei da Boêmia, região que hoje faz parte da República Tcheca. Toda em ouro, ela tem forma de diadema com quatro flores-de-lis verticais, conectadas por arcos transversais. A cruz no topo conteria um espinho da coroa de Jesus, segundo a inscrição latina nela gravada: "Hic est spina corona Domini" (aqui está um espinho da coroa do Senhor).
Foto: picture alliance/dpa/M. Dolezal
Joias dinamarquesas
Estas duas coroas pertencem às insígnias do monarca dinamarquês. Desde cerca de 1680, tais joias são guardadas no Palácio de Rosenborg, em Copenhague. Na foto, vê-se em primeiro plano a chamada Coroa de Christian 5°, executada por volta de 1670. Atrás dela, está a coroa das rainhas. Desde meados do século 19, elas são usadas somente em cerimônias de sepultamento, sendo colocadas sobre o caixão.
Foto: picture alliance/Scanpix Denmark
Coroa Imperial da Rússia
A coroa dos czares foi confeccionada para a entronização de Catarina 2ª. Mas ficou pronta tarde demais, sendo o czar Paulo 1° o primeiro a usá-la, em 1796. Ela foi utilizada pelos soberanos russos até o fim da monarquia, em 1917. Feita em ouro e prata, a insígnia contém pérolas e 4.936 diamantes, espalhados em forma de mitra. No topo, ela é encimada por um espinélio vermelho de 398,72 quilates.
Foto: picture alliance/dpa/J. Lampen
Coroa de Napoleão
Feita em prata dourada e bronze, esta insígnia foi executada em 1804 para a entronização de Napoleão Bonaparte, que foi realizada na Catedral de Notre Dame. Durante quase toda a cerimônia, no entanto, o imperador preferiu usar uma coroa de louros de ouro, como os antigos romanos. A coroa da foto foi utilizada somente para a sua autocoroação, sendo logo recolocada sobre o altar.
Foto: picture alliance/akg-images
Coroa holandesa
Em comparação com outras monarquias europeias, as joias da Casa Real holandesa são relativamente novas, tendo sido executadas em 1840, sob encomenda do rei Willem 2°. A coroa (foto) é feita de prata dourada e não contêm nenhum diamante ou pérola de verdade. Os reis holandeses optam por não usá-la: junto ao cetro e ao orbe, ela é deixada sobre uma mesa durante a cerimônia de juramento do monarca.
Foto: picture alliance/dpa/P. van Katwijk
Coroa Imperial Britânica
As joias da Casa Real britânica contêm a mais preciosa coleção de brilhantes do mundo. Entre eles está o famoso Cullinan 2°, que adorna a coroa usada por Elizabeth 2ª (foto). Essa insígnia imperial possui 2.868 diamantes, 273 pérolas, 17 safiras, 11 esmeraldas e cinco rubis. Ela foi confeccionada para a coroação de George 6°, em 1937, e modificada para a entronização da rainha britânica, em 1953.