Novo teste de míssil eleva tensão na península coreana
14 de outubro de 2022
Governo da Coreia do Sul afirma que regime do Norte realizou novo teste de míssil balístico e também enviou aviões militares para a fronteira entre os dois países.
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A Coreia do Norte disparou um míssil balístico de curto alcance no mar de sua costa leste nesta sexta-feira (14/10, horário local), disseram militares da Coreia do Sul.
O Ministério da Defesa japonês e o gabinete do primeiro-ministro também informaram que a Coreia do Norte lançou um possível míssil.
Mais cedo, os militares da Coreia do Sul disseram que despacharam caças quando uma esquadrilha de cerca de dez aeronaves militares norte-coreanas voou perto da fronteira que divide os dois países, em meio a tensões crescentes por conta dos repetidos testes de mísseis norte-coreanos.
A agência de notícias oficial da Coreia do Norte, a KCNA, citou militares do país que afirmaram que foram necessárias "fortes contramedidas militares" após exercícios de fogo de artilharia sul-coreanos na quinta-feira.
O Exército Popular da Coreia (EPC) enviou "uma advertência severa aos militares sul-coreanos que incitam a tensão militar na área da frente com uma ação imprudente", acrescentou um porta-voz.
Os incidentes seguiram informações da KCNA na quinta-feira de que o ditador Kim Jong-un havia supervisionado o lançamento de dois mísseis de cruzeiro estratégicos de longo alcance na quarta-feira para confirmar a confiabilidade de armas com capacidade nuclear implantadas em unidades militares.
O Comando Indo-Pacífico dos EUA disse estar ciente do último lançamento de míssil e avaliou que ele "não representa uma ameaça imediata para funcionários ou ao território dos EUA, ou para nossos aliados".
jps (AFP, Reuters, ots)
Coreia do Norte nas lentes de um instagrammer
Apesar do destaque no noticiário internacional, nação asiática continua sendo uma das mais isoladas do mundo. Em várias visitas ao país, o instagrammer Pierre Depont tentou capturar a vida cotidiana dos norte-coreanos.
Foto: DW/P.Depont
Traços de normalidade
Apesar da imagem de reclusa, a Coreia do Norte convida estrangeiros a descobrirem suas atrações. Mas viajar como turista não significa passear livremente pelo país, pois guias especiais devem acompanhar cada passo do visitante. As restrições não desencorajaram o instagrammer britânico Pierre Depont, que visitou o país sete vezes, capturando traços de normalidade no cotidiano dos norte-coreanos.
Foto: DW/P. Depont
Capitalismo rastejante
Depont visitou a Coreia do Norte pela primeira vez em 2013 e, desde então, ele estuda as transformações no país autoritário. Nos últimos dois ou três anos, ele observou que “em Pyongyang, tornou-se aceitável exibir a própria riqueza”. Com uma classe média cada vez maior e um boom das construções, a capital norte-coreana parece estar desafiando sanções econômicas internacionais.
Foto: Pierre Depont
Estilo em Pyongyang
Estabelecer contato com pessoas comuns não é fácil na Coreia do Norte, segundo Depont. "Tive algumas conversas aleatórias com estranhos, sempre ouvidas por um dos guias.” De acordo com as experiências do instagrammer, a maioria dos norte-coreanos não gosta de ser fotografado. “As mulheres norte-coreanas estão definitivamente ficando mais estilosas. Mas só é possível notar isso nas cidades.”
Foto: DW/P. Depont
Urbano X rural
Esta estação de metrô em Pyongyang deslumbra passageiros com o que parecem ser paredes de mármore e candelabros. Para Depont, a Coreia do Norte é um lugar ideal para a fotografia. “Você não encontra nenhuma publicidade, nenhuma distração”, diz. Mas enquanto a capital, onde vive a elite, parece estar prosperando, outras partes do país permanecem assoladas pela pobreza.
Foto: Pierre Depont
Dificuldades ocultas
A Coreia do Norte continua sendo uma sociedade altamente militarizada e predominantemente agrícola. Turistas, no entanto, não conseguem ver muito das condições de vida da população rural. “Cada pedacinho de terra é cultivado, cada metro quadrado é usado”, conta Depont.
Foto: Pierre Depont
Abundância encenada?
Turistas interessados na vida fora das cidades norte-coreanas são levados em visitas guiadas a cooperativas agrícolas. Quando Depont visitou uma fazenda do tipo, próxima a Hamhung, segunda maior cidade do país, ela exibia uma pequena venda, com uma variedade de mercadorias ordenadamente expostas. Depont disse ter tido a impressão de que se tratava de um comércio de fachada, só para ser mostrado.
Foto: DW/P.Depont
Escolas de elite
Uma parada numa escola modelo é um ponto importante de muitos tours na Coreia do Norte. A colônia de férias internacional Songdowon foi reaberta em 2014 e recebeu a visita do atual líder do país, Kim Jong-un. “Há algo de irreal no lugar”, conta Depont. “As crianças brincam na sala de jogos, usando fliperamas e cerca de 20 computadores modernos.”
Foto: DW/P.Depont
Militarismo onipresente
O setor militar é fundamental para a identidade do país e para o sustento de sua sociedade. Cerca de um quarto da população trabalha como funcionário militar. Pyongyang tem um dos maiores orçamentos militares do mundo em relação à sua economia. Desde pequenos, os norte-coreanos crescem em meio a um imaginário militar. Depont se deparou com esse tanque em miniatura num playground perto de Hamhung.
Foto: Pierre Depont
Adoração ritualizada
Além do militarismo, o alto nível de controle político e o culto à personalidade de Kim Jong-un e seus predecessores são onipresentes. A adoração cotidiana ao líder supremo impressionou Depont. “Você vê a quantidade de dinheiro e esforço dedicados a sustentar a história dos grandes líderes e suas grandes estátuas.”