Novo tremor deixa mortos e feridos na Turquia e na Síria
21 de fevereiro de 2023
Abalo sísmico de magnitude 6,4 foi sentido até em Israel. Desde o terremoto no início do mês, mais de 47 mil mortes foram confirmadas nos dois países.
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Um novo terremoto na Turquia e na Síria na noite desta segunda-feira (20/02), de magnitude 6,4, matou três pessoas e feriu mais de 200, duas semanas após um grande abalo sísmico ter matado pelo menos 47 mil pessoas na região.
O tremor desta segunda-feira foi centralizado província turca de Hatay, que já era uma das regiões mais atingidas pelo terremoto de magnitude 7,8 ocorrido em 6 de fevereiro, e foi sentido também na Síria, Israel, Iraque e Líbano, segundo relatos da mídia local
O ministro do Interior turco, Suleyman Soylu, disse que esforços de busca e resgate estavam em andamento em três edifícios desmoronados, onde se acreditava que um total de cinco pessoas estivessem presas. Ele orientou os moradores da região a não entrarem em prédios, e relatou que houve 26 tremores secundários nesta segunda-feira.
O prefeito de Hatay, Lutfu Savas, afirmou que o novo terremoto deixou pessoas presas em escombros, que possivelmente haviam retornado às suas casas ou estavam tentando tirar seus móveis de edifícios danificados.
O vice-presidente turco, Fuat Oktay, disse que estavam em andamento inspeções por danos em Hatay, e exortou os cidadãos a se manterem longe de edifícios danificados e a seguir as instruções das equipes de resgate.
Em Hatay, equipes de busca resgataram uma pessoa que estava presa dentro de um prédio de três andares e tentavam alcançar outras três no interior, informou a emissora HaberTurk. Os jornalistas da HaberTurk que reportavam de Hatay disseram que foram sacudidos violentamente pelo terremoto de segunda-feira, e se seguraram uns ao outros para evitar cair.
Na cidade turca de Adana, Alejandro Malaver disse que as pessoas saíram de suas casas para as ruas, carregando cobertores em seus carros. Ele disse que todos estão realmente assustados e que "ninguém quer voltar para suas casas".
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Feridos na Síria
A organização síria Capacetes Brancos informou que várias pessoas ficaram feridas no noroeste da Síria, atualmente dominado pelos rebeldes, ao saltar de edifícios ou serem atingidas por escombros na cidade de Jinderis, uma das cidades mais afetadas pelo terremoto de 6 de fevereiro.
"Hospitais e centros médicos registraram até o momento, segundo informações recebidas por nós, mais de 125 feridos no noroeste da Síria depois do terremoto que atingiu a região, a maioria dos quais devido a medo e pânico, [pessoas] pulando de edifícios, ou casos de desmaios", disse o diretor da organização, Raed Saleh, no Twitter.
A Sana, agência de notícias estatal da Síria, informou que seis pessoas ficaram feridas em Aleppo por causa da queda de escombros.
O terremoto de 6 de fevereiro matou quase 47 mil pessoas nos dois países – 41.156 delas na na Turquia, onde mais de um milhão e meio de pessoas estão em abrigos temporários. Na Síria, pelo menos outras 5.900 morreram. As autoridades turcas registraram mais de 6.000 tremores secundários desde então.
bl (AP, dpa)
Os terremotos mais fortes dos últimos 100 anos
Milhares de pessoas morreram no terremoto que abalou o Marrocos em 8 de setembro de 2023. O pior tremor no país em 120 anos atingiu 6,8 na escala Richter. No último século foram registrados sismos ainda mais fortes.
Foto: Toru Hanai/REUTERS
Chile teve o terremoto mais forte
O terremoto mais forte já registrado, de magnitude 9,5 graus na escala Richter, atingiu Valdívia, na costa sul do Chile, por 10 minutos, em maio de 1960. Foram destruídas cidades inteiras e a geografia da região foi alterada. Quase 6 mil pessoas morreram. E o tsunami gerado pelo sismo causou a morte de 130 pessoas no Japão e de 61 no Havaí. Na foto, ruínas do porto de Corral.
Foto: Getty Images/AFP
Grande Terremoto do Alasca
O terremoto que abalou o Alasca em 27 de março de 1964 também é conhecido como "o grande terremoto do Alasca". Ele segue sendo o mais forte já registrado nos Estados Unidos, com magnitude de 9,2. O movimento sísmico e o posterior tsunami mataram 139 pessoas. Na foto, a destruição causada no pequeno povoado de pescadores na ilha de Kodiak.
Foto: Getty Images/Central Press
Megaterremoto submarino no Oceano Índico
O megaterremoto submarino de 26 de dezembro de 2004 no Oceano Índico teve magnitude de 9,1. Ele desencadeou uma série de tsunamis devastadores, que causaram a morte de 280 mil pessoas em 14 países e inundaram cidades costeiras com ondas de até 30 metros de altura. Foi um dos desastres naturais mais mortíferos de que se tem registro. Na foto, a destruição em Sumatra, na Indonésia.
Foto: Getty Images/P.M. Bonafede/U.S. Navy
Terremoto seguido de tsunami no Japão
Um membro da equipe canina de resgate busca vítimas após o terremoto que causou destruição no noroeste do Japão em 11 de março de 2011, que atingiu 9,1 na escala Richter e foi seguido de um terrível tsunami. Eles causaram a morte de cerca de 18,5 mil pessoas e afetaram a planta nuclear de Fukushima.
Foto: Getty Images/AFP/Y. Chiba
O terremoto de Kamchatka
Em 4 de novembro de 1952, foi registrado um tremor de magnitude 9 na costa da península de Kamchatka, no leste da Rússia. O tsunami que se seguiu causou destruição e mortes nas ilhas Kurilas. Mais de 2,3 mil pessoas morreram.
Mais uma vez no Chile
O tremor de magnitude 8,8 que afetou a costa do Chile em 27 de fevereiro de 2010 também está entre os mais fortes do século. Ele não causou tantas mortes como o tsunami posterior, que varreu várias localidades costeiras, elevando a cifra de mortos para 530. O sismo danificou o porto de Talcahuano e provocou perdas milionárias aos pescadores e à indústria local.
Foto: Getty Images/AFP/M. Bernetti
Sismo de 1906 atingiu Equador e Colômbia
Em 31 de janeiro de 1906, um terremoto também de magnitude 8,8 na escala Richter causou destruição e cerca de mil mortes no Equador e na Colômbia. O terremoto se deu devido ao choque das placas de Nazca e a Sul-Americana, causando um tsunami de vários metros de altura. O epicentro localizou-se no Oceano Pacífico diante da fronteira entre os dois países.
De novo o Alasca
O sismo de 4 de fevereiro de 1965 atingiu 8,7 de magnitude e teve seu epicentro nas Ilhas Rat, muito propícias a sismos porque se localizam entre as placas tectônicas do Pacífico e da América do Norte. Elas são um grupo vulcânico de ilhas integradas nas ilhas Aleutas, no sudoeste do Alasca. Na foto, a destruição causada pelo terremoto em Anchorage, maior cidade do Alasca.
Foto: U.S. Army
Em 1950, entre Índia e China
O terremoto de Assam-Tibete, entre Índia e China em 15 de agosto de 1950, atingiu a magnitude de 8,6 graus na escala Richter. O sismo causou destruição tanto na região de Assam, na Índia, quanto no Tibete, e foi fatal para cerca de 4,8 mil pessoas.
Alasca é área propícia a terremotos
O sul do Alasca fica na fronteira entre a Placa Tectônica Norte-Americana e a Placa do Pacífico. Em 9 de março de 1957, aconteceu nas ilhas Aleutas um terremoto de magnitude 8,6 na escala Richter.
Turquia e Síria: luto e indignação
Milhares de pessoas morreram no terremoto que atingiu a Turquia e a Síria em 6 de fevereiro de 2023, com uma magnitude de 7,8 na escala Richter. As cifras assustam: pelo menos 50 mil mortos, 214 mil prédios desabados ou em estado precário, milhões perderam suas moradias. Ao luto dos sobreviventes, juntou-se a indignação de constatar que, em muitos casos, não foram cumpridas normas de construção.