1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Novo vazamento chama atenção para ameaça nuclear em Fukushima

3 de outubro de 2013

Pela terceira vez em dois meses, água de refrigeração radioativa da usina nuclear avariada escoou para o oceano. Apesar da sequência ininterrupta de panes, Tóquio segue afirmando que situação está "sob controle".

Foto: Reuters

Na ruína nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, voltou a ocorrer vazamento em mais um tanque contendo água altamente radioativa, na noite desta quarta-feira (02/09). Segundo declarou um porta-voz da Tepco, a operadora da usina termonuclear de Fukushima, é possível que cerca de 430 litros tenham escoado para o Oceano Pacífico.

O novo desastre possivelmente se deveu a um erro de cálculo. O tanque com capacidade de 450 toneladas de líquido se encontra numa espécie de rampa. No entanto, ao enchê-lo, não se levou em consideração essa inclinação, e a água contaminada transbordou do tanque, cuja tampa não o fecha hermeticamente.

Construção defeituosa

A Tepco decidira encher os tanques o máximo possível, já que, pouco a pouco, vai se esgotando a capacidade de armazenamento na área da usina, devido ao acúmulo diário da água subterrânea usada na refrigeração dos reatores, que evita o superaquecimento e eventual explosão.

A água no tanque em questão está contaminada com radiações beta na ordem de 580 mil becqueréis por litro. Uma das substâncias contidas é estrôncio 90, cujo limite máximo, por lei, é de 30 becqueréis. Segundo consta, contudo, os raios beta não atravessam as vestes de proteção das equipes de reparo.

Premiê Shinzo Abe (c) visita FukushimaFoto: picture-alliance/dpa

O tanque é construído por placas de aço unidas às pressas com parafusos, exatamente como o contêiner do qual escoaram 300 toneladas de líquido radioativo, em agosto último. Dos mil tanques disponibilizados pela Tepco no local, 350 apresentam a mesma construção dos contêineres que agora começam a vazar.

"Situação sob controle"

O drama de Fukushima se arrasta desde 11 de março de 2011, quando um forte terremoto e subsequente tsunami danificaram seriamente parte dos reatores da usina nuclear, provocando fusão de seus núcleos. Desde então, a sequência de panes tem sido ininterrupta.

Em meados de setembro, a Tepco divulgara que, após uma forte chuva, mais de mil toneladas de líquido levemente contaminado haviam escoado para o oceano. E na última sexta-feira um dispositivo para filtragem da água radioativa teve que ser desligado, poucas horas após ser colocado em funcionamento, devido a um defeito numa bomba. Um sistema mais eficaz de filtragem não estará em ação antes de meados de 2014.

Apesar de todas as notícias alarmantes, o porta-voz do governo japonês afirma que a situação "está sob controle, no geral", segundo a imprensa nacional. Com essa mesma afirmativa, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, conseguiu recentemente convencer o Comitê Olímpico Internacional (COI) sobre a viabilidade de realizar em Tóquio os Jogos Olímpicos de 2020.

AV/dpa/afp

Pular a seção Mais sobre este assunto