O ano em que os EUA mais gastaram com desastres naturais
9 de janeiro de 2018
Em 2017, fenômenos como incêndios florestais e furacões geraram despesas recordes de US$ 306 bilhões para os cofres públicos americanos. Um total de 16 desastres custou US$ 1 bilhão ou mais, deixando mais de 360 mortos.
Anúncio
O ano de 2017 foi o mais caro na história do EUA em relação aos custos gerados por desastres naturais. Fenômenos como incêndios florestais, inundações e furacões custaram 306 bilhões de dólares aos cofres públicos, de acordo com um relatório emitido pelo governo americano. O ano superou o recorde anterior, de 2005, com prejuízos de 215 bilhões de dólares devido aos furacões Katrina, Wilma e Rita.
Em 2017, um total de 16 desastres naturais custou um bilhão de dólares ou mais e causou ao menos 362 mortes, segundo o relatório da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA). O número de mortos pode ser maior, uma vez que Porto Rico ainda não concluiu a revisão das mortes provocadas pelo furacão Maria, de acordo com especialistas.
Contabilizando apenas os danos causados por furacões, 2017 também foi financeiramente o pior da história americana, com um custo final de 265 bilhões de dólares – quase a metade, 125 bilhões de dólares, foram gastos somente com o furacão Harvey, que atingiu o Texas. Harvey foi o segundo mais caro desastre natural já registrado nos EUA, atrás apenas do Katrina, de 2005.
O furacão Maria, que assolou grande parte de Porto Rico, custou 90 bilhões de dólares aos cofres públicos, enquanto o furacão Irma, que atingiu a Flórida e algumas ilhas caribenhas, custou 50 bilhões de dólares.
"O furacão Maria ocupa agora a terceira colocação no ranking dos mais caros desastres climáticos já registrados, enquanto o furacão Irma é o quinto mais dispendioso", segundo o relatório.
Já a temporada de incêndios florestais no oeste americano, que assolou grandes partes da Califórnia, custou 18 bilhões de dólares, "triplicando o recorde anual anterior de gastos com incêndios florestais nos EUA", apontou o relatório.
Os custos incluem perdas asseguradas e sem seguro, mas provavelmente estão abaixo dos custos reais, porque os dados não incluem despesas com cuidados médicos.
A NOOA reportou que o número de desastres naturais que superaram a marca de um bilhão de dólares em custos – 16, no total – igualou o recorde estabelecido no ano de 2011. Os 16 casos incluem duas inundações, um congelamento, oito tempestades severas, três ciclones tropicais, uma seca e um incêndio.
Num contexto histórico, os desastres naturais de alto custo estão se tornando mais comuns. A média anual de tempestades com custos acima de um bilhão de dólares de 1980 até 2017 é de 5,8 por ano, segundo a NOAA. Nos últimos cinco anos, a média atingiu a marca de 11,6.
Temperaturas mais altas
O ano de 2017 foi também o terceiro ano mais quente já registrado nos EUA, depois de 2012 e 2016, segundo estatísticas da NOAA. A temperatura média foi de 12,2 graus Celsius – 1,4 grau acima da média do século 20.
"Os cinco anos mais quentes registrados nos EUA foram a partir de 2006", apontou o relatório.
Todos os estados localizados na área continental dos EUA e o Alasca registraram temperaturas acima da média pelo terceiro ano consecutivo. Cinco estados – Arizona, Geórgia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Novo México – tiveram o ano mais quentes de suas histórias.
PV/ap/rtr/afp
______________
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App
Dez ações contra as mudanças climáticas
Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
Foto: Getty Images/J. Sullivan
Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
Foto: imago/R. Lueger
Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
Foto: Oliver Ristau
Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.