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O apelo de Macron aos europeus

5 de março de 2019

Em artigo publicado em jornais de todos os países do bloco, presidente da França critica o nacionalismo e pede reformas amplas em áreas como economia, meio ambiente e na proteção aos cidadãos.

Türkei, Istanbul: Emmanuel Macron schaut besorgt
Foto: picture-alliance/dpa/M. Klimentyev

O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu amplas reformas na União Europeia (UE) e voltou a alertar contra os perigos do nacionalismo, em um artigo publicado nesta terça-feira (05/03) em jornais dos 28 países do bloco europeu.

No texto intitulado "Por uma renascença europeia", Macron afirma que o Brexit simboliza a "crise de uma Europa que fracassou ao responder à necessidade de proteção de sua população frente às grandes mudanças do mundo contemporâneo".

A poucas semanas do final do prazo para o processo de saída do Reino Unido da UE, que termina no próximo dia 29, Macron disse que o Brexit deve servir de lição para os demais países do bloco. "Não podemos deixar que nacionalistas sem propostas explorem a raiva da população", disse o presidente.

O artigo de Macron no jornal alemão "Die Welt"Foto: Bodo Zemke

Os nacionalistas, segundo Macron, estão desorientados. "Eles alegam defender nossa identidade através da saída da UE", disse o presidente, mas "quem nos une, liberta e protege é a civilização europeia".

"Mas, aqueles que não agirem por mudanças também estão desorientados, porque negam o medo sentido pelo nosso povo e as dúvidas que minam nossas democracias", acrescentou. "Não podemos caminhar como sonâmbulos para uma Europa diminuída", afirmou.

No texto divulgado a apenas três meses das eleições para o Parlamento Europeu, o presidente propôs a criação de uma Agência Europeia de Proteção às Democracias, que ajudaria os países do bloco a proteger seus processos eleitorais de ataques cibernéticos e manipulações, e pediu a proibição do financiamento de partidos políticos europeus por países de fora do bloco.

O francês propõe iniciativas em três temas principais - liberdade, proteção e progresso - com o foco voltado para questões de imigração, defesa, políticas comerciais e mudanças climáticas.

"Devemos reavaliar o espaço Schengen", disse o presidente em relação à área de livre-circulação da UE. "Todos os que quiserem participar dele deverão cumprir uma série de obrigações de responsabilidade (controle rigoroso de fronteiras) e solidariedade (uma mesma política de asilo com as mesmas regras de amparo e rejeição)", escreveu Macron ao propor uma política de fronteiras comum entre os países do bloco.

O francês defendeu o fechamento de um acordo para a defesa em segurança, em colaboração com a Otan, que prevê um aumentos nos gastos militares e a criação de um Conselho de Segurança Europeu, que incluiria o Reino Unido.

Macron pediu também uma reforma da política de concorrência comercial com o objetivo de proibir ou penalizar empresas que violem os interesses estratégicos e valores fundamentais da UE, como as regulamentações ambientais, leis de proteção de dados e o pagamento de impostos.

No texto, ele afirma que, tendo em vista as medidas protecionistas adotadas por Estados Unidos e China no comércio internacional, a UE deveria estabelecer a chamada "preferência europeia" nas indústrias estratégicas e contratações públicas.

Macron sugeriu ainda a criação do Banco Europeu para o Clima, que financiaria a transição ecológica de todas as economias do bloco, além de uma agência para garantir a segurança alimentar.

RC/dpa/efe

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