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O Brasil na imprensa alemã (01/09)

1 de setembro de 2021

A restrição à demarcação de terras indígenas no governo Bolsonaro, a disposição para vacinas dos brasileiros e o sucesso da seleção de futebol de 5 nas Paralimpíadas de Tóquio são destaques.

Jogadores cegos jogam futebol de 5
Ricardinho, camisa 10 da seleção brasileira de futebol de 5 na ParalimpíadaFoto: Getty Images/A. Loureiro

Süddeutsche Zeitung – Uma lei como um machado (25/08)

Bolsonaro planeja não dar mais nenhuma área protegida aos povos indígenas. Com isso, ele não ameaça apenas a eles, mas ao planeta.

Jair Bolsonaro ainda era um simples parlamentar quando subiu a um palco em abril de 2017 e fez promessas: se fosse eleito presidente, o político de direita faria com que todas as preguiçosas organizações não governamentais tivessem o financiamento cortado; todo brasileiro teria uma arma em casa; enquanto nem um centímetro de terra seria mais demarcado como área protegida para as comunidades tradicionais.

O público aplaudiu naquela época, e Jair Bolsonaro está no cargo desde 1º de janeiro de 2019. E mesmo que os projetos sociais continuem funcionando e nem todo brasileiro tenha um rifle ou pistola, Bolsonaro pelo menos cumpriu uma promessa: nenhuma nova área indígena foi demarcada por seu governo. Pelo contrário: as autoridades de proteção foram esvaziadas, orçamentos foram reduzidos, funcionários foram cortados. Agora, um projeto de lei pode resultar na rejeição de dezenas de pedidos de demarcação de terra indígena. Tudo isso é uma notícia alarmante, não apenas para as comunidades tradicionais, mas para o mundo todo.

Der Spiegel – O milagre brasileiro da vacina (29/08)

O presidente Bolsonaro afirmou que a vacina contra o coronavírus transforma seres humanos em jacaré. Mesmo assim, é enorme o número de brasileiros que querem se vacinar; em São Paulo 99% dos adultos já tomaram uma dose. Como isso é possível?

O Brasil é considerado um exemplo absolutamente negativo no que diz respeito à gestão da pandemia. Mais de 570 mil cidadãos já morreram devido ao coronavírus. O presidente Jair Bolsonaro minimizou a doença desde o início; nunca houve uma estratégia de contenção consistente.

Mas no que diz respeito à campanha de vacinação, o país está se saindo surpreendentemente bem: mais de 60% dos brasileiros adultos já receberam uma dose. Na maior cidade, São Paulo, a percentagem chega a 99%, uma cifra alta, mesmo em uma comparação internacional. O estado de Mato Grosso do Sul há um bom tempo também vacina os jovens. O país quer iniciar as doses de reforço em setembro.

Os brasileiros também devem esse sucesso a si próprios: eles confiam nas vacinas como nenhuma outra população. Enquanto os opositores da vacinação dos EUA e da Europa tentam abertamente comprometer o sucesso das campanhas, e muitos na África temem a vacina, de acordo com uma pesquisa 94% de todos os brasileiros querem receber uma vacina contra a covid-19 ou já o fizeram – apesar de o presidente Bolsonaro afirmar que ela poderia transformá-los em jacaré.

Der Tagesspiegel – Ricardinho encanta pelo Brasil (30/08)

Os jogadores cegos do futebol brasileiro nunca perderam nas Paralimpíadas – e já estão no rumo do ouro em Tóquio

Ricardinho: o nome do excepcional jogador de futebol cego não apenas lembra o da lenda do futebol brasileiro Ronaldinho, mas também rivaliza com ele. A seleção brasileira, da qual é considerado um superastro, continua sua extraordinária sequência. Desde que o futebol de 5 se tornou modalidade paralímpica nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004, o time ganhou todas as medalhas de ouro e não perdeu nenhum dos 24 jogos.

(…)

O esporte é praticado em mais de 40 países ao redor do mundo – mas o Brasil está muito à frente. Um motivo importante é que o esporte tem suas origens na América do Sul: essa modalidade especial de futebol já era disputada de forma organizada no Brasil na década de 1960 – em contraste com a Alemanha, que só começou em 2006. Os campeonatos mundiais acontecem a cada dois anos desde 1998.

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