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O Brasil na imprensa alemã (04/12)

4 de dezembro de 2019

Mortes durante intervenção da polícia em baile funk em Paraisópolis, tarifas impostas por Trump sobre o aço brasileiro e as acusações de Bolsonaro contra o ator Leonardo DiCaprio foram destaque na mídia da Alemanha.

Symbolbild Ungleichheit in Brasilien (picture-alliance/AP Photo/V. R. Caivano)
Favela de Paraisópolis, em São PauloFoto: picture alliance/AP Photo

TazAcidente ou morte planejada? (04/12)

No Brasil, no fim de semana, nove pessoas morreram durante operação policial numa favela em São Paulo. Moradores veem o ocorrido como uma retaliação da polícia pela morte de um colega.

A rua Ernest Renan é uma via movimentada, repleta de pequenas lojas, salões de cabeleireiros e igrejas evangélicas no coração da favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo. Na segunda-feira, quase nada lembrava o que acontecera ali dois dias antes. Após uma operação policial durante um baile funk, o pânico tomou conta do local. No final da noite, nove pessoas morreram pisoteadas.

A polícia disse que estava perseguindo dois homens numa motocicleta com quem já havia trocado tiros. Segundo os policiais, os homens teriam fugido em direção ao baile funk, e pessoas presentes na festa teriam atacado a polícia com pedras e garrafas. Em seguida, a polícia dispersou o evento com gás lacrimogêneo e balas de borracha. Havia ao menos 5 mil pessoas no local.

Vários moradores da favela suspeitam que a operação no sábado tenha sido um ato de retaliação por um colega morto. Há um mês, um policial morreu em Paraisópolis após um tiroteio com traficantes. Os policiais então anunciaram uma onda de terror. Vários residentes da comunidade relatam prisões arbitrárias e ameaças. Não seria a primeira vez que policiais "vingam" a morte de um colega.

Spiegel OnlineTrump impõe tarifas sobre aço do Brasil e Argentina (02/12)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escolheu os novos alvos de sua disputa comercial. Trump anunciou no Twitter que vai impor taxas alfandegárias punitivas para o aço argentino e brasileiro. As tarifas seriam reintroduzidas "imediatamente", escreveu Trump.

Ele justificou o passo com a desvalorização "maciça" das moedas nacionais dos dois países sul-americanos. Isso "não é bom para os nossos agricultores", escreveu Trump no Twitter. Os EUA competem com os dois países em determinados produtos agrícolas, como soja e milho.

Trump também renovou suas críticas ao Federal Reserve, o banco central dos EUA. O Fed deveria cortar as taxas de juros e afrouxar sua política monetária "para que os países – e existem muitos deles – não possam mais tirar proveito do dólar forte, depreciando ainda mais suas moedas". No passado, Trump também acusou o Banco Central Europeu (BCE) de enfraquecer intencionalmente o euro.

Culpar a Argentina e o Brasil por uma desvalorização direcionada de suas moedas é algo ao menos questionável. A Argentina vem passando por uma grave crise econômica nos últimos dois anos. Desde o início de 2018, o peso perdeu mais de dois terços do seu valor. Em outubro, um novo presidente foi eleito. Em meados do ano, a Argentina havia tomado medidas contra a desvalorização de sua moeda.

O real também sofre há muito tempo com os problemas econômicos do país. Apenas alguns dias atrás, o Banco Central do Brasil interveio diretamente no mercado de câmbio.

TagesschauBolsonaro ataca DiCaprio (30/11)

Na disputa em torno dos incêndios na Floresta Amazônica, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro fez sérias acusações contra o ator americano Leonardo DiCaprio. "Agora, o Leonardo DiCaprio é um cara legal, não é? Dando dinheiro para tacar fogo na Amazônia", questionou Bolsonaro diante de um grupo de apoiadores na entrada do Palácio do Alvorada.

Para suas alegações, Bolsonaro se baseou, aparentemente, em postagens nas mídias sociais. Segundo essas postagens, a organização ambiental WWF teria pagado brigadistas por imagens dramáticas de incêndios florestais a fim de coletar mais doações – incluindo de patrocinadores como DiCaprio. O presidente não apresentou provas.

A WWF rejeitou as alegações, afirmando não ter pagado por essas fotos nem recebido doações de DiCaprio. "A corrupção foi e é a principal causa da destruição da Amazônia, da apropriação de terras, da violência contra comunidades locais e povos indígenas, de atividades ilegais e roubo de madeira", afirmou a organização em comunicado. "O que esperamos do governo é a coragem de enfrentar o problema do incêndio criminoso e da especulação imobiliária."

DiCaprio disse que as pessoas no Brasil que trabalham para preservar seu patrimônio natural e cultural merecem apoio, mas que ele não fez nenhuma doação para a organização mencionada.

Recentemente, o governo Bolsonaro foi criticado internacionalmente por sua política ambiental. Os grandes incêndios florestais na estação seca causaram consternação em todo o mundo. Bolsonaro vê a floresta tropical principalmente como um potencial econômico e quer explorar mais terras para agricultura, mineração e energia. Ele é acusado de incentivar madeireiros e fazendeiros às práticas do desflorestamento e queimadas.

CA/ots

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