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O Brasil na imprensa alemã (06/02)

6 de fevereiro de 2019

A conexão entre Flávio Bolsonaro e milicianos no Rio, o padrão de qualidade da certificadora TÜV Süd no Brasil e a situação da comunidade LGBT são alguns dos destaques da semana que passou.

Brasilien -  Flávio Bolsonaro Sohn von Jair Bolsonaro
Flávio Bolsonaro está no centro de escândalo revelado no primeiro mês do novo governoFoto: Reuters/S. Moraes

Süddeutsche Zeitung – Flávio Bolsonaro e o matador de aluguel, 04/02/2019

O senador brasileiro Flávio Bolsonaro é chamado de Zero Um pelo pai. Esse pai, o presidente Jair Bolsonaro, numerou os filhos pela ordem de nascimento. Zero Um é o primogênito. Em comparação com seus irmãos Zero Dois e Zero Três, que também são políticos, Flávio Bolsonaro, de 37 anos, era considerado um extremista de direita não tão linha-dura. Como prova, observadores apontavam que ele conversava com políticos de esquerda nos corredores do Congresso e empregou "até mesmo um homossexual" no seu gabinete no Rio.

A questão sobre quem mais ganha ou ganhou dinheiro nesse gabinete é objeto de um escândalo de governo. Zero Um se tornou um filho-problema para o novo presidente, apenas um mês depois da troca de governo. Tornou-se público que Flávio Bolsonaro empregou como assessoras, até novembro de 2018, a mãe e a esposa de Adriano da Nóbrega. Nóbrega é considerado um dos principais matadores de aluguel do Rio de Janeiro. Ele é suspeito de ser um dos líderes do esquadrão da morte Escritório do Crime. Investigadores o consideram um dos principais suspeitos no assassinato de Marielle Franco.

Welt am Sonntag – TÜV Süd não usou padrões alemães em certificação de barragem, 03/02/2019

A subsidiária da TÜV Süd que certificou a barragem rompida no Brasil usa padrões de segurança diferentes dos da matriz na Alemanha. Segundo informações do Welt am Sonntag, com base em altos escalões da empresa, as filiais no exterior da TÜV Süd observam apenas os "padrões adaptados ao mercado", ou seja, os comumente usados no local.

A própria empresa confirma essa informação. (...) Assim, o selo da TÜV corresponde a diferentes padrões em diferentes países.

Aparentemente há um motivo decisivo: "Clientes nesses países não estão dispostos a pagar por padrões mais elevados do que os habituais do seu mercado", disse uma pessoa de dentro da TÜV. "Se exigíssemos padrões de qualidade como os da Alemanha para as filiais no exterior, não teríamos mais contratos nesses países." Assim, no exterior, apesar da certificação pelo grupo TÜV Süd, o risco é "levemente maior" do que numa unidade equivalente na Alemanha.

Zeit Campus – "Eu tenho medo quando ando no Rio", 03/02/2019

Ele prefere ver o filho morto a gay, disse Jair Bolsonaro – e mesmo assim conseguiu convencer 55% das brasileiras e dos brasileiros a votar nele para presidente. O Brasil já estava dividido antes da vitória de Bolsonaro: em parte aberto e em parte hostil a lésbicas, gays, bissexuais e pessoas transgênero.

Leis apoiam a comunidade LGBT+, há o casamento para todos e um direito de adoção para casais do mesmo sexo. Ao mesmo tempo, o Brasil tem uma das mais elevadas taxas de assassinato de LGBT+ em todo o mundo: só em 2018, 320 pessoas LGBT+ foram mortas, segundo a organização Grupo Gay da Bahia.

Com suas declarações homofóbicas, Bolsonaro fortalece essa divisão, e muitas pessoas LGBT+ vivem com medo no Brasil. O parlamentar gay Jean Wyllys foi tão ameaçado de morte que abandonou seu mandato e deixou o país.

AS/ots

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