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O Brasil na imprensa alemã (06/05)

6 de maio de 2020

Veículos alemães destacam que, enquanto o mundo busca caminhos para combater o coronavírus, o Brasil discute um presidente que parece chefiar uma seita contaminada pelo "vírus do ódio".

Manifestantes protestam a favor de Bolsonaro em São Paulo
Mundo bolsonarista age como uma seita, diz revistaFoto: picture-alliance/dpa/D. Oliveira

Der Spiegel – "O vírus do ódio" (02/05)

No mundo do presidente brasileiro Jair Messias Bolsonaro só há lugar para dois tipos de pessoas: há os cidadãos de bem, entre os quais estão essencialmente o próprio Bolsonaro, sua família e os seus apoiadores. E há os comunistas.

De herói do povo a traidor da pátria – no mundo bolsonarista, por vezes há apenas algumas horas entre as duas coisas. Uma palavra errada pode ser suficiente, um "like" errado, um alerta sobre os limites da Constituição. É como uma seita. Só existe dentro ou fora.

A declaração do ex-juiz e agora ex-ministro Sergio Moro é explosiva para Bolsonaro, pois mostra a compreensão duvidosa de democracia por parte de um homem que se equipara cada vez mais descaradamente às instituições do Estado. Para ele, trata-se sobretudo de si próprio, de aumentar o seu poder, de proteger a sua família de processos judiciais. "Eu sou a Constituição", disse ele recentemente.

Enquanto outros países buscam caminhos para enfrentar o coronavírus, o Brasil discute um processo de impeachment.

TAZ – "Bolsonaro inflama contra a imprensa" (06/05)

Enfurecido e agitado com a primeira página do diário Folha de S. Paulo nas mãos, Jair Bolsonaro saiu do palácio presidencial, em Brasília, na terça-feira de manhã. Ali, como todas as manhãs, reuniram-se seus partidários e representantes da imprensa. O presidente do Brasil não poupou palavras e usou termos como patifaria e canalha para se referir ao jornal.

Dia após dia Bolsonaro agita os ânimos contra os meios de comunicação tradicionais. À semelhança do presidente americano, Donald Trump, o presidente brasileiro se comunica quase exclusivamente através das redes sociais, onde tem milhões de seguidores e um enorme alcance. Ele tem como alvo especial o diário liberal Folha de S. Paulo, o maior do Brasil.

Associações de jornalistas e políticos de quase todos os campos criticaram duramente os ataques verbais de terça-feira. Nas redes sociais, a hashtag #EuNãoMeCalo era a tendência.

Die Welt "Jogadores brasileiros podem voltar a atuar, mas não querem" (02/05)

Enquanto na Alemanha a Bundesliga tenta convencer os políticos a permitirem a volta dos jogos de futebol, no Brasil acontece o contrário. E o controverso presidente Jair Bolsonaro está exercendo enorme pressão. Ele quer ver a bola, parada desde março, voltar a rolar novamente. Mas os jogadores não querem.

As férias forçadas para os profissionais do maior país da América Latina, causada pelo coronavírus, terminaram em 1º de maio. Para coincidir com o Dia do Trabalhador, o Ministério da Saúde enviou um decreto à federação e aos clubes: eles devem jogar novamente em meados do mês, especialmente porque o futebol é uma atividade relevante no contexto brasileiro.

Mas os jogadores não querem. Raí, campeão mundial de 1994, considerou os esforços da controversa administração Bolsonaro como no "limite da irresponsabilidade". O jogador de 54 anos é o diretor do clube São Paulo. A sua palavra tem peso na indústria da bola.

No Brasil, se desenha um cenário semelhante ao da Alemanha, ameaçador: a falta de receita resultará em menos gastos, cortes salariais e demissão de trabalhadores. O colapso está à vista. Mas os responsáveis permanecem firmes e são estritamente contra um regresso rápido aos gramados.

RPR/ots

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