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O Brasil na imprensa alemã (12/06)

12 de junho de 2019

Imprensa alemã destaca escândalo envolvendo a troca de mensagens entre Moro e Dallagnol. Para jornal, revelação de conversas pode acirrar divisão profunda do país.

Bolsonaro (esq.) e Moro participam de evento em Curitiba no mês de maio
Bolsonaro (esq.) e Moro participam de evento em Curitiba no mês de maioFoto: Imago Images/Fotoarena/R. Buhrer

Der Tagesspiegel – Na geladeira

A extensão total do esquema ainda não é conhecida, mas está claro que o Brasil está passando por um escândalo judiciário que está afligindo o governo do presidente Jair Bolsonaro. O escândalo envolve o ministro da Justiça, Sérgio Moro, que antes era considerado um homem limpo na luta contra a corrupção.

Durante seu tempo como juiz, Moro fez arranjos com o Ministério Público para condenar o ex-presidente Lula e impedir uma possível vitória eleitoral do PT. A condenação de Lula acabou por favorecer a vitória do extremista de direita Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de outubro de 2018. Depois, Bolsonaro nomeou Moro como ministro da Justiça.

Nos trechos conhecidos até agora, Moro dá instruções ao promotor Deltan Dallagnol sobre como conduzir a investigação contra Lula. Ele não é um juiz neutro, mas um mentor. Não se pode negar também que Moro dedicou tempo e energia consideráveis ao caso de Lula. Assim, ele contribuiu para a impressão de que a corrupção era apenas um problema para os governos Lula e de sua sucessora Dilma. Para o governo Bolsonaro, no entanto, o caso é um fardo pesado. Ele ainda não aprovou um projeto de lei importante no Congresso.

Süddeutsche Zeitung – Novas dúvidas sobre a sentença contra Lula

Há 14 meses, o ex-presidente Lula está numa cela de 15 metros quadrados em Curitiba. Lula, a figura da esquerda latino-americana, descreve o processo judicial contra ele como politicamente motivado. Ele salienta que, até hoje, não há provas de que o apartamento de luxo em questão lhe pertença. A condenação de Lula abriu caminho para que Bolsonaro se tornasse presidente.

No domingo, a plataforma The Intercept publicou transcrições da conversa para mostrar que o então juiz Sérgio Moro, que conduziu o julgamento de Lula, havia consultado previamente os promotores. Moro deu dicas sobre a direção que deveriam tomar. A Constituição proíbe tal mistura de investigação e jurisdição.

Para o presidente Bolsonaro, a ação é também extremamente desagradável, pois Moro ocupa agora o Ministério da Justiça. Resta saber se o caso realmente terá consequências para Moro – ou também para Lula. Em qualquer caso, deveria ter consequências para o Brasil. A eleição de Bolsonaro mostrou a divisão profunda do país – pouco mais da metade pensava que ele era um salvador, a outra metade um demagogo cujo objetivo principal era combater tudo o que está à esquerda. A revelação do Intercept pode acirrar esta divisão.

FC/ots

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