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O Brasil na imprensa alemã (15/11)

15 de novembro de 2017

Jornais alemães dão destaque a Dilma Rousseff e à sua tese de que o Brasil vive um golpe de Estado. Após se recolher na sequência do impeachment, ex-presidente diz que vai continuar fazendo política pelo resto da vida.

Dilma Rousseff
Dilma: "Entre todos os nosso problemas, a questão democrática é hoje a mais urgente"Foto: Getty Images/AFP/Evaristo SA

Die Zeit – O golpe de Estado ainda não terminou, 15/11/2017

Todos no Brasil reconhecem esta voz imediatamente: o tom de comando profundo e poderoso, com o qual Dilma Rousseff sempre conseguiu audiência – mas poucos amigos políticos. [...]

Dilma acredita que a democracia brasileira esteja vivendo um golpe pela segunda vez em sua jovem história – e que a sua deposição foi simplesmente o tiro inicial. Já durante o processo de impeachment, ela protestou com palavras incomuns, afirmando que se tratava de um complô, uma farsa, até mesmo um "golpe de Estado". Até hoje o país está profundamente dividido nesse assunto. [...]

Leia também: "É preciso perdoar quem bateu panela", diz Dilma

Rousseff não parece amarga quando fala da situação do Brasil, mas seu discurso ficou ainda mais radical do que antes, no Palácio do Planalto, onde ela precisava falar de maneira mais diplomática. Quando Michel Temer, seu sucessor, vira tema da conversa, ela o xinga de "usurpador”. E ela diz que ele conduz algo ainda pior que os generais de outrora, com seu firme programa neoliberal de austeridade e de reforma.

"A ditadura militar brasileira não acabou com direitos trabalhistas, com exceção de pequenas reformas", condena Rousseff. "Ela também não vendeu patrimônio nacional no exterior [ela se refere a reservas de petróleo estatais]. E eu lhe digo uma coisa: este golpe de Estado ainda não terminou."

"Entre todos os nosso problemas, a questão democrática é hoje a mais urgente", diz Rousseff. "Para que haja legitimidade novamente." Novas eleições deveriam ser convocadas o mais rápido possível [...] Sem novas eleições, diz ela, as pessoas confiariam cada vez menos na democracia e em suas instituições. Então, surgiriam desejos ainda maiores de uma mão pesada à la Bolsonaro, e a extrema direita ganharia, diz.

Frankfurter Allgemeine Zeitung – Passado ou presente?, 15/11/2017

Após sua remoção do Palácio do Planalto, em Brasília, Rousseff se recolheu por um período. Agora ela viaja novamente pelo Brasil, ao lado de seu antecessor Lula da Silva, que quer se candidatar na eleição presidencial do ano que vem. [...]

Rousseff suprime o fato de que Lula e ela mesma, independentemente de acusações concretas, poderiam ter uma responsabilidade moral pelo fato de, durante os anos de suas presidências, um sistema absurdo ter se consolidado e se expandido, no qual, como disse uma testemunha, a corrupção era a "regra do jogo".

Quando questionada se seu Partido dos Trabalhados não precisa urgentemente de uma renovação para recuperar a credibilidade, ela responde apenas: "Um líder popular, que consegue falar com o povo dessa maneira, não se tira do nada." De fato, Lula aparece bem na frente em todas as pesquisas. (Seguido de Jair Bolsonaro, um populista de direita homofóbico e admirador da ditadura).

E sobre o próprio futuro, ela diz: "Se vou me candidatar para um cargo novamente, isso vai depender das condições específicas. Mas vou fazer política pelo resto da vida."

LPF/ots

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