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O Brasil na imprensa alemã (17/03)

17 de março de 2021

"Pessoas estão morrendo na fila", "pandemia fora de controle": a catástrofe sanitária brasileira é destaque na mídia alemã.

Cemitério em São Paulo: estado vive explosão no número de mortes por covid
Cemitério em São Paulo: estado vive explosão no número de mortes por covidFoto: Andre Penner/AP Photo/picture alliance

FAZ: As pessoas estão morrendo na fila (12/03)

Em nenhum lugar do mundo são registradas atualmente mais infecções por covid-19 do que no Brasil. Em muitas cidades, não há mais leitos de UTI.

Estudos sugerem que o aumento se deve em parte à propagação da P.1, variante altamente contagiosa descoberta na Amazônia. A mobilidade ainda muito alta no país também é citada como um fator. O sistema de saúde está alcançando capacidade máxima em todo o país, incluindo clínicas privadas.

Os pacientes estão literalmente morrendo nas filas de espera. Somente no estado de São Paulo, um dos mais ricos e bem servidos do país, mais de 40 casos deste tipo foram registrados na última quinta-feira. Quase um em cada dez hospitais no estado de mais de 40 milhões de pessoas ficou sem leitos disponíveis para tratamento intensivo. Alguns hospitais estão tentando criar leitos improvisadas, enquanto outros não aceitam novos pacientes porque seus suprimentos de oxigênio estão ficando escassos.

Em sua live semanal, o presidente Jair Bolsonaro advertiu na quinta-feira sobre os saques em supermercados e leu o que ele disse ser uma carta de suicídio. Ele queria mostrar como seria perigoso o confinamento. As pessoas já estão se matando por causa disso, afirmou. Um de seus filhos, mais tarde, publicou uma foto do suposto corpo da pessoa que se suicidou.

Tagesschau:  "A pandemia está fora de controle no Brasil" (13/03)

Novos recordes de mortes, o sistema de saúde à beira do colapso - a segunda onda do coronavírus está varrendo o Brasil.

"Também estamos perdendo muitos jovens nesta segunda onda. Por favor, tomem cuidado onde puderem. Você não quer perder ninguém", diz Ana Lidia Souza, que trabalha como enfermeira em um hospital improvisado em Belém.

O Brasil está vivendo atualmente sua segunda onda da pandemia. Não apenas na região amazônica, mas também no sul do país, onde a infraestrutura é muito melhor e a situação também está piorando.

Nesta semana, pela primeira vez, mais de 2 mil pessoas morreram em um dia após terem sido infectadas pelo coronavírus. E não foi um ponto fora da curva: os números vêm aumentando há algum tempo. Em breve poderão ser mais de 3 mil mortes por dia, teme Miguel Nicolelis. "Essa previsão era para o final de março - mas infelizmente já vamos atingir esses números na próxima semana." O neurocientista é um dos médicos mais conhecidos do Brasil. A pandemia, afirma ele, está claramente fora de controle.

Os estados e cidades estão agora individualmente adotando medidas mais rigorosas. Mas isso só está acontecendo de forma tímida. E o presidente Bolsonaro ainda é um obstáculo a todas medidas contra o vírus.

TAZ: O próximo, por favor (16/03)

Queiroga tem tudo para fazer um bom trabalho, disse Jair Bolsonaro na segunda-feira à noite. Ele estava se referindo ao recém-nomeado ministro da Saúde Marcelo Queiroga. O cardiologista já é o quarto ministro da Saúde desde o início da pandemia e toma posse na fase mais dramática dela.

O Brasil está mergulhando cada vez mais fundo na catástrofe do coronavírus. Em muitos estados, o sistema de saúde está à beira do colapso. O maior país da América Latina avança apenas lentamente com a vacinação.

Muitos culpam o predecessor de Queiroga pelo caos. O general Eduardo Pazuello. Ele chefiou o ministério por dez meses - sem qualquer experiência prévia no setor de saúde. Como seu chefe Bolsonaro, Pazuello insistiu em minimizar a pandemia, confiando em um medicamento contra a malária ineficaz contra o coronavírus.

Que uma mudança tenha sido feita no Ministério da Saúde é provavelmente graças à pressão do influente bloco de centro-direita no Congresso. Após a candidatura do popular ex-presidente Lula para as eleições de 2022 se tornar possível na semana passada, Bolsonaro e seus parceiros/as estratégicos/as perceberam que o desastroso peso da pandemia poderia cair sobre ele. E assim, Bolsonaro, um antivacinação, se pronunciou recentemente a favor das vacinas e moderou um pouco seu tom.

Mas para a reeleição em 2022, Bolsonaro depende do núcleo duro de seus apoiadores/as, que no domingo se manifestaram novamente sem máscaras e sem distanciamento contra as restrições de combate ao coronavírus.

rpr/lf (ots)

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