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O Brasil na imprensa alemã (20/02)

20 de fevereiro de 2019

As decisões da TÜV Süd depois da tragédia em Brumadinho, a batalha dos artistas contra Bolsonaro no Rio e a nomeação da ex-feminista Sara Winter para a Secretaria Nacional da Mulher são alguns dos temas abordados.

Marielle Franco
Marielle Franco é lembrada em shows no Rio de JaneiroFoto: picture-alliance/AP/

Der Tagesspiegel – Como o presidente Jair Bolsonaro ataca artistas, 19/02/2019

O Brasil é governado por um político de extrema direita que ataca amplamente os artistas. Muitos deles temem pela sua existência, e uma batalha cultural se apresenta.

Sempre que o grupo Samba que Elas Querem se apresenta no Rio de Janeiro, há um momento de arrepiar. A cantora da banda feminina levanta a voz e grita de punho erguido: "Marielle!" O público responde como em uníssono: "Presente! Hoje e sempre!"

A homenagem vai para a política local negra Marielle Franco, do pequeno partido Socialismo e Liberdade. A mulher de 38 anos foi morta, no ano passado, no Rio, por um grupo de extermínio, com vários tiros na cabeça. O assassinato ainda não foi esclarecido, o Estado leva ostensivamente muito tempo. Mas é tido como certo que milícias de extrema direita de antigos policiais, cujos negócios Marielle Franco ameaçava, estejam por trás do crime. No Brasil não se descarta que Flávio Bolsonaro tenha ligações com essas milícias. Ele é o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro e senador no Congresso.

Portanto, quando Franco é lembrada, trata-se também de um protesto contra Jair Bolsonaro e contra tudo o que o seu clã de extrema direita representa. Além de Flávio, mais dois filhos do presidente pertencem a esse clã. Às vezes, o público ainda emenda espontaneamente um refrão: "Ele não, ele nunca", em referência ao presidente.

Spiegel Online - TÜV Süd abre inquérito interno, 19/02/2019

Depois do devastador rompimento de uma barragem no Brasil, a TÜV Süd suspendeu por tempo indeterminado todas as certificações de barragens de resíduos no país. Além disso, a empresa certificadora de Munique fará uma investigação interna.

"Mostrou-se duvidoso" se o atual sistema brasileiro de verificação de estabilidade de barragens é confiável e "capaz de proteger pessoas e meio ambiente de forma apropriada dos sérios riscos criados por barragens de resíduos", comunicou a empresa certificadora de Munique. Diante dessas considerações de segurança, a filial brasileira da TÜV Süd comunicou a Vale de que não poderá emitir certificados e relatórios "até que uma revisão completa do sistema esteja concluída".

TAZ – Sara Winter, uma antifeminista no Ministério das Mulheres, 14/02/2019

A mulher que acelera os corações dos "protetores da vida" é loira oxigenada, tatuada e fortemente maquiada. Sara Winter – jovem, eloquente e uma espécie de celebridade no Brasil – se define como "convertida". A antiga "feminista mais famosa do Brasil", como ela mesma se apresenta, atua hoje como testemunha principal contra o aborto, "ideologia de gênero" e a "seita religiosa" do feminismo. Disso Deus a curou, comunicou ela mesma num vídeo, em 2015.

Como recompensa, essa mulher de 26 anos, que não foi bem-sucedida ao concorrer a um mandato no Congresso em outubro, foi nomeada para a Secretaria Nacional da Mulher, onde deverá cuidar das políticas públicas para a maternidade. A ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, uma pastora evangélica, anunciou isso na sexta-feira passada.

AS/ots

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