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O Brasil na imprensa alemã (21/11)

21 de novembro de 2018

País vive onda de intolerância e agressividade, escreve jornal berlinense, relatando troca de acusações entre Bolsonaro e Jean Wyllys. Agência de notícias destaca saída de cubanos do Mais Médicos.

Jean Wyllys
Jean Wyllys teme ser agredido ao sair de casa, relata jornal alemãoFoto: Imago/Fotoarena

Der Tagesspiegel – Radicalmente diferente, 15/11/2018

Ele tem medo de sair de casa e deixa sua residência apenas para compromissos oficiais. Ele é protegido o tempo todo por três guarda-costas. E, mesmo assim, quando sai para a rua, sempre tem alguém que vocifera: "Cai fora, viadinho!". Ou: "Porco comunista!"

Nas últimas semanas ele recebeu centenas de ameaças de morte, e os seguranças dizem que elas devem ser levadas a sério. "Me sinto como numa prisão", diz Jean Wyllys.

Wyllys, de 44 anos, é deputado federal e representa o estado do Rio de Janeiro no Congresso. Ele é o único homossexual assumido entre os 513 representantes do povo. E o inimigo favorito do futuro presidente Jair Bolsonaro, que ao longo de anos o xingou e ridicularizou, na mídia e no Congresso, e o chamou de "bichinha" e "queima-rosca". Em resposta, Wyllys classificou Bolsonaro e seus apoiadores de "fascistas" e "estúpidos".

O Brasil já foi considerado tolerante e descontraído. Hoje vive uma onda de intolerância e agressividade. Os lados opostos no país parecem tão irreconciliáveis como Jean Wyllys e Jair Bolsonaro.

Agência KNA - Cuba retira seus médicos do Brasil, 15/11/2018

O populista de direita Bolsonaro criticou várias vezes o acordo com a comunista Cuba. Em agosto, ele afirmou que iria obrigar os médicos cubanos a fazer um teste de aptidão "e, com isso, mandá-los embora". Segundo ele, não é tolerável que médicos sem qualificação atuem no Brasil.

Na quarta, ele voltou à carga. Não há qualquer tipo de prova de que se trata de "médicos de verdade", afirmou. "Duvido que alguém de vocês aqui queira ser atendido por um cubano", disse Bolsonaro a jornalistas. Curiosamente ele chamou a decisão de retirar os médicos de "irresponsável".

O governo cubano lamentou o fim da parceria. "Mas não é aceitável que a dignidade, o profissionalismo e o altruísmo dos médicos cubanos sejam questionados." A cooperação deveria durar pelo menos até meados de 2019.

AS/ots

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