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O Brasil na imprensa alemã (27/02)

27 de fevereiro de 2019

O projeto da reforma da Previdência, a polêmica carta do ministro da Educação às escolas e a onda de notícias falsas são alguns dos destaques dos últimos dias.

Presidente Jair Bolsonaro, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, entre outros, posam para foto segurando papel com proposta de reforma da Previdência
Presidente Jair Bolsonaro entrega no Congresso proposta de reforma da PrevidênciaFoto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Frankfurter Allgemeine Zeitung – Brasil planeja ambiciosa reforma previdenciária, 22/02/2019

A reforma proposta é "ambiciosa", segundo a maioria dos comentários de bancos e empresas de análise. Embora haja um consenso sobre a necessidade de se reformar o sistema previdenciário, observadores acreditam que o projeto de lei do governo deve enfrentar muita resistência e pedidos de modificações num Congresso fragmentado em 30 partidos. Como a lei previdenciária tem status constitucional, uma mudança exige uma maioria de três quintos dos deputados e senadores. Bolsonaro, cujo próprio partido só tem cerca de 10% dos assentos, não formou uma coalizão, ao contrário dos presidentes anteriores, e quer buscar a formação de maiorias de caso a caso. Acusações de corrupção contra seu filho e contra um ministro que já foi demitido, assim como disputas dentro do campo do governo não simplificarão essa tarefa.

Além disso, só a reforma previdenciária não seria suficiente para sanar de forma sustentável as finanças públicas, comentam especialistas em finanças. Novos cortes de gastos ou aumentos de receita de cerca de 4% do PIB seriam necessários, estima, por exemplo, o Deutsche Bank.

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Neues Deutschland – Batalha cultural de direita na sala de aula, 26/02/2019

No Brasil, as escolas estão se tornando cada vez mais palco de disputas políticas. O ministro brasileiro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, enviou uma carta a todas as escolas do país na segunda-feira, na qual exige que no primeiro dia do ano escolar os alunos cantem o hino nacional brasileiro e recitem o slogan da campanha do presidente ultradireitista Jair Bolsonaro, "Brasil acima de tudo e Deus acima de todos". Além disso, as escolas devem filmar a ação e enviá-la ao governo.

O conselho nacional Consed criticou duramente o pedido do ministro da Educação e escreveu que a ação viola a autonomia das escolas. O político de esquerda Marcelo Freixo afirmou: "O problema não é que o hino nacional deva ser cantado, mas que as crianças sejam filmadas sem a permissão de seus pais e tenham que usar um slogan de campanha". Freixo anunciou que entrará com uma ação judicial por considerar a iniciativa inconstitucional.

NDR – Fake news: Brasil nas garras das notícias falsas, 27/02/2019

A onda de notícias falsas que atingiu o Brasil preocupa as pessoas de forma muito concreta. E ela é sistemática. O ponto alto da enxurrada de notícias falsas foi durante a campanha das eleições presidenciais no ano passado. Ela catapultou o extremista de direita Jair Bolsonaro ao cargo mais alto do Estado. Ele próprio propagou várias vezes notícias falsas durante a campanha eleitoral.

Por exemplo, Bolsonaro afirmou que seu adversário Fernando Haddad quer converter as crianças à homossexualidade. Esta mentira deliberada ainda hoje irrita Fernando Haddad. O candidato derrotado no segundo turno sabe que os vídeos de fake news clicados milhões de vezes no Facebook e no Whatsapp tiveram uma participação decisiva em sua derrota. A notícia falsa mais absurda: Haddad lançaria mamadeiras com bicos em formato de pênis.

MD/ots

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