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O Brasil na imprensa alemã (28/02)

28 de fevereiro de 2018

Intervenção militar no Rio de Janeiro, contusão de Neymar e o protesto político de cineastas brasileiros durante a premiação para filmes de temática LGBTI no Festival de Cinema de Berlim foram os destaques da semana.

Protest gegen die Gewalt in Rio de Janeiro. 25 Oktober 2018.
Protesto no Rio: "cidade perdeu sua leveza e alegria de viver diante da violência sem precedentes"Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Der Tagesspiegel – Brasil supera todos, 25/02/2018

"Fora Temer!" ecoa da última fileira. Este é há dois anos o slogan contra o presidente brasileiro, que chegou ao poder depois do impeachment de Dilma Rousseff. O político de 77 anos se segura no poder, apesar de todas as acusações de corrupção e protestos. Ele também é criticado na apresentação dos Teddy Awards para os melhores filmes de temática gay na Berlinale. Primeiro, pelo diretor Kiko Goifman, que, junto com Claudia Priscilla, obteve o prêmio Teddy de melhor documentário para Bixa Travesty. Ele agradece com lágrimas nos olhos e depois fala de censura e opressão em seu país. "Vivemos um momento terrível."

Marcio Reolon vê exatamente da mesma forma, ele que, juntamente com Filipe Matzembacher, assina direção e roteiro do longa-metragem Tinta bruta, vencedor do Teddy de melhor filme de ficção. "Estamos sendo confrontados com a perda de nossa democracia", diz o cineasta, de 33 anos.

Süddeutsche Zeitung – Briga por causa de uma fissura, 28/02/2018

Se tudo correr bem para a seleção brasileira, seu capitão, Neymar, aparecerá descansado para a Copa do Mundo da Rússia. Se tudo correr médio, a foma de Neymar no dia a abertura (14 de junho) será uma grande incógnita. Mas se tudo correr mal, Neymar não estará na equipe. Porque a contusão sofrida pelo jogador de futebol mais caro do mundo no domingo no jogo de seu time, Paris Saint-Germain, contra o Olympique Marseille (3 a 0), se mostrou ser mais séria do que se acreditava anteriormente.

(...)

Agora estourou um acirrado confronto de interesses em torno do tratamento certo para a fissura – e sobre o tempo de recuperação, que normalmente dura dois meses. De um lado, está o projeto PSG, dotado com petrodólares do Catar. O time está diante do jogo mais importante de sua história recente e quer esperar para ver se tem realmente que abrir mão de seu investimento mais caro: na terça-feira, o PSG quer se recuperar, no jogo de volta, da derrota por 3 a 1 sofrida no jogo de ida nas oitavas de final da Liga dos Campeões, contra o Real Madrid. Do outro lado estão Neymar e seus assessores, que já estão com o pensamento na Copa da Rússia.

Pois o torneio é um dos motivos pelo qual. Para estabilizar o osso danificado, que é tão grande quanto o dedo mindinho de uma mão adulta, um parafuso deve ser colocado. Neymar também faltaria no amistoso do Brasil contra a Alemanha em 26 de março, em Berlim – e não jogaria pelo menos até maio.

Frankfurter Rundschau – Tanques aos pés do Pão de Açúcar, 25/02/2018

São imagens perturbadoras as que estão saindo atualmente do Rio de Janeiro para o mundo todo. Na famosa Copacabana, os soldados em roupas de combate se misturam com os turistas em chinelos e shorts. As favelas, nos morros da cidade, são praticamente áreas ocupadas. Carros blindados estão em cantos estratégicos das favelas, os soldados revistam os habitantes em postos de controle e os fotografam em busca de criminosos.

Há uma semana, os militares tomaram posição sob o Pão de Açúcar. E as Forças Armadas vieram para ficar. Diante da incapacidade, da corrupção e da falta de pessoal da polícia do Rio, eles devem garantir a segurança na segunda maior cidade do Brasil até pelo menos o final do ano. O presidente Michel Temer ordenou isso em meados do mês, depois de uma semana de Carnaval especialmente violenta, e assim foi aprovado pelo Congresso. Especialistas consideram a medida inútil e suspeitam de que tem motivos políticos. Afinal, é ano eleitoral no Brasil. Em todo caso, a militarização desperta memórias da ditadura, que terminou no Brasil há apenas 30 anos.

De fato, o Rio de Janeiro perdeu sua leveza e alegria de viver diante da violência sem precedentes. A "Cidade Maravilhosa" se torna "cidade horrorosa". Em 2017, foram registrados 6.700 assassinatos no Rio, equivalentes a 18 por dia. É o número mais alto em quase dez anos e 26% maior do que em 2015. Três em cada quatro habitantes do Rio se mudariam da cidade, se pudessem, revelou uma pesquisa recente.

MD/ots

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