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O Brasil na imprensa alemã (30/09)

30 de setembro de 2020

Jornais destacam a destruição do meio ambiente pelo governo Bolsonaro e indenização a vítimas da ditadura militar pela Volkswagen do Brasil.

Volkswagen em São Bernardo do Campo
Volkswagen em São Bernardo do Campo: acordo com Ministério Público foi criticado por representantes das vítimasFoto: Getty Images/N. Almeida

Die Tagezeitung – Bolsonaro contra a natureza do Brasil (30/09)

O governo brasileiro está relaxando cada vez mais as exigências ambientais. Agora remove a proteção das paisagens de dunas e manguezais da costa do Atlântico. A violência contra os indígenas está aumentando

Em reunião do Conselho Nacional do Meio Ambiente, o ministro Ricardo Salles e seus colegas decidiram suspender a proteção de 1,6 milhão de hectares na costa do Atlântico.

Regulamentações rígidas haviam anteriormente colocado as paisagens de manguezais e dunas sob proteção ambiental e impedido a exploração comercial. Ambientalistas temem que as áreas possam agora ser abertas para empreendimentos turísticos e imobiliários. 

A eurodeputada verde Anna Cavazzini também vê a Europa como responsável. "Nós, europeus, não devemos ser ingênuos a ponto de assumir que a UE não pode desempenhar um papel aqui e que é impotente. Salles é movido por interesses econômicos", afirma a vice-presidente da delegação especializada no Brasil no Parlamento Europeu. “Os principais beneficiários de suas ações são a agroindústria brasileira, grandes produtores de camarão e redes hoteleiras", ressalta, afirmando ser necessário verificar se existem empresas e investidores europeus envolvidos neste caso.

Frankfurter Allgemeine Zeitung – Volkswagen indeniza vítimas da ditadura militar (25/09)

"Lamentamos sinceramente as violações que ocorreram no passado", disse Hiltrud Werner, que é responsável no conselho de administração da Volkswagen pela integridade e pela área jurídica. A Volkswagen destacou que foi a primeira empresa estrangeira a lidar com transparência com seu papel durante o regime militar no Brasil, que vigorou de 1964 a 1985. O impulso para que isso ocorresse foi lançado em 2015, quando vários ex-funcionários entraram com uma ação contra a Volkswagen. Uma comissão criada pela então presidente Dilma Rousseff já havia identificado indícios claros de uma colaboração entre a Volkswagen brasileira e o regime.

(...)

Representantes das vítimas no Brasil criticaram o acordo entre a Volkswagen e o Ministério Público brasileiro. As negociações foram conduzidas sem a participação deles, afirmaram em nota. As propostas dos representantes das vítimas para a utilização das doações também teriam sido ignoradas. Na opinião dos críticos, a compensação para os ex-trabalhadores mais atingidos chega tarde demais. É o caso, por exemplo, de Lúcio Bellentani, morto no ano passado, cujo caso, captado em documentário, recebeu atenção especial porque foi comprovado que ele foi torturado pela polícia secreta na fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo. Diz-se que cerca de 60 pessoas foram afetadas. Os representantes das vítimas acusam a Volkswagen de apresentar as doações agora acertadas com o Ministério Público como um "benefício" e não como uma reparação por sua "cumplicidade com a ditadura militar". A Volkswagen, segundo eles, se preocupa apenas com imagem e marketing.

 

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