Em 23 de março de 1933, o Reichstag adotou a chamada Lei Plenipotenciária, que permitia ao regime nazista impor leis sem a aprovação prévia do Parlamento. Era o início da ditadura nazista.
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O movimento nazista de Adolf Hitler começara a ganhar importância na Alemanha a partir de 1930. Aproveitando-se da onda de descontentamento nacional e do enorme índice de desemprego, seu Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores (NSDAP), com tendências extremamente antidemocráticas e antissemitas, tornou-se em 1932 o mais forte no Reichstag (Parlamento alemão até 1945). Um ano mais tarde, Hitler assumiu a chefia de governo.
Havia esperanças de poder evitar a supremacia nazista porque, além dos membros do NSDAP, o gabinete de governo era formado por ministros sem partido e políticos de outros partidos de direita. Mas a máquina de propaganda chefiada pelo ministro Joseph Goebbels usou o episódio do incêndio do Reichstag, em fevereiro de 1933, atribuído aos comunistas, para justificar medidas violentas de perseguição a eles. Cinco mil oposicionistas foram presos, principalmente comunistas e social-democratas, e cancelada grande parte dos direitos fundamentais garantidos pela Constituição de Weimar.
Deputados foram intimidados
No dia 23 de março de 1933, o próprio Hitler compareceu à sessão parlamentar, que havia sido cercado pelas tropas das forças paramilitares nazistas SS e SA, para intimidar os deputados. Era o dia da votação da sua Lei de Concessão de Plenos Poderes. Se os parlamentares não a aprovassem, ele ameaçou usar "outros métodos" para impor seu regime ditatorial. Os social-democratas foram os únicos que votaram contra.
Ele optou por submetê-la ao Reichstag para calar os críticos dentro e fora do país e dar a impressão de legalidade parlamentar. Hitler compareceu à sessão vestido com uma camisa marrom. Atrás dele, uma enorme suástica cobria a parede. A lei que instaurou a ditadura nazista, aprovada por todos os partidos conservadores, levava o nome oficial "lei para acabar com a miséria do povo e do Reich".
Ela proibia todos os partidos, exceto o nazista, os sindicatos foram desmantelados e a liberdade de imprensa extinta. O regime passou a perseguir e internar em campos de concentração as pessoas indesejadas. Os órgãos parlamentares foram dissolvidos ou destituídos. Quando o presidente, marechal Paul von Hindenburg, morreu em 1934, Hitler também ocupou seu cargo, assumindo o controle total sobre a Alemanha. Estava consolidada a ditadura nazista.
Os homens que lideraram a Alemanha nazista
A história do mundo desde o século 20 seria bem diferente sem a atuação fatídica do Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores, sua ideologia, propaganda e crimes. Quem eram as principais figuras do movimento?
Foto: picture-alliance/dpa
Joseph Goebbels (1897-1945)
Como ministro da Propaganda, o virulentamente antissemita Joseph Goebbels cuidou para que a mensagem nazista unificada e forjada em ferro chegasse a cada cidadão do "Terceiro Reich". Ele sufocou a liberdade de imprensa, controlou mídia, artes e informação, e impeliu Hitler a declarar "guerra total". Goebbels e esposa cometeram suicídio ao fim da Segunda Guerra, após envenenar seus seis filhos.
Foto: picture-alliance/Everett Collection
Adolf Hitler (1889-1945)
O líder do Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores (NSDAP) desenvolveu sua ideologia antissemita, anticomunista e racista bem antes de assumir como chanceler do Reich, em 1933. Minou as instituições políticas da Alemanha, tornando-a um Estado totalitário, e a partir de 1939 desencadeou a Segunda Guerra, enquanto supervisionava o Holocausto. Adolf Hitler se suicidou em abril de 1945.
Foto: picture-alliance/akg-images
Heinrich Himmler (1900-1945)
Como líder da força paramilitar nazista SS ("Schutzstaffel"), Heinrich Himmler foi um dos membros do partido mais diretamente responsáveis pelo Holocausto. O também chefe de polícia e ministro do Interior controlava todas as forças de segurança do "Terceiro Reich". Ele supervisionou a construção e as operações de todos os campos de extermínio, onde mais de 6 milhões de judeus foram assassinados.
Foto: picture-alliance/dpa
Rudolf Hess (1894-1987)
Três anos após se filiar ao partido nazista, Rudolf Hess participou em Munique do frustrado Putsch da Cervejaria de 1923. Na prisão, ajudou Hitler a escrever "Mein Kampf". Hess fugiu para a Escócia em 1941, para tentar negociar um acordo de paz, mas foi capturado e mantido em cárcere até o fim da guerra. Em 1946, respondeu a processo em Nurembergue, cumprindo prisão perpétua.
Foto: Getty Images/Central Press
Adolf Eichmann (1906-1962)
Ao lado de Himmler, Adolf Eichmann foi um dos principais organizadores do Holocausto. Como tenente-coronel da SS, geriu as deportações em massa de judeus para campos de extermínio nazistas no Leste Europeu. Após a derrota alemã, fugiu para a Áustria e depois para a Argentina, onde foi capturado pelo Mossad israelense em 1960. Condenado por crimes contra a humanidade, foi executado em 1962.
Foto: AP/dapd
Hermann Göring (1893-1946)
Participante do fracassado Putsch da Cervejaria, Hermann Göring se tornou o segundo homem mais poderoso da Alemanha depois que os nazistas tomaram o poder. Ele fundou a polícia secreta do Estado, Gestapo, e serviu como comandante da Luftwaffe até pouco antes do fim da Segunda Guerra Mundial. Göring foi condenado à morte em Nurembergue, mas se suicidou na noite anterior à execução.