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O difícil caminho dos Bálcãs em direção à UE

Bernd Riegert (sv)26 de fevereiro de 2006

Em 20 anos, é possível que todos países da Europa tenham se tornado membros da UE. Entre os atuais candidatos, porém, a diferença de "preparação" para o bloco é gritante.

Países balcânicos: obstáculos para o ingresso na UEFoto: AP

O alemão Günter Verheugen, vice-presidente da União Européia, aposta que em duas décadas toda a Europa estará unida sob a sigla do atual bloco de 25 países. Até o próximo 5 de abril, por exemplo, a Sérvia terá que enviar o ex-general Ratko Mladic ao Tribunal da ONU para julgar crimes de guerra, sediado em Haia, na Holanda.

No mesmo dia em que vence o prazo para que Mladic se apresente, deverá acontecer a próxima rodada de negociações entre Sérvia-Montenegro e a UE, tendo em vista um possível acordo de associação do país ao bloco.

Kosovo: empecilho para a Sérvia-Montenegro

A Sérvia, de acordo com a Comissão Européia, é o último país da lista, quando se fala em aproximação da UE. Um dos obstáculos está na difíceis negociações sobre o Kosovo – oficialmente ainda território pertencente à Sérvia-Montenegro, mas adminsitrado na prática pela ONU.

Somente quando a questão do Kosovo estiver definitivamente solucionada é que a UE estará disposta a pensar concretamente em uma aproximação de Belgrado. Mesmo assim, a Sérvia deverá contar de imediato com sólido apoio financeiro da UE, assegura Olli Reh, comissário do bloco para a expansão.

Bósnia-Herzegóvina: tropas de paz ainda necessárias

Tribunal da ONU em Haia: julgamento de crimes de guerra e contra a humanidadeFoto: dpa - Fotoreport

Com a Bósnia-Herzegóvina, as negociações a respeito de possíveis acordos já começaram. Na melhor das hipóteses, haverá um solução ainda este ano. Além disso, há previsão de auxílio financeiro para reformas no país e facilidades no que diz respeito ao comércio exterior.

Também da Bósnia-Herzegóvina o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, exigiu uma cooperação com o Tribunal da ONU em Haia. Afinal, Radovan Karadizic, ex-líder político dos sérvios bósnios e acusado de ter praticado atrocidades durante a guerra nos Bálcãs, ainda continua em liberdade. Sem esquecer de que a UE continua mantendo uma tropa de paz de seis mil soldados estacionada na Bósnia-Herzegóvina.

Albânia: longo prazo

Em relação à Albânia, a UE sente progressos nas negociações dos últimos tempos. No útlimo 18 de fevereiro, foi selado um acordo de "associação", que significa um primeiro passo no longo caminho rumo ao ingresso ao bloco.

Já a Macedônia recebeu em dezembro último o título de "candidato oficial ao ingresso" na UE, após ter implantado, com sucesso, os programas definidos no acordo de associação com o bloco, assinado em 2001.

Croácia: negociações adiantadas

Bandeiras da Croácia e da UEFoto: AP

Já bem mais concreta é a situação da Croácia, país com o qual foram iniciadas negociações oficiais em outubro de 2005. Também em relação à Croácia, a grande dificuldade vinha sendo a falta de cooperação com o Tribunal em Haia.

Em visita recente ao país, Barroso e Rehn assinaram acordos que prevêem auxílio financeiro ao país na fase que antecede ao ingresso no bloco. Além disso, o governo croata se comprometeu a desenvolver uma série de reformas em relação à política para o meio ambiente e agricultura. Zagreb aguarda a admissão na UE para o ano de 2009.

Zona livre de comércio

Entre 2000 e 2006, a UE destinou cinco bilhões de euros em ajuda aos países dos Bálcãs. Até o fim deste ano, espera Bruxelas, deverá ser criada uma zona de livre comércio na região, com o objetivo de eliminar obstáculos para as relações entre os países.

Apesar de todas as dificuldades, o comissário Rehn reafirma as palavras ditas em 2003, no encontro de Salônica: "Todos os países dos Bálcãs são Estados europeus e, por isso, deverão fazer parte da UE".

Durante um encontro informal que deverá acontecer em Salzburgo em março próximo, os ministros do Exterior dos atuais países-membros do bloco deverão discutir sobre os próximos passos em direção à ampliação.

França e Holanda freiam, Áustria insiste

Enquanto a Áustria, no momento na presidência rotativa do bloco, procura forçar declarações de teor concreto em prol da ampliação, países como a França e a Holanda tendem a frear o processo.

O Parlamento Europeu, por sua vez, despachou uma resolução segundo a qual, após o ingresso da Romênia e da Bulgária – agendado para 2007 – não haverá nenhuma rodada de negociações antes que a Constituição Européia entre em vigor. Esta deverá definir os princípios políticos e institucionais dos países pertencentes ao futuro enorme bloco.

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