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O dilema do Bayern na final da Champions League

Michael da Silva md
22 de agosto de 2020

Após varrer tudo à sua frente e se manter invencível por 29 jogos, time alemão tem na equipe de Neymar e Mbappe seu maior desafio na temporada. Hansi Flick deve optar entre manter estilo ou se adaptar ao adversário.

Montagem mostra técnico e três jogadores do Bayern
Bayern é tido como favorito para a final do torneio interclubes mais importante do mundoFoto: picture-alliance/dpa/F. Hoermann

Hansi Flick tem uma decisão a tomar. O estilo de alta octanagem do Bayern fez com que o time varresse tudo pela frente nesta temporada e alcançasse a final da Champions League, agendada para este domingo (23/08), com 15 gols marcados em seus últimos três jogos, após uma notável invencibilidade de 29 jogos.

Esta forma formidável é rara quando se trata do torneio interclubes mais importante do futebol europeu, e o Bayern continua sendo a equipe favorita na partida em Lisboa. Sua implacabilidade é marcada por um talento e estilo nunca vistos numa equipe do Bayern há muito tempo – talvez nunca –, mas a sua propensão para superar os adversários jogando com uma avançada linha defensiva cria fragilidades. É que eles ainda não enfrentaram uma equipe capaz de explorá-las.

A semifinal de quarta-feira foi vencida pelo ataque mais implacável. Serge Gnabry e Robert Lewandowski não são do tipo que olha os dentes do cavalo presenteado, enquanto o mesmo não pode ser dito do Lyon. Mas o Paris Saint-Germain provavelmente não será tão caridoso quanto seus compatriotas, com Neymar e Kylian Mbappe em plena forma no momento perfeito e Angel di Maria, o maestro, dirigindo a orquestra.

"O PSG é uma grande equipe", disse Flick. "Sabemos que eles têm jogadores rápidos e teremos de organizar a nossa defesa de uma forma diferente, mas sabemos que a nossa maior força é colocar os nossos adversários sob pressão."

A questão que pode estar tirando o sono de Flick à noite é se ele deve permanecer no seu estilo ou se ajusta suas táticas para lidar com a qualidade do adversário. Seus comentários acima sugerem que uma mudança pode estar por vir, mas o problema de Flick é que o Bayern realmente não tem outra maneira de jogar que não sacrifique sua capacidade de fazer gols quase ao bel prazer.

Neymar e Mbappe chegam em sua melhor forma à final da Champions LeagueFoto: Getty Images/AFP/F. FIfe

Gnabry e Neuer

Com Flick provavelmente só fazendo pequenos ajustes em sua fórmula vencedora, o desempenho de Manuel Neuer será fundamental. O Bayern não vai começar de repente a defender profundamente, o que significa que, quando Mbappe ou Neymar se colocarem atrás da defesa, Neuer terá que limpar a área como nenhum goleiro jamais fez antes. A sua capacidade de ler os ataques e fazer sua intervenção no momento certo será testada ao limite, com o PSG possivelmente quebrando a defesa do Bayern mais de uma vez neste domingo.

Apesar do calcanhar de Aquiles do Bayern, eles podem se confortar com o fato de que o PSG tem também suas próprias preocupações – inclusive um meio-campo prosaico com pouco dinamismo e falta de equilíbrio entre defesa e ataque. Serge Gnabry, que tem nove gols nesta Champions League, é o único jogador do Bayern com tudo em seu repertório para fazer o PSG correr até se cansar, e Flick tem falado sobre sua qualidade.

"Se você olhar para a maneira como Serge se desenvolveu nos últimos anos, não apenas no Bayern mas também na seleção, então você tem que dizer que ele está próximo de ser um jogador de categoria mundial", disse Flick. "Ele é um artilheiro dinâmico e perigoso, por isso estamos felizes por ele estar em nosso time. Ele tem uma qualidade tremenda."

Gnabry e Neuer: peças fundamentais no duelo com o PSGFoto: Getty Images/C. Ivill

A hora de Lewandowski

Se há um jogador do Bayern que merece uma medalha de vencedor da Champions League, esse jogador é Lewandowski. O atacante comemorou seu 32º aniversário na sexta-feira e, apesar de ter marcado 55 gols nesta temporada, esta pode ser sua última chance de glória europeia.

O título da Champions League sempre escapou de suas mãos. O mais próximo que ele chegou foi em 2013, quando liderou o ataque no Borussia Dortmund de Jürgen Klopp – marcando quatro gols contra o Real Madrid na semifinal, mas perdendo a final para o time pelo qual ele agora joga. Após o Real Madrid ter tentado e fracassado em contratar o craque polonês nos anos que se seguiram, esta final promete ser um momento de reivindicação pessoal.

Lewandowski é simplesmente o melhor atacante do mundo, disso não há dúvida. Ele esperou sete anos por este momento e, como o próprio Bayern, chega a esta final em sua melhor forma e está desesperado para ganhar o maior prêmio do futebol de clubes. A questão é se Bayern e Flick têm as respostas para as perguntas que o PSG fará.

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