Primeiro ano do cargo do republicano é marcado por contínuas trocas e saídas de assessores, que em alguns casos ficaram apenas poucos dias no cargo.
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O primeiro ano de governo do presidente Donald Trump é marcado por um entra e sai que parece não ter fim na sua equipe de assessores e ministros.
A imprensa americana já comparou a situação com o programa de televisão que era apresentado por Trump, The Apprentice, no qual uma pessoa era eliminada toda semana.
"Donald Trump está produzindo o maior reality show de todos os tempos", afirmou a emissora CNN. "Você pode deixar a reality TV, mas a reality TV não deixa você", ironizou.
Em meio aos contínuos abandonos, a imprensa americana afirmou que a Casa Branca passa por um período de turbulências sem precedentes e falou em caos. Trump negou.
"Todo mundo quer trabalhar na Casa Branca", assegurou o republicano durante uma entrevista. "Todos querem uma parte do Salão Oval." No Twitter, ele afirmou que "não há caos, apenas uma grande energia!".
Ele próprio, porém, contribuiu para a confusão ao acrescentar: "Ainda há pessoas que quero mudar (sempre procurando a perfeição)". Trump já reconhecera em outras oportunidades que é um chefe difícil e que gosta de ver seus assessores discutindo sobre medidas a serem tomadas. "Gosto de conflito", afirmou.
Casa Branca caótica
Trump nunca conseguiu preencher alguns cargos na Casa Branca, e outros estão constantemente em aberto. O de diretor de comunicação estará novamente vago em breve, depois da saída da quarta ocupante, Hicks. Antes dela passaram por lá Anthony Scaramucci, que ficou menos de uma semana, Sean Spicer e Mike Dubke.
Entre as saídas mais turbulentas estão as do ex-estrategista-chefe Steve Bannon, que mais tarde deu declarações sobre os bastidores do governo Trump ao jornalista Michael Wolff, que as incluiu em Fire and Fury: Inside the Trump White House (Fogo e Fúria: por dentro da Casa Branca de Trump).
O livro pinta o retrato de uma Casa Branca caótica, desastrada e disfuncional sob a liderança de Trump. Na televisão, Wolff disse que os membros da equipe veem o presidente como uma criança e o chamam de idiota pelas costas.
Outra saída de impacto foi a de Mike Flynn, chamado por Trump para ser o conselheiro de segurança nacional e que ficou apenas 25 dias no cargo. Ele foi afastado por ter mentido ao vice-presidente Mike Pence sobre seus encontros com representantes russos antes da posse de Trump.
AS/ap/dw/lusa
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Trechos de "Fogo e Fúria", o livro sobre os bastidores da Casa Branca de Trump
Mesmo antes de sua publicação, livro do jornalista Michael Wolff já causa irritação em Washington. Com base em mais de 200 entrevistas, obra oferece rara visão interna da Casa Branca e da campanha eleitoral.
Foto: picture-alliance/AP/B. Anderson
"Fogo e fúria"
Trechos já publicados do livro do jornalista americano Michael Wolff "Fogo e Fúria: por dentro da Casa Branca de Trump" revelam o que acontece nos bastidores do centro do poder nos EUA, da busca por segurança em hambúrgueres aos sonhos presidenciais de Ivanka Trump.
Foto: picture-alliance/AP/B. Camp
"Melania em lágrimas"
"O filho de Trump, Don Jr., disse a um amigo que pouco depois das 20h, na noite da eleição, quando parecia confirmada a inesperada tendência de que Trump realmente poderia vencer, seu pai parecia ter visto um fantasma. Melania caiu em lágrimas – que não eram de alegria. Em pouco mais de uma hora, um Trump confuso se transformou num Trump incrédulo e depois num Trump assustado."
Foto: picture-alliance/AP/V. Mayo
Ivanka Trump, "primeira mulher presidente"
"Comparando riscos e ganhos, tanto Jared (Kushner) quanto Ivanka decidiram aceitar cargos na Casa Branca, contrariando o conselho de quase todos que conheciam... Ambos fizeram um acordo sério: se algum dia surgir a oportunidade, ela será a candidata à presidência. A primeira mulher presidente, brincou Ivanka, não seria Hillary Clinton, mas Ivanka Trump."
Foto: picture-alliance/AP/M. Sohn
Buscando refúgio em "fast food"
"Ele tinha um medo antigo de ser envenenado, e essa é uma das razões pelas quais ele gostava de comer no McDonald's: ninguém sabia que ele iria aparecer, e a comida já estava pronta, o que era seguro."
Foto: Instagram
As teorias de Bannon
"O verdadeiro inimigo, segundo Bannon, era a China. A China seria a primeira frente numa nova Guerra Fria. A China é tudo. Nada mais importa. Se não lidarmos direito com a China, não vamos lidar direito com nada. Tudo é muito simples. A China está onde a Alemanha nazista estava em 1929 e 1930. Os chineses, como os alemães, são as pessoas mais racionais do mundo, até deixarem de ser."
Foto: picture-alliance/AP/B. Anderson
Bannon: Donald Jr. foi "traidor"
"Donald Trump Jr., Jared Kushner e o chefe da campanha, Paul Manafort acharam uma boa ideia se encontrar com um governo estrangeiro na sala de conferências no 25º andar do Trump Tower – e sem advogados... Mesmo se você acha que não se tratava de traição, falta de patriotismo ou uma bosta ruim, e eu acho que foi tudo isso, você deveria ter chamado o FBI imediatamente", disse Bannon.
Foto: picture-alliance/AP/C. Kaster
"Perder era ganhar"
"Se tivesse perdido a eleição, Trump se tornaria muito famoso e ao mesmo tempo um mártir da Hillary Idiota. Sua filha Ivanka e o genro Jared se tornariam celebridades internacionais. Steve Bannon se tornaria o chefe de fato do movimento Tea Party. Melania Trump, que havia obtido do marido a garantia de que ele não seria presidente, poderia voltar a ter almoços discretos. Perder era ganhar."