No dia em que seria disputada a primeira partida da final da Copa Sul-Americana 2016, as homenagens à Chapecoense continuaram mundo afora. As mais emocionantes ocorreram nos estádios das equipes, em Medellín e Chapecó.
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Chapecoenses se reúnem no estádio para homenagear jogadores
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No dia em que seria disputada a primeira partida da decisão da Copa Sul-Americana de 2016, continuaram mundo afora as homenagens à Associação Chapecoense de Futebol e às mais de 70 vítimas do trágico acidente aéreo. Na madrugada de terça-feira, o avião que transportava a equipe para a Colômbia caiu perto da cidade de Medellín.
As homenagens mais marcantes, no entanto, ocorreram no estádio Atanasio Girardot, onde o Atlético Nacional manda suas partidas, e na Arena Condá, casa do clube catarinense, em Chapecó. Milhares de torcedores, dirigentes, familiares e jogadores compareceram aos locais, no que foi uma celebração da vida, de solidariedade e, principalmente, de respeito.
Em Medellín, a compaixão foi gigantesca. Além dos 45 mil torcedores dentro do Atanasio Girardot, mais de 100 mil pessoas se reuniram nos arredores do estádio.
Dentro do estádio, os torcedores do Atlético Nacional cantaram músicas para a equipe brasileira.
Na cerimônia, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, pronunciou um discurso emocionado, enaltecendo as cores que unem as duas agremiações: o verde da esperança, e o branco da paz.
A Fifa e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também publicaram imagens do evento em Medellín.
O craque colombiano Radamel Falcao também se mostrou emocionado com o gesto da torcida do Atlético Nacional.
Mundo afora, monumentos importantes e famosos foram iluminados nas cores da Chapecoense, como, por exemplo, o Cristo Redentor, a Torre Eiffel, a Allianz Arena (estádio do Bayern de Munique) e o estádio de Wembley, em Londres.
Muitos clubes e jogadores também fizeram suas homenagens. Apenas para ilustrar o que ocorreu nos diversos campos europeus, confira o minuto de silêncio realizado no estádio de Old Trafford, do Manchester United.
E a celebração do centésimo gol do uruguaio Edinson Cavani pelo Paris Saint-Germain.
E os torcedores do Colo-Colo, do Chile, que soltaram milhares de bexigas verdes antes da partida semifinal da Copa do Chile.
Mas o ápice foi, sem dúvida, na Arena Condá, em Chapecó. Onze sobreviventes – entre eles jogadores que não embarcaram para a Colômbia – entraram de mãos dadas no estádio. Ao fundo, ouvia-se a torcida cantando a melodia criada por torcedores do Atlético Nacional: "Que escutem. Em todo o continente. Sempre recordaremos. A campeã Chapecoense."
Num telão foram projetados, sob aplausos, os nomes de todos os mortos no acidente.
E os gestos de solidariedade vieram até mesmo daqueles que no dia a dia nutrem uma rivalidade esportiva. Um torcedor do Criciúma chorando pela Chapecoense.
A emissora Fox Sports – da qual alguns jornalistas estavam na aeronave acidentada e que detém os direitos de transmissão da Copa Sul-Americana – transmitiu por 90 minutos, no horário em que seria disputada a final, simplesmente uma tela preta com a frase #90minutosdesilêncio.
A tragédia com o avião da Chapecoense
O voo que levava a equipe para final da Copa Sul-Americana caiu a poucos quilômetros de Medellín, na Colômbia. A bordo estavam nove tripulantes e 68 passageiros, entre jogadores, dirigentes do clube e jornalistas.
Foto: Reuters/M. Varley
Acidente próximo a Medellín
O acidente ocorreu na madrugada desta terça-feira (29/11) na região montanhosa conhecida como El Gordo, a cerca de 50 quilômetros de Medellín, no noroeste da Colômbia.
Aeronave de fabricação britânica
A aeronave modelo British Aerospace (BAE) 146, de fabricação britânica, operada pela boliviana LaMia (foto de arquivo), teria se partido em três partes durante um pouso forçado.
Foto: picture-alliance/AP Photo/L. Benavides
Mais de 70 mortos
Inicialmente, a lista fornecida pelas autoridades indicava que até 81 pessoas poderiam estar a bordo, incluindo 72 passageiros e nove tripulantes. Mais tarde, autoridades confirmaram um total de 71 mortos e seis feridos. Quatro pessoas não embarcaram de última hora.
Foto: picture-alliance/AP Photo/L. Benavides
Fim de um sonho
A equipe do Chapecoense viajava para Medellín, onde disputaria a final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, da Colômbia. O time embarcou num voo comercial a partir de São Paulo e com conexão em Santa Cruz de la Sierra. De lá, o avião partiu rumo a Medellín.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Cunha
Uniformes entre os destroços
Entre os destroços da aeronave, as equipes de resgate encontraram partes dos uniformes da Chapecoense. Estavam a bordo 22 jogadores de futebol, 25 dirigentes, membros da comissão técnica e convidados da equipe, além de 21 jornalistas brasileiros.
Foto: Imago/Xinhua
Sobreviventes
Segundo as autoridades locais, seis pessoas foram resgatadas com vida, mas uma morreu a caminho do hospital. Entre os sobreviventes estão os jogadores brasileiros Alan Ruschel (foto), Jackson Follmann e Hélio Zampier Neto.
Foto: Imago/Agencia EFE
Jornalista resgatado
Entre os sobreviventes está o jornalista brasileiro Rafael Henze. De acordo com as equipes de resgaste, Henze foi encontrado com vários ferimentos, mas sua condição é estável. O jornalista foi levado para o hospital de La Ceja.
Foto: Imago/Agencia EFE
Herói não resiste
Herói da classificação para a final da Sul-Americana, com uma defesa-chave na semi contra o San Lorenzo (foto), o goleiro Danilo chegou a ser resgatado com vida e foi levado para um hospital em Rionegro, próximo a Medellín. Porém, não resistiu aos ferimentos.
Foto: Reuters/E. Marcarian
Comoção da torcida
Após a notícia do acidente, fãs da equipe começaram a se aglomerar em frente à Arena Condá, estádio do time na cidade de Chapecó, Santa Catarina.
Foto: Reuters/P. Whitaker
Dia seguinte
Um dia depois da tragédia, torcedor mirim chora pela perda dos ídolos nas arquibancadas da Arena Condá, em Chapecó.
Foto: Getty Images/AFP/N. Almeida
Homenagem dos colombianos
No estádio do Atlético Nacional, em Medellín, dezenas de milhares de torcedores vestidos de branco prestaram tributo às vítimas da tragédia aérea, no dia 30 de novembro. Os jogadores do clube homenagearam os colegas da Chapecoense, com quem jogariam partida na final da Copa Sul-Americana.
Foto: picture alliance/dpa/M. D. Castaneda
Discurso emocionado
No estádio em Medellín, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, fez discurso emocionado. "As expressões de solidariedade que aqui encontramos nos oferecem um consolo imenso, uma luz na escuridão, num momento em que estamos todos tentando compreender o incompreensível", disse.
Foto: picture alliance/dpa/M. D. Castaneda
Velório coletivo
Torcedores da Chapecoense se despediram de seus ídolos numa cerimônia na Arena Condá, em 3 de dezembro. Apesar da chuva, milhares de pessoas foram ao estádio do clube para receber os caixões de jogadores, dirigentes e membros da comissão técnica do time. O presidente Michel Temer acompanhou a cerimônia, mas não discursou.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Moreira
Antes do acidente
A última partida do Chapecoense aconteceu em 27 de novembro, contra o Palmeiras, em São Paulo. A equipe perdeu por 1 a 0 na penúltima rodada da série A do Campeonato Brasileiro. Na foto, Alan Ruschel, um dos sobreviventes do acidente aéreo na Colômbia.
Foto: Getty Images/F. Vogel
Pouco combustível, excesso de peso
No dia 26 de dezembro, relatório divulgado por investigadores colombianos revelou série de erros humanos. Pilotos sabiam da falta de combustível. Aeronave trasnportava 400 quilos a mais do que o permitido e não estava certificada para voar acima de 29 mil pés. Mesmo assim, autoridades bolivianas aprovaram o plano de voo.