Uma fêmea de tubarão deu à luz num aquário italiano sem ter se acasalado com nenhum macho. Caso não é inédito, mas ainda não foi inteiramente explicado pela ciência.
Falta de companheiro pode ser uma razão pela qual tubarões se reproduzam assexuadamenteFoto: Stefan Sauer/dpa/picture alliance
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Cientistas do Aquário Cala Gonone, na ilha italiana da Sardenha, dizem que uma fêmea de cação-liso (Mustelus mustelus) que vive num tanque exclusivo de tubarões-fêmeas há dez anos deu recentemente à luz.
Segundo a assessoria de imprensa do aquário, eles aguardam atualmente uma análise de DNA do filhote, para confirmar se a concepção realmente ocorreu sem a participação de um tubarão-macho.
Tubarões e arraias do mediterrâneo estão doentes
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Para procriar, a maioria das espécies precisa que um óvulo seja fertilizado por um espermatozoide. Esse também é o caso dos tubarões. Mas alguns animais podem produzir descendentes sozinhos – um processo conhecido como partenogênese.
O termo vem das palavras gregas parthenos, que significa "virgem", e gênesis, que significa "origem". O caso observado na Itália pode ser a primeira vez que essa "concepção imaculada" ocorre em cações-lisos, pelo menos em cativeiro.
De onde vêm os bebês?
Contudo não seria a primeira vez que o processo – já constatado em várias outras espécies – é observado em tubarões. Os cientistas só ainda não sabem com que frequência isso acontece, diz Kevin Feldheim, pesquisador do Field Museum em Chicago, que pesquisa os hábitos de acasalamento dos tubarões. Os poucos casos observados ocorreram sobretudo em aquários, revelou à DW.
O fotógrafo "encantador de tubarões"
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Um estudo do Field Museum também constatou partenogênese numa população selvagem de peixes-serra-de-dente-pequeno, um tipo de arraia. Esse foi o primeiro caso observado na natureza de um vertebrado que normalmente se reproduz da maneira convencional, com um parceiro, se procriar assexuadamente.
Em tubarões, a reprodução assexuada geralmente acontece por meio do processo denominado "partenogênese automítica", explica Feldheim. Durante o desenvolvimento dos ovos, um ovo é produzido junto com três outros "corpos polares".
Normalmente, essas estruturas são simplesmente reabsorvidas pela fêmea. A partenogênese ocorre quando um dos corpos polares possui a mesma quantidade de material genético que o ovo, e o fertiliza.
Falta de machos pode ser a causa
Em 2017, cientistas australianos publicaram um estudo na revista Nature sobre duas fêmeas de tubarão-zebra que procriaram sozinhas, sem nenhum macho envolvido.
Um ano depois de ser separada de seu companheiro macho, a fêmea mais velha não botou nenhum ovo. No ano seguinte, sua filha de seu companheiro anterior foi adicionada ao tanque. Dois anos depois, a mãe teve três filhotes, enquanto a filha teve um.
Os cientistas acreditam que a falta de um parceiro pode estar por trás da reprodução assexuada. "Acreditamos que estar sem um macho certamente desencadeia a partenogênese", explica Feldheim, "mas além disso, desconhecemos o mecanismo."
Os lugares mais perigosos para surfar
Águas cheias de tubarões, recifes cortantes e ondas que quebram na parede de penhascos gigantes. Descubra aqui os locais mais perigosos para surfar.
Foto: Getty Images/AFP/B. Bielmann
Surfe selvagem no Havaí
A Pipeline, em Oahu, no Havaí, é conhecida por ter o padrão de onda mais mortal do mundo. As ondas quebram sobre arrecifes no Sunset Beach Park, em Pupukea, na costa norte de Oahu. A arrebentação acontece em águas rasas, junto aos recifes. Desde 1980, sete pessoas já perderam a vida ali. Apesar do risco ser conhecido, a Pipeline continua sendo um dos lineups mais lotados e intensos do mundo.
Foto: Getty Images/AFP/B. Bielmann
Teahupo’o, Taiti
Esta praia fica sobre um recife na costa sudoeste do Taiti, na Polinésia Francesa, no sul do Oceano Pacífico. As ondas quebram sobre um arrecife afiado, que fica a apenas alguns metros abaixo da superfície da água. As ondas monstruosas que atingem esta costa proporcionam algumas das manobras mais radicais já vistas.
Foto: Getty Images/AFP/G. Boissy
Costa da Califórnia
Mavericks fica ao norte de Half Moon Bay e ao sul de São Francisco, no norte da Califórnia. O Mavericks Invitational é um dos maiores campeonatos de surfe do mundo. As ondas são tão rápidas que um jet ski precisa puxar os surfistas para conseguirem entrar nelas. Além disso, formações rochosas submersas criam condições imprevisíveis.
Foto: Getty Images/E. Shaw
Peahi ou "Jaws", em Maui
Um surfista desliza em uma onda de 15 metros de altura em Peahi, também conhecida por "Jaws" (mandíbulas). Surfistas locais escolheram o nome em homenagem ao filme "Tubarão", devido à imprevisibilidade das ondas, semelhante ao ataque de um tubarão. As ondas ali facilmente podem passar de 18 metros de altura. Esse fenômeno é causado pela estrutura das rochas subaquáticas.
Foto: Getty Images/AFP/B. Bielmann
Praia do Norte, em Portugal
Surfistas arrojados testam os seus limites na Praia do Norte, em Nazaré, Portugal, onde ocorrem as ondas mais altas já surfadas. O americano Garret McNamara é o recordista mundial por ter pego a onda mais alta deste lugar. Ela tinha 24 metros.
Foto: Getty Images/AFP/F. Leong
Penhascos, outro perigo
Em Shipstern Bluff, na Tasmânia (Austrália), as enormes ondas arrebentam no chão de granito, diante de uma escarpa rochosa, como na foto. Combinando baixas temperaturas e muitos tubarões, o lugar é perigoso mesmo para surfistas experientes. Essas ondas são famosas por suas formações interiores multifacetadas, chamadas de degraus, que lhes dão uma aparência única.
Foto: Imago/UIG
Waimea Bay, em Oahu, Havaí
Em Waimea Bay, em Oahu, no Havaí, os surfistas se reúnem para celebrar quebras mortais e paredões de ondas gigantes que podem chegar a 18 metros. Nos anos em que as ondas chegam aos 7,5 metros, os principais surfistas são convidados para o respeitado campeonato em homenagem ao surfista e salva-vidas Eddie Aikau.
Foto: picture-alliance/AP Photo/E. Tanner
Fechado por causa de tubarões
A cidade australiana de Ballina, em New South Wales, ficou famosa por uma série de ataques de tubarões na costa leste da ilha e chegou a ser fechada em fevereiro de 2015. Na época, surfistas avistaram um tubarão branco de mais de 3,5 metros de comprimento.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Hunt
O tubarão branco
Grandes tubarões brancos frequentemente aparecem para caçar focas em Hout Bay, próximo à Cidade do Cabo, na África do Sul. Seal Island, uma pequena porção de terra que abriga milhares de focas, fica próxima ao Dungeons, um ponto de surfe com várias ondas mortais que quebram sobre pedras. A área é considerada um dos lugares mais infestados de tubarões do planeta.