O mistério por trás dos sumiços de magnatas na China
William Yang
4 de março de 2023
Desaparecimento de banqueiro chinês renova preocupações com a repressão estatal contra empresários. Analistas dizem que série de casos pode levar investidores a perderem confiança na China.
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O súbito desaparecimento de um bilionário chinês colocou os holofotes mais uma vez sobre a repressão da China a empresários proeminentes. Bao Fan, um dos banqueiros mais importantes do país – que fundou a China Renaissance, em 2005 – está desaparecido há mais de duas semanas.
Em um comunicado ao mercado de ações no domingo (26/02), a China Renaissance Holdings afirmou que Bao estava atualmente "cooperando com uma investigação realizada por certas autoridades" na China.
A empresa não forneceu mais detalhes sobre o paradeiro ou as condições de seu presidente, cujo sumiço levantou preocupações sobre uma possível repressão de Pequim ao setor de serviços financeiros do país.
Quem está em risco?
Após o desaparecimento de Bao, as ações da empresa listadas na Bolsa de Valores de Hong Kong caíram até 29%, antes de subirem 2,3% na segunda-feira. Alguns especialistas descrevem os desaparecimentos de empresários como "aterrorizantes". E Bao não é a única vítima.
Em setembro passado, o presidente do China Renaissance, Cong Lin, foi preso após uma investigação sobre seu trabalho na divisão de leasing financeiro do banco estatal ICBC, de acordo com a agência de notícias econômica Caixin.
"Não temos ideia sobre o paradeiro deles", disse William Nee, coordenador de pesquisa e defesa do Defensores de Direitos Humanos Chineses (DDHC). "Não sabemos se eles estão detidos em um hotel ou se estão em algum tipo de cela prisional", frisou.
Nee acrescentou que todas essas práticas ferem o Estado de direito, e a tendência de empresários proeminentes serem alvos mostra que a perseguição de Pequim não está afetando apenas dissidentes ou minorias étnicas.
"Nesse caso, vemos algumas das questões centrais na China, incluindo desaparecimento forçado e acesso negado a advogados, afetando algumas das pessoas mais poderosas do país", disse Nee em entrevista à DW.
Por que a China mira empresários proeminentes?
Embora a comunidade internacional veja o desaparecimento forçado como um tipo de violação dos direitos humanos, alguns analistas dizem que o Partido Comunista Chinês (PCC) o vê como uma "prática padrão".
"O governo chinês tem usado o mesmo método com muitas pessoas – e a única razão pela qual sabemos sobre o desaparecimento de empresários proeminentes é que eles são muito importantes", disse Yaqiu Wang, pesquisador da Human Rights Watch (HRW) na China.
Bao não é o primeiro bilionário chinês a ser forçado a desaparecer ou preso. Nos últimos anos, cerca de meia dúzia de bilionários chineses passaram por esse processo por certos períodos. Guo Guangchang, apelidado de "Warren Buffet da China" e fundador do Grupo Fosun, desapareceu por alguns dias em 2015.
Além disso, o empresário sino-canadense Xiao Jianhua desapareceu em Hong Kong em 2017 e seu julgamento começou em julho passado.
Já em 2020, o fundador do Alibaba, Jack Ma, também desapareceu dos olhos do público por vários meses enquanto se preparava para abrir o capital de sua empresa de pagamentos digitais Ant Financial.
Poderosos demais para o PCC?
Alguns especialistas afirmam que a razão pela qual Pequim está tomando medidas severas contra os empresários é que eles precisam garantir que suas empresas ou práticas comerciais estejam alinhadas com as prioridades do PCC.
"Xi Jinping acredita que é assim que o sistema deve funcionar e, enquanto os empresários obtêm lucros, pagam impostos e contratam pessoas, eles também precisam garantir que seus negócios estejam alinhados com os objetivos do PCC", disse Dexter Roberts, da Iniciativa de Segurança Indo-Pacífico, do think tank Atlantic Council.
"Parte da repressão é uma preocupação real sobre o controle [dessas empresas] sobre dados confidenciais, e apenas parte disso é a influência dessas empresas. Para Xi Jinping, tudo gira em torno dessas empresas privadas se tornando poderosas demais e desafiando as empresas estatais. Em sua opinião, eles não estão mostrando o devido respeito ao PCC", disse Roberts em entrevista à DW.
Nee, do DDHC, acrescentou que, nos casos de Jack Ma e Bao Fan, eles provavelmente foram alvos do governo chinês devido às preocupações de Pequim sobre seus negócios ameaçarem o monopólio político no poder ou ganharem controle sobre o financiamento do setor de tecnologia na China.
"O governo está tentando frear as ambições do setor de tecnologia e garantir que, embora eles queiram que essas empresas sejam bem-sucedidas, também desejam que as companhias estejam sob a orientação firme do partido", contou.
Como tendência afetará o setor privado chinês?
À medida que a repressão de Pequim aos empresários proeminentes continua, especialistas dizem que a tendência fará com que os investidores percam a confiança no mercado chinês.
"O PCC vem reprimindo empresas privadas há muitos anos e, às vezes, suas políticas podem levar à repressão repentina de toda uma indústria", disse o jurista chinês Teng Biao.
"As prisões e condenações arbitrárias de empresários chineses podem levar os empreendedores privados a prejuízos ou fazer com que os investidores percam a confiança no mercado chinês, no futuro político da China e no ambiente de investimento do país", contou. "Muitos empresários nacionais e internacionais perderam a confiança na China e levaram o dinheiro que deveriam investir na China para outros lugares."
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"Assustando empresários"
Roberts concorda que a tendência está criando um efeito desencorajador dos empresários na China.
"Xi Jinping e os membros do PCC acham que conseguem atemorizar os empresários enquanto os deixam fazendo negócios, criando empregos e pagando impostos", disse Roberts à DW. "Como a economia da China está em má situação, eles precisam do setor privado mais do que imaginavam."
Nee, do DDHC, acrescentou que, para os empresários chineses que possuem uma nacionalidade diferente, não há garantia de que eles serão poupados da repressão em andamento de Pequim, como mostrou o caso do empresário sino-canadense Xiao Jianhua.
"Se você é um empresário estrangeiro, realmente precisa pensar cuidadosamente sobre sua segurança e o que faria se fosse detido na China", disse Nee à DW.
"Como vemos no caso de Bao Fan, as leis e normas internacionais sobre detenção não são reconhecidas na China. O governo chinês não respeita as leis e padrões internacionais", acrescentou.
Yaqiu Wang, da HRW, acredita que a repressão de Pequim à sociedade civil irá aumentar durante o terceiro mandato inédito de Xi Jinping.
"A julgar pelos últimos dez anos do governo de Xi Jinping, a tendência de repressão se tornará cada vez mais séria", disse. "Seus métodos se tornarão mais brutais e secretos, e os direitos básicos das pessoas serão menos garantidos."
O mês de março em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês.
Foto: Bart Biesemans/REUTERS
Orca mantida em cativeiro por meio século será libertada
Um aquário da Flórida, nos Estados Unidos, firmou um acordo com ativistas dos direitos dos animais para libertar Lolita, uma orca mantida em cativeiro há mais de 50 anos. O animal, que recentemente se aposentou das apresentações no Miami Seaquarium, será devolvida ao Oceano Pacífico dentro de dois anos. Lolita tem 57 anos e foi capturada em 1970 em uma enseada perto de Seattle. (31/03)
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump foi indiciado sob acusações de fraude empresarial relacionada a pagamentos secretos a duas mulheres feitos em seu nome durante a campanha presidencial de 2016. Ele se torna assim o primeiro ex-presidente americano a ser acusado de um crime. Indiciamento complica a tentativa do republicano de retornar à Casa Branca. (30/03)
Foto: Nathan Howard/AP/picture alliance
Rei Charles em Berlim em sua primeira visita de Estado
O rei Charles 3º do Reino Unido foi recebido com honras militares no Portão de Brandemburgo, em Berlim, em sua primeira visita de Estado ao exterior depois de se tornar monarca. Ele foi o primeiro chefe de Estado visitante a ter uma recepção cerimonial no famoso marco histórico. Charles e sua mulher, Camilla, foram recebidos pelo presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, e sua esposa. (29/03)
Foto: Getty Images
Brasil atinge marca de 700 mil mortes por covid-19
Brasil superou a marca de 700 mil mortes por covid-19, pouco mais de três anos após o registro do primeiro óbito atribuído à doença no país, e já soma mais de 37 milhões de infecções. A vacinação é considerada pelos especialistas como o elemento fundamental para a desaceleração da pandemia nos últimos meses. (28/03)
Foto: Paulo Lopes/Zumapress/dpa/picture alliance
Ataques a escolas no Brasil e nos EUA
Um ataque a faca em uma escola no bairro de Vila Sônia, em São Paulo, deixou uma professora morta e quatro pessoas feridas. O agressor era um adolescente de 13 anos, que foi detido por outras duas docentes.
Em Nashville, nos EUA, atiradora mata três crianças de 9 anos, e três adultos. Presidente Biden renova apelo por leis mais rígidas de controle de armas. (27/03)
Foto: Andrew Nelles/The Tennessean/AP/picture alliance
Mais de 2 mil cabeças de carneiro mumificadas
Mais de 2 mil cabeças de carneiro mumificadas foram encontradas no templo de Ramsés 2°, na antiga cidade de Abydos, no sul do Egito, por uma equipe de arqueólogos americanos. As carcaças datam da era ptolomaica, ou seja, de até 300 anos antes de Cristo. Cientistas acreditam que as cabeças tenham sido "oferendas", que indicam um "culto a Ramsés 2° celebrado mil anos após sua morte". (26/03)
Foto: Egyptian Tourism and Antiquities Ministry/Anadolu Agency/picture alliance
Asteroide do tamanho de prédio passa entre a Terra e a Lua
Um asteroide com as dimensões de um prédio passou entre a Terra e a Lua neste sábado, num evento que ocorre uma vez em uma década e foi usado como exercício de treinamento para os esforços de defesa planetária, de acordo com a Agência Espacial Europeia. Ele tem largura estimada em 40 a 90 metros, grande o suficiente para destruir uma grande cidade se atingisse a Terra. (25/03)
Foto: N. Bartmann/AFP
Biden e Trudeau discutem migração e China
O presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciaram um acordo para tentar frear a migração ilegal de cidadãos de todo o mundo entre os dois países. Ambos também afirmaram que a China representa "um sério desafio a longo prazo para a ordem mundial". Essa foi a primeira visita oficial de Biden ao país vizinho desde que tomou posse, em 2021. (24/03)
Foto: Andrew Harnik/AP Photo/picture alliance
Lula visita Complexo Naval de Itaguaí
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o Complexo Naval de Itaguaí, na região metropolitana do Rio, onde são construídos os novos submarinos brasileiros que serão operados pela Marinha. A corporação iniciou seu programa nuclear em 1979 com o objetivo de construir um submarino, cuja entrega chegou a ser prometida para o início da década de 90. (23/03)
Foto: Luiz Gomes/Fotoarena/IMAGO
Parlamento da Suécia aprova adesão à Otan
O Parlamento da Suécia aprovou, de forma antecipada, a adesão do país à Otan por 269 votos a favor e 37 contra. A decisão, porém, por enquanto fica sem efeito, uma vez que é necessária a unanimidade dos 30 Estados-membros da Aliança Atlântica para a entrada de qualquer novo membro. Entre os países da Otan, 28 já deram o aval, mas ainda falta a aprovação da Hungria e da Turquia. (22/03)
Foto: ANDERS WIKLUND/TT/AFP
Viagens oficiais e disputas de interesse
Em Moscou, o presidente chinês, Xi Jinping, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, asseguraram que a parceria entre seus países não representa uma "aliança militar-política". A passagem do líder chinês na Rússia é vista como um grande impulso para Putin. Paralelamente, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, esteve em Kiev para prestar apoio à Ucrânia. (21/03)
Foto: Sputnik/Mikhail Tereshchenko/Pool via REUTERS
Governo francês resiste a duas moções, e reforma da previdência deve ser implantada
O Executivo francês sobreviveu a duas moções de censura apresentadas após o governo ter decidido aprovar uma controversa reforma da previdência através de um mecanismo constitucional que lhe permite fazê-lo sem o voto do Legislativo. A primeira ficou a apenas nove votos da aprovação. Com as rejeições, considera-se aprovada a reforma, precipitando a França numa crise social ainda maior. (20/03)
Foto: Gonzalo Fuentes/REUTERS
UBS compra rival Credit Suisse por 3,23 bilhões de dólares
O banco suíço UBS anunciou a compra de seu maior rival, Credit Suisse, por 3 bilhões de francos suíços, o equivalente a cerca de 3,23 bilhões de dólares. As negociações envolveram os dois bancos, o governo suíço, o banco central suíço e a entidade reguladora do país, com o objetivo de restaurar a confiança do Credit Suisse e manter a estabilidade do sistema financeiro mundial. (19/03)
Foto: Arnd Wiegmann/Getty Images
Milhões de peixes mortos "entopem" rio na Austrália
Milhões de peixes mortos estão "entupindo" o rio Darling, na Austrália. Autoridades ambientais do estado de Nova Gales do Sul atribuíram a morte em massa aos baixos níveis de oxigênio no segundo maior rio do país, à medida que as águas recuam após inundações recentes. (18/03)
Foto: GEOFFREY LOONEY/AAP/dpa/picture alliance
Turquia deve aprovar adesão da Finlândia à Otan
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o seu homólogo finlandês, Sauli Niinisto, se encontraram em Ancara tendo como principal pauta a adesão da Finlândia à Otan. Erdogan confirmou que o processo de ratificação da candidatura será levado à votação no Parlamento. A Suécia, no entanto, continua sem o mesmo aval devido a discordâncias em relação a oposicionistas turcos. (17/03)
Foto: Murat Cetinmuhurdar/Presidential Press Office via REUTERS
Macron impõe reforma da Previdência sem voto do Parlamento
Após semanas de amplos protestos e greves, a primeira-ministra da França, Élisabeth Borne, comunicou à Assembleia Nacional que dispensará a votação dos deputados para aprovar o controverso projeto de reforma da Previdência defendido pelo presidente Emmanuel Macron. O anúncio foi recebido por mais protestos e a oposição propôs moções de desconfiança contra o governo. (16/03)
Foto: THOMAS SAMSON/AFP
Nasa e Axiom apresentam traje dos astronautas que irão à Lua
A Nasa e a Axiom Space apresentaram o protótipo de seu traje espacial para o próximo pouso de astronautas na Lua, previsto para 2025. A vestimenta inclui proteção térmica e maior flexibilidade do que a do traje usado por astronautas da missão Apollo há meio século. Há várias camadas de proteção, mochilas com sistema de suporte de vida, câmeras de alta definição e luzes. (15/03)
Foto: David J. Phillip/AP Photo/picture alliance
EUA e Rússia trocam acusações após queda de drone no Mar Negro
Estados Unidos acusam a Rússia por incidente em que caças russos teriam derrubado um drone americano sobre o Mar Negro. Washington considerou episódio como uma "flagrante violação das leis internacionais". Moscou, por sua vez, diz que aeronave não tripulada invadiu zona de proibição de voo e que caiu por conta própria ao realizar "manobra arriscada", depois de interceptada. (14/03)
Foto: Unbekannt/Zuma Wire/imago images
Europa reforça estoque de armamentos
Invasão russa da Ucrânia beneficiou os Estados Unidos e gerou grande aumento da transferência armamentista na Europa. Em outras partes do mundo, contudo, essa atividade está em queda, segundo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri). De 2013 a 2017, a importação pelos países europeus aumentou 47%, e a dos membros europeus da Otan, 65%. (13/03)
Foto: Thomas Samson/AFP/Getty Images
Novo gabinete chinês consolida poder de Xi Jinping
Presidente da China, Xi Jinping, saúda recém-empossado premiê chinês, Li Qiang. O novo governo chinês, encabeçado por Xi, escolheu seu gabinete ministerial, na maior reformulação no alto escalão de Pequim em uma década. O anúncio vem dois dias depois de Xi iniciar um inédito terceiro quinquênio presidencial, aproximando-se, assim, da presidência vitalícia de fato. (12/03)
Foto: GREG BAKER/Pool/REUTERS
Operação resgata 56 em condições análogas à escravidão no RS
Dos resgatados, todos homens, 10 eram adolescentes, com idade entre 14 e 17 anos. Eles trabalhavam na colheita de arroz em duas fazendas em Uruguaiana. Tinham que fazer longas caminhadas até o local da lavoura, comer alimentos muitas vezes estragados e usavam instrumentos inadequados, sem equipamento de proteção, inclusive quando manejavam agrotóxicos. (11/03)
Foto: Policia Federal/Divulgação
Reféns em farmácia na Alemanha
Um suspeito de 20 anos foi preso após manter 11 pessoas reféns dentro de uma farmácia na cidade de Karlsruhe, no sudoeste da Alemanha. Ao todo, a ação durou em torno de cinco horas, com a polícia entrando no estabelecimento por volta das 21h (horário local). Ninguém ficou ferido. (10/03)
Foto: Christoph Schmidt/dpa/picture alliance
Ataque a tiros deixa mortos e feridos em Hamburgo
Pelo menos oito pessoas morreram e oito ficaram feridas – quatro delas com gravidade – após um ataque a tiros em Hamburgo, no norte da Alemanha. O local do crime é uma sala de reunião de Testemunhas de Jeová. O autor do ataque se suicidou. Ele era um ex-membro da comunidade. (09/03)
Foto: Jonas Walzberg/dpa/picture alliance
Lula anuncia iniciativas para igualdade de gênero
Em evento comemorativo do Dia da Mulher realizado no Palácio do Planalto, presidente (na foto, com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco) apresenta uma série de medidas para promover os direitos femininos. Entre as principais, está um projeto de lei garantindo igualdade salarial para homens e mulheres que exercem a mesma função no trabalho. (08/03)
Foto: EVARISTO SA/AFP/Getty Images
Milhares protestam na Geórgia contra controversa lei que afeta mídias e ONGs
Milhares de pessoas protestaram na Geórgia contra um polêmico projeto de lei, denunciado pela oposição como uma ferramenta de intimidação contra a mídia e as ONGs. A polícia utilizou gás lacrimogêneo e canhões de água contra os manifestantes. A lei prevê que organizações que recebam mais de 20% de financiamento do exterior se registem como "agentes estrangeiros". (07/03)
Foto: IRAKLI GEDENIDZE/REUTERS
Líder da oposição de Belarus condenada a 15 anos de prisão
A ex-candidata à presidência e líder da oposição Svetlana Tikhanovskaya, que concorreu em 2020 contra o presidente Lukashenko em eleição considerada fraudulenta, foi condenada à revelia por "conspirar para derrubar o governo". "Se Lukashenko pensa que esse regime prisional irá me deter, está enganado. Continuaremos a lutar ainda mais pela liberdade", afirmou. Ela vive atualmente no exílio. (06/03)
Foto: Florian Huber/DW
Ativistas do clima mancham monumento em Berlim
Ativistas do clima mancharam o monumento da Constituição em Berlim – que comemora a adoação da Constituição pós-guerra da Alemanha em 1949. O grupo da "Última Geração" passou um líquido preto, que seria petróleo, no painel de vidro do monumento e colocou cartazes com os dizeres "Queimar petróleo ou proteger os direitos básicos? Em 2023, só um dos dois é possível". (04/03)
Foto: Sven Kaeuler/dpa/picture alliance
Vencedor do Nobel da Paz condenado a 10 anos de prisão em Belarus
Ales Bialiatski, ativista em prol dos direitos humanos em Belarus agraciado com o Prêmio Nobel da Paz de 2022, foi condenado a dez anos de prisão por supostamente "financiar violações à ordem pública". É a mais recente ação do governo do presidente Alexander Lukashenko para calar dissidentes, após a onda de protestos no país contra o regime autoritário que apoia a invasão russa na Ucrânia. (03/03)
Foto: Vitaly Pivovarchik/BELTA/AFP/Getty Images
O retorno do Bolsa Família
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou oficialmente, em cerimônia no Palácio do Planalto, o relançamento do Bolsa Família. A nova versão do programa que visa combater a fome no país traz um reajuste de 3,81% em relação aos pagamentos do programa Auxílio Brasil, criado pelo governo anterior, e permite a inclusão de famílias com rendimentos mensais de até R$ 218 por pessoa. (02/03)
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Parlamento da Finlândia aprova lei para adesão à Otan
O Parlamento da Finlândia aprovou a legislação necessária para a adesão do país à Otan. Para ser concluído, o processo depende ainda da aprovação de dois países-membros da aliança militar: Hungria e Turquia. Helsinque abandonou sua política de não alinhamento militar de décadas e se candidatou para aderir à aliança na esteira da invasão da Ucrânia pela Rússia. (01/03)