Milhões de fãs aguardam ansiosos pela última parte da saga, que chega nesta quarta-feira aos cinemas brasileiros. Sucesso de bilheteria mundo afora, sequência mistura visões de futuro e passado em seu universo fictício.
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Uma plateia formada sobretudo por jovens espera ansiosamente pela quarta e última parte da saga Jogos Vorazes, com o filme Jogos Vorazes: A Esperança - O Final, que tem sua pré-estreia nesta quarta-feira (18/11) no Brasil. Esse é um fenômeno cultural que se repete de tempos em tempos, mas o caráter serial é algo novo. Hoje, quando um filme se confirma como sucesso comercial mundo afora, a produção de continuações é quase certa.
Quando o diretor austríaco Fritz Lang levou sua monumental obra de ficção científica Metrópolis aos cinemas, em 1927, ainda se pensava de maneira diferente. Se fosse hoje, já teriam lançado Metrópolis Contra-Ataca ou, pelo menos, um Metrópolis II.
A virada veio na década de 1970, com o Star Wars, de George Lucas. Após o filme se mostrar como umsucesso de bilheteria, três anos depois, chegou ao mercado Star Wars Episódio V: O Império Contra-Ataca. A última produção, Star Wars VII: O Despertar da Força, tem estreia prevista para 17 de dezembro deste ano, e outros filmes da franquia já estão programados até 2020.
À época do primeiro Star Wars, o termo "merchandising" também se tornou muito popular, e não apenas na indústria cinematográfica. O setor de brinquedos cresceu em larga escala. Mais tarde, videogames e jogos de computador associados à franquia foram um sucesso. Por isso, hoje é assim: quando um filme produzido com milhões de dólares é bem-sucedido, surge, em seguida, o que se chama de "cadeia de valor". Às vezes, os valores arrecadados com a venda de licenças para outros setores são maiores até do que o alcançado com bilheteria.
Visões do futuro
Normalmente, é um tipo muito específico de filme que consegue ser desdobrado em uma franquia de sucesso. Certos gêneros se dão especialmente bem com o jogo de marketing: filmes que apresentam aos espectadores mundos novos, que não correspondem ao real. Não por acaso, eles geralmente retratam visões do futuro.
O princípio simples do "bem contra o mal" varia repetidamente, com novos "ingredientes". Com cenários criativos – antes criados com papel machê ou plástico e gerados, hoje em dia, digitalmente por computadores –, produtores, diretores e técnicos conseguem elaborar, a cada filme, mundos artificiais completamente novos.
E não há limites para a imaginação. São filmes repletos de seres misteriosos, robôs de todos os tipos, androides e terrestres com os mais estranhos figurinos. Os meios de transporte lembram mais veículos da Idade Média que os modernos, mesmo em filmes que se passam no futuro, como o australiano Mad Max. As naves e outros veículos espaciais visionários costumam ter um papel especial, assim como as armas. Até o arco e a flecha podem entrar em cena quando a história se passa no futuro.
Recursos do passado
No final, filmes de fantasia e ficção científica e seus acessórios extravagantes de mundos fictícios não diferem tanto da velha escola. "Os equipamentos e figurinos de um filme se dividem em duas direções, uma comprometida com a fidelidade histórica e outra que cria um mundo de acordo com as suas ideias, mesmo que haja um fundo histórico", diz Ursula Vossen, jornalista especializada em cinema.
A última parte de Jogos Vorazes se passa num futuro não especificado. Mesmo assim, ela reúne diversos elementos do passado. O importante é que os realizadores do filme conseguiram desenvolver um universo fechado e apresentá-lo ao público.
Para uma determinada geração, esse mundo fictício é uma experiência inspiradora e que vai acompanhá-los, possivelmente, pela vida toda. Nos melhores casos, como o da série Star Wars, o fenômeno pode durar décadas e ser bem sucedido ao longo de gerações. Agora, resta esperar para ver se Jogos Vorazes: A Esperança - O Final também se tornará um sucesso mundial.
Mundos cinematográficos
Desde os primórdios do cinema, cenários elaborados são criados para filmes. Antes feitos de papel machê, hoje eles nascem no computador. Relembre universos fictícios de sucesso, de "Metrópolis" a "Jogos Vorazes".
Foto: picture-alliance/dpa/M. Close
Jogos Vorazes
Os quatro filmes da série "Jogos Vorazes" são o exemplo mais recente de um mundo fictício extremamente elaborado para o universo cinematográfico. Milhões de dólares foram gastos com o cenário. O resto surgiu, como na maioria dos novos filmes do gênero, a partir do computador. A quarta parte da série, "Jogos Vorazes: A Esperança - O Final", chega em novembro de 2015 aos cinemas mundo afora.
Foto: picture-alliance/dpa/Studiocanal/M. Close
Primeira viagem à Lua
O diretor francês Georges Méliès é considerado o pioneiro dos mundos fictícios na telona. Seu mais famoso filme, "Viagem à Lua", de 1902, mostrou aos surpresos espectadores daquele tempo do que o cinema era capaz. Não só a Lua aparece na tela como um corpo celeste, como também há detalhes de uma paisagem num planeta distante.
Foto: picture-alliance/dpa
Fantasia alemã
Foi o diretor alemão Fritz Lang que criou, em grande estilo, um mundo visionário para o seu filme "Metrópolis", de 1927. A ficção científica do cineasta estabeleceu novos padrões, e, ainda hoje, muitos diretores se inspiram nas imagens e estruturas do filme.
Foto: picture alliance / dpa
Ray Harryhausen
O técnico de efeitos americano Ray Harryhausen aperfeiçoou a chamada técnica de stop-motion na década de 1950. Muitos filmes famosos do gênero, como "O Monstro do Mar Revolto" (1955) ou "A Invasão Dos Discos Voadores" (1956), foram criados usando essa técnica. Diversos filmes de desastres e ficção científica receberam os retoques finais de Harryhausen.
Foto: Getty Images
De olho no futuro
Especialmente nos filmes de ficção científica, cenógrafos podiam extravasar e criar mundos artificiais. Para a série de TV "Star Trek", que foi lançada na década de 1960 e também inspirou alguns filmes, não foram construídas apenas naves espaciais, mas também vários planetas diferentes. Recentemente, foi anunciada a continuação de "Star Trek" na TV americana.
Foto: picture-alliance/dpa
Star Wars
1977 foi o ano dele, o responsável pela criação de novos mundos na telona: o diretor americano George Lucas levou o primeiro Star Wars aos cinemas. Gerações inteiras de jovens fãs se mostraram encantados com o universo cinematográfico do diretor. Um fascínio que continua até hoje. Em meados de dezembro deste ano, estreia um novo filme da série.
Foto: imago/AD
Mad Max
Dois anos mais tarde, a primeira parte de Mad Max, do australiano George Miller, foi lançada. O cineasta mostrou muita imaginação com sua mistura de visão do futuro e olhar para o passado. A partir de então, mundos artificiais começaram a se misturar bastante. Em filmes como "Mad Max: Estrada da Fúria" (2015), o futuro parece bastante antigo em certos momentos.
Foto: picture alliance/AP Photo/Warner Bros/
Tim Burton
Com filmes como "Edward Mãos de Tesoura" (1990) e "Alice no País das Maravilhas" (2010), o diretor americano Tim Burton se mostrou particularmente imaginativo. Seus mundos artificiais foram parar até em museus. O Max Ernst Museum, em Brühl, Alemanha, está com uma exposição que mostra a trajetória do diretor. De lá, ela segue para o Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo, em fevereiro de 2016.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Becker
Roland Emmerich
O diretor alemão Roland Emmerich tem se mostrado um transgressor dos mundos fictícios cinematrográficos nos últimos anos. Emmerich, que fez muito sucesso em Hollywood com filmes como "Independence Day" (1996) e "Godzilla" (1998), é um especialista em filmes sobre o futuro e desastres.
Foto: picture-alliance/dpa/Film
Blade Runner
Provavelmente o mais impressionante dos mundos artificiais, pelo menos no gênero da ficção científica, foi criado para o filme "Blade Runner", de 1982. O caçador de replicantes Rick Deckard, personagem de Harrison Ford (à dir.) percorre, ao longo do filme, um mundo futurista fantástico, que, ao contrário de obras como "Star Wars", tem muitas dimensões realistas.
Foto: picture-alliance/dpa
O Quinto Elemento
Se Blade Runner estabeleceu novos padrões para o cinema de Hollywood, o filme francês "O Quinto Elemento", de 1997, mostra que os diretores europeus também têm muito a oferecer em termos de mundos artificiais. A ficção científica de Luc Besson remete, em algumas cenas, a "Blade Runner", mas o diretor também definiu seus próprios contornos.
Foto: picture-alliance/dpa
O Senhor dos Anéis
A trilogia "O Senhor dos Anéis" foi inovadora no gênero fantasia. Os filmes de 2001 a 2003 (na imagem, Christopher Lee em As Duas Torres) ofereceram aos fãs ao redor do mundo uma mistura de fantasia e espetáculo histórico. Devido ao sucesso comercial, uma década depois, foram filmadas também as três partes da série "O Hobbit".
Foto: picture-alliance/dpa/Warner
Avatar
"Avatar" (2009), do diretor James Cameron, é o filme de maior sucesso de todos os tempos. Os cenários extremamente criativos foram feitos, sobretudo, pelo computador. O efeito 3D foi usado de forma muito eficaz, o que fez com que a técnica, que já havia obtido algum sucesso em 1950, voltasse a estourar.
Embora, no geral, os mundos fantasiosos sejam mais orientados para o gênero comercial à la Hollywood, surgem, aqui e ali, universos fictícios entre o cinema autoral europeu. Um bom exemplo é o filme "Melancolia" (2011), do diretor dinamarquês Lars von Trier. Mas mesmo eles acabam recorrendo, em boa parte, aos efeitos digitais.
Foto: picture-alliance/dpa/Concorde Filmverleih
Game of Thrones
A série de televisão "Game of Thrones" prova que mundos artificiais não são criados apenas para as telonas. Produzida desde 2011 para um canal americano, a série tem cinco temporadas e conquistou o público mundo afora.
Foto: picture alliance / AP Photo
Perdido em Marte
Este filme de 2015 é outro exemplo recente de uma produção que criou um mundo totalmente próprio para o cinema. O enredo do filme de grande sucesso se passa quase exclusivamente em Marte. "Perdido em Marte" abre mão de monstros e outras figuras fantasiosas. As paisagens foram todas concebidas por computador ou filmadas na Terra. Assim, mundos artificiais também podem parecer bem reais.