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"Mundo precisa estar em alerta contra coronavírus", diz OMS

29 de janeiro de 2020

Organização Mundial da Saúde pede solidariedade com a China e elogia resposta do país asiático a surto viral. Diretor-geral se diz preocupado com avanço da doença, especialmente com a transmissão de pessoa para pessoa.

Controle em aeroporto
Novo coronavírus já infectou mais de 7 mil pessoasFoto: DW/E. Boniphace

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta quarta-feira (29/01) que governos precisam estar em alerta e agir contra o surto de um novo coronavírus iniciado na China. Nesta quinta-feira, o número de mortos pelo vírus foi atualizado para 170, e o de casos confirmados, para mais de 7,7 mil.

"O mundo todo precisa estar em alerta agora. O mundo todo precisa adotar medidas", afirmou Michael Ryan, chefe do Programa de Emergências de Saúde da OMS.

A organização convocou uma reunião urgente para esta quinta-feira para decidir se declarará emergência global de saúde por conta do vírus. Ryan afirmou que tal classificação poderia otimizar as medidas para combater o surto, apontando que 194 países implementando políticas unilaterais é uma "potencial receita para o desastre".

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que a organização "lamenta profundamente" seus relatórios da semana passada que se referiram ao risco global do novo vírus como moderado. O nível foi corrigido posteriormente para elevado.

"O avanço do vírus nos últimos dias, especialmente em alguns países, especialmente a transmissão de humano para humano, nos preocupa", disse Tedros. "Apesar de o número [de casos] fora da China ainda ser relativamente pequeno, há o potencial de um surto muito maior."

"O mundo está se unindo para acabar com o surto, aproveitando lições aprendidas com surtos anteriores. A China precisa da solidariedade e do apoio do mundo", prosseguiu.

O país asiático adotou uma série de medidas para tentar conter a propagação do vírus, incluindo a proibição de viagens de grupos de turistas ao exterior, o fechamento de escolas e o prolongamento do feriado do Ano Novo Lunar.

Ryan elogiou a resposta da China ao vírus: "Eles estão adotando medidas extraordinárias diante do que é um desafio extraordinário." Ele disse acreditar que as cadeias de transmissão do vírus ainda possam ser interrompidas.

Nesta quarta-feira, companhias aéreas começaram a cancelar voos de e para a China, e alguns países iniciaram a retirada de seus cidadãos da província chinesa de Hubei, cuja capital, Wuhan, é considerada o epicentro do surto viral.

Cerca de 70 infecções pelo coronavírus, batizado de 2019-nCoV, já foram identificadas em ao menos 15 países, incluindo Alemanha, Japão e Vietnã, onde casos de transmissão de pessoa para pessoa foram confirmados. Os EUA, o Reino Unido e a Alemanha, entre outros países, desaconselharam seus cidadãos a viajar à China.

Já foi confirmado que o novo coronavírus, detectado pela primeira vez em dezembro, pode ser transmitido antes mesmo de aparecerem os sintomas, que, em muitos casos, são parecidos com os de uma gripe, como febre, cansaço e dificuldade para respirar. O vírus também pode causar pneumonia. 

LPF/afp/rtr

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