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O olhar europeu

(sv)24 de junho de 2003

Ministro do Exterior Joschka Fischer termina viagem ao Oriente Médio com mais um pedido de trégua para a região. O objetivo é contrabalançar, com a posição européia, o peso dos EUA como mediadores no conflito.

Joschka Fischer reunido com o presidente egípcio Hosni MubarakFoto: AP

Oposição e críticas à chamada "rota da paz" não vêm apenas de organizações palestinas radicais. A insatisfação impera também entre os países vizinhos a Israel, que reclamam o pouco envolvimento a eles dedicado pelo novo plano de paz feito por EUA, União Européia, ONU e Rússia. Em resumo, essa é a lição levada para casa pelo ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer.

Em uma viagem que começou com o Fórum Econômico Mundial, realizado desta vez na Jordânia, Fischer reuniu-se nos últimos dias com o primeiro-ministro libanês, Rafik Hariri, com o presidente sírio Bashar Assad e com o presidente egípcio, Husni Mubarak. Durante os encontros, a principal reclamação ouvida pelo representante europeu foi que os países vizinhos a Israel não teriam sido envolvidos o suficiente nos planos de paz.

Condições -

Se não conseguir ser aceito e implementado rapidamente, o chamado mapa de estradas da paz corre o risco de acabar com uma das várias tentativas vãs de cessar a violência na região. A posição dos países vizinhos, neste contexto, é essencial.

Enquanto a Síria, por exemplo, reclama a devolução das Colinas de Golã, conquistadas por Israel em 1967, o Líbano exige maior atenção da comunidade internacional em relação ao futuro dos milhares de refugiados palestinos que vivem hoje no país.

Joschka Fischer com o presidente sírio Bashar Assad, na última segunda-feira (23), em DamascoFoto: AP

Expert bem recebido -

Profundo conhecedor da região, Fischer é um hóspede bem visto tanto por Israel quanto por seus adversários: note-se que o ministro alemão sempre procurou, em suas visitas oficiais à região, encontrar-se não só com representantes israelenses, mas visitar também os territórios palestinos. Fischer surge neste contexto como a outra face do mediador, em "quase oposição" aos EUA, que por sua proximidade a Israel não são considerados "moderadores neutros" na questão.

Papel dos europeus - "Não teria havido nenhuma reforma na administração dos territórios autônomos palestinos, nem um premiê Mahmud Abbas, se os europeus não tivessem se esforçado enormemente para isso. Nós preenchemos a lacuna pós-Camp David, desenvolvemos a rota da paz, levada a cabo pelo quarteto (UE, EUA, ONU e Rússia). Contribuímos econômica e socialmente para uma estabilização e continuidade do processo de paz na região", conclui o ministro.

Trégua -

No entanto, no mundo árabe as dúvidas crescem em relação a um fim previsível para o conflito, considerando, entre outros aspectos, o fato de que o premiê Ariel Sharon aconselha os colonos israelenses a continuarem a ocupação de territórios "na surdina".

Apesar disso, o diário israelense Maariv anunciou na edição desta terça-feira (24) que a trégua no conflito armado deverá "começar daqui a dois dias", enquanto o ministro palestino da Segurança, Mohammed Dahlan, afirmou na noite da última segunda-feira (23) que a Hudna poderá ser declarada dentro em breve. A expressão, em árabe, significa algo como trégua temporária.