Bomba não nuclear mais poderosa do arsenal dos Estados Unidos mede 9,14 metros e pesa quase 10 toneladas. Ela é lançada de uma avião cargueiro e guiada até o alvo por GPS, explodindo antes de alcançar o solo.
MOAB em exposição na Flórida, em 2004Foto: picture-alliance/AP Photo/Northwest Florida Daily News/M. Kulaw
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Pentágono divulga explosão da "mãe de todas as bombas" no Afeganistão
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A "mãe de todas as bombas", que os Estados Unidos lançaram nesta quinta-feira (13/04) sobre uma rede de túneis do "Estado Islâmico" no leste do Afeganistão, é uma arma altamente especializada cujas origens remontam às bombas desenvolvidas para combater os nazistas na Segunda Guerra Mundial.
A GBU-43/B (Guided Bomb Unit, ou Unidade de Bombardeio Guiada) nunca havia sido utilizada. Ela também é conhecida pelo nome de Massive Ordnance Air Blast Bomb (MOAB, sigla que, em inglês, é idêntica à da expressão "mother of all bombs", ou "mãe de todas as bombas").
A MOAB foi desenvolvida entre 2002 e 2003 pelo Laboratório de Pesquisa da Força Aérea Americana (AFRL, no original). Ela é a sucessora da bomba não guiada BLU-82-B, conhecida como Daisy Cutter e utilizada na Guerra do Vietnã. Suas origens estão nas bombas Tallboy e Grand Slam, desenvolvidas pelos britânicos durante a Segunda Guerra Mundial para destruir alvos nazistas. O primeiro teste da MOAB foi em 2003.
A arma de 9,8 toneladas é a mais potente bomba não nuclear do arsenal dos Estados Unidos. Ela contém 8,48 toneladas do explosivo H6 (uma mistura de ciclonita, TNT e pó de alumínio), o equivalente a 11 toneladas de TNT. A MOAB explode antes de alcançar o solo, gerando uma cratera de 150 metros de diâmetro e uma enorme onda de pressão.
A MOAB tem 9,14 metros de extensão e diâmetro de 1 metro, o que, segundo o site GlobalSecurity, torna-a também a maior arma guiada por satélite da história. Ela é lançada de um avião cargueiro, como o Hércules C-130, e guiada até o seu alvo por GPS. No lançamento é usado um paraquedas de frenagem, que logo é descartado.
AS/ap/afp/rtr/ots
Os ataques nucleares a Hiroshima e Nagasaki
Ataques às duas cidades japonesas em 1945 são os únicos casos de emprego de armas atômicas numa guerra.
Foto: Kazuhiro Nogi/AFP/Getty Images
O primeiro ataque
Em 6 de agosto de 1945, o avião Enola Gay lançou, sobre Hiroshima, a primeira bomba nuclear da história. A bomba carregava o inocente apelido de "Little Boy". A cidade tinha então 350 mil habitantes. Um em cada cinco morreu em questão de segundos. Hiroshima foi praticamente varrida do mapa.
Foto: Three Lions/Getty Images
O Enola Gay
O ataque a Hiroshima estava planejado para acontecer em 1 de agosto de 1945, mas teve que ser adiado devido a um tufão. Cinco dias depois, o Enola Gay partiu com 13 tripulantes a bordo. A tripulação só ficou sabendo durante o voo que lançariam uma bomba atômica.
Foto: gemeinfrei
O segundo ataque
Três dias depois do ataque a Hiroshima, os americanos lançaram uma segunda bomba, sobre Nagasaki. A cidade de Kokura era o alvo original do ataque, mas o tempo nublado fez com que os americanos mudassem seus planos. A bomba apelidada de "Fat Man" tinha uma potência de 22 mil toneladas de TNT. Estima-se que 70 mil pessoas morreram até dezembro de 1945.
Foto: Courtesy of the National Archives/Newsmakers
Alvo estratégico
Em 1945, Nagasaki era sede da Mitsubishi, então fábrica de armas responsável por desenvolver os torpedos usados no ataque a Pearl Harbor. No entanto, apenas alguns soldados japoneses estavam baseados na cidade. A má visibilidade não possibilitou um ataque direto contra os estaleiros da fábrica.
Foto: picture-alliance/dpa
As vítimas
Durante meses após os ataques, dezenas de milhares de pessoas morreram por causa dos efeitos das explosões. Somente em Hiroshima, até o fim de 1945, 60 mil pessoas morreram por conta da radiação, de queimaduras e outros ferimentos graves. Em cinco anos, o número estimado de vítimas dos dois bombardeios atômicos é de 230 mil pessoas.
Foto: Keystone/Getty Images
Terror no fim da guerra
Depois de Hiroshima e Nagasaki, muitos japoneses temeram um terceiro ataque, a Tóquio. O Japão declarou então sua rendição, pondo fim à Segunda Guerra também na Ásia. O então presidente americano, Harry Truman, ordenou os bombardeios. Ele estava convencido de que essa era a única maneira de acabar com a guerra rapidamente. Para muitos historiadores, no entanto, os ataques foram crimes de guerra.
Foto: AP
A reconstrução
Devastada, Hiroshima foi reconstruída do zero. Apenas uma ilha, no rio Ota, foi mantida e se tornou o Parque Memorial da Paz. Hoje, há uma série de memoriais: o Museu Memorial da Paz de Hiroshima; a Estátua das Crianças da Bomba Atômica; as Ruínas da Indústria e Comércio; e a Chama da Paz, que vai permanecer acesa até a última bomba atômica do planeta ser destruída.
Foto: Keystone/Getty Images
Contra o esquecimento
Desde 1955, o Museu da Bomba Atômica e o Parque da Paz de Nagasaki prestam homenagem às vítimas dos ataques. No Japão, a reverência às vítimas desempenha um grande papel na cultura e na identidade nacional. Hiroshima e Nagasaki se tornaram símbolos mundiais dos horrores das armas nucleares.
Foto: Getty Images
Dia para relembrar
Desde os ataques de agosto de 1945, as pessoas em todo o mundo lembram as vítimas dos bombardeios atômicos. Em Hiroshima, acontece anualmente um memorial. Sobreviventes, familiares, cidadãos e políticos se reúnem para um minuto de silêncio. Muitos japoneses estão engajados contra o desarmamento nuclear.