Considerada rara, doença afeta o sistema nervoso. Peru declarou emergência de saúde por causa de um surto incomum de casos e após a morte de quatro pessoas.
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O governo peruano declarou emergência nacional de saúde por 90 dias neste domingo (09/07) por causa de um surto incomum de casos de síndrome de Guillain Barré após a morte de quatro pessoas pela doença, geralmente considerada rara, que afeta o sistema nervoso.
O Ministério da Saúde peruano anunciou no sábado que 182 casos da síndrome foram registrados no país desde janeiro, além dos quatro óbitos, e que 31 pacientes ainda estão no hospital e os outros 147 foram liberados.
A síndrome de Guillain Barré é uma reação autoimune do corpo a uma infecção – ocorre quando as defesas do organismo são mais intensas do que o necessário e passam a atacar os nervos periféricos.
Isso acarreta uma inflamação dos nervos, o que por sua vez leva a fraqueza muscular, formigamento, dormência e, em casos mais graves, pode gerar sinais de paralisia.
Infecções podem desencadear doença
Embora a causa exata ainda seja desconhecida, a síndrome está muitas vezes associada a infecções virais anteriores.
Os nervos são danificados por uma reação autoimune exagerada, de forma que não conseguem mais transferir estímulos.
Geralmente, a síndrome é precedida por uma doença do trato respiratório superior ou do trato gastrointestinal, como por exemplo uma infecção pela bactéria Campylobacter jejuni, que causa diarreia. Também o vírus da dengue e da zika podem desencadear a doença.
Entre as outras infecções também encontradas na literatura científica como possíveis gatilhos do mal estão chikungunya, citomegalovírus, vírus Epstein-Barr, sarampo, vírus de influenza A, Mycoplasma pneumoniae, enterovirus D68, hepatite A, B, C e HIV.
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Surtos são raros
Geralmente ela aparece em casos isolados, surtos são raros. No Peru, porém, uma onda maior foi registrada em 2019. No período de 20 de maio a 27 de julho, foram registrados 683 casos suspeitos ou confirmados da doença, segundo relatado em 2020 em uma análise publicada na revista especializada Emerging Infectious Diseases.
Na Polinésia Francesa, um surto de casos da enfermidade apareceu em 2013 e 2014 após uma onda de infecções pelo vírus da zika.
"Atualmente temos a doença sob controle", disse o ministro da Saúde do Peru, César Vásquez, acrescentando ter sido necessário agir pois houve aumento significativo de casos nas últimas semanas, que segue sem explicação até o momento.
No surto de 2019, a bactéria Campylobacter jejuni foi considerada a causa mais provável.
md/bl (DPA, ots)
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.