Fortes dores de cabeça, náuseas e vômito são característicos do transtorno neurológico. Pela primeira vez, cientistas investigam ligação entre condições climáticas e o mal que acomete milhares de pessoas mundo afora.
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"O intuito é investigar a causa das crises de enxaqueca. Sabe-se que existem certos fatores, mas muito nessa área ainda não foi pesquisado", explica Jörg Scheidt, do Instituto de Sistemas de Informação da Universidade de Ciências Aplicadas de Hof, na Alemanha. Ali foi desenvolvido o chamado Radar da Enxaqueca, que tenta medir o impacto do clima sobre o transtorno neurológico.
Cerca de mil voluntários já se inscreveram no projeto. Todos sofrem de enxaquecas. Scheidt, que espera contar com um total de 6 mil participantes, começou a coletar dados em 1° de junho deste ano. Os pacientes podem se registrar através de um site e fazer uma espécie de diário eletrônico. A partir de outubro, isso também será possível através de um aplicativo para Android.
"O estudo é o primeiro do mundo que investiga se há uma relação entre clima e enxaqueca", afirma Roland Brand, da Clínica para Enxaqueca e Dor de Cabeça Königstein. "Um em cada dois pacientes diz 'percebo que o clima é uma causa'. Mas não há no mundo um único estudo que comprove isso. O Radar da Enxaqueca visa coletar dados na Alemanha, Suíça e Áustria." A clínica em Koenigstein e o Hospital Universitário de Rostock estão envolvidos no estudo.
O clima tem um lugar central na pesquisa. Em que estado, em quais áreas houve mais crises de enxaqueca? Houve, ao mesmo tempo, talvez, uma mudança sensível na pressão do ar ou temperaturas extremas? Existe uma conexão? Os dados recolhidos são comparados com os do Serviço Meteorológico Alemão (DWD).
"Se ficar evidente que determinadas condições meteorológicas provavelmente desencadeiam uma enxaqueca, então, o paciente pode, talvez, lidar melhor com sua doença e adotar precauções", explica Scheidt. "Se são anunciadas tais condições meteorológicas, o paciente de enxaqueca não vai necessariamente marcar compromissos importantes nesse período e vai, talvez, tentar reduzir um possível estresse."
Enxaqueca do fim de semana
Além do clima, outros fatores são analisados no estudo. O paciente é hom,em ou mulher? Tem que idade? É aposentado? Estudante? Trabalha em tempo integral ou parcial?
O estresse ou a falta de rotina podem levar a uma enxaqueca. Sobretudo pessoas que trabalham em regime de turnos são mais afetadas. Isso pode desencadear uma crise e, no pior dos casos, num momento bastante inconveniente: o fim de semana. "Com os dados que reunimos até agora, vemos que crises de enxaqueca são muito comuns nos sábados, por exemplo", afirma Scheidt.
Uma em cada dez pessoas na Alemanha sofre de enxaquecas, tendo muitas vezes crises acompanhados de náuseas e vômitos. Escurecer o quarto, deitar, tomar um comprimido contra enxaqueca. Estas são as opções que podem ajudar quem sofre do mal.
"A enxaqueca é uma desordem de base genético-neurológica", explica Brand. "Se você tem a predisposição genética para enxaqueca, então, você a tem ao longo de toda sua vida."
No Radar da Enxaqueca, serão usados métodos modernos de filtragem de dados e de inteligência artificial. Os participantes permanecem anônimos, têm seus dados criptografados, e os resultados podem ser consultados individualmente. "Nós programaremos as avaliações, e elas serão geradas, por computador, especificamente para esses pacientes. É claro que apenas a pessoa pode ver os dados dela", ressalta Scheidt.
Brand considera o estudo importante independentemente do resultado. "Se descobrirmos que não há relação alguma [com o clima], isso também é cientificamente interessante. Eu ficarei contente se obtivermos mais clareza nessa área." O estudo ainda deve durar mais dois ou três anos.
Evitando o câncer
Para pesquisadores, o câncer não precisa ser um destino incontornável. Eles sabem o que causa os tumores e dizem que cada um pode lutar para diminuir os maiores riscos da doença.
Foto: Getty Images
O destino nas próprias mãos
O diagnóstico de câncer sempre atinge o paciente de forma dura e inesperada. Porém, quase metade dos casos de câncer poderiam ser evitados. Cerca de um quinto dos tumores tem ligação com o fumo. A fumaça do tabaco pode gerar câncer de pulmão e muitos outros tipos de tumor. Fumar é a maior causa de câncer por responsabilidade própria, mas não é a única.
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Obesidade mortal
No segundo lugar da lista de maiores causadores do câncer está a obesidade por causa dos níveis altos de insulina no sangue. Eles aumentam o risco de quase todos os tipos de câncer, especialmente aqueles que atingem os rins, a vesícula e o esôfago. Mulheres obesas também produzem mais hormônios sexuais nos tecidos adiposos e podem ter maior predisposição para câncer de mama e no colo do útero.
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Largando o sofá
Pessoas que se movimentam pouco são mais suscetíveis a ter câncer. Estudos de longo prazo mostram que praticar esporte pode evitar o câncer. A atividade corporal diminui os níveis de insulina e impede a obesidade – e basta passear um pouco ou andar de bicicleta.
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Um brinde à saúde
O consumo de álcool pode causar câncer, suscitando tumores especialmente na região bucal, na faringe e no esôfago. A combinação de álcool e cigarro é mortal e pode multiplicar o risco de contrair câncer por cem. Por outro lado, tomar um copo de vinho por dia é considerado saudável, já que a medida estimula o sistema circulatório. Porém, é recomendado evitar ultrapassar essa quantidade.
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Alimentos
Carne vermelha pode causar câncer no intestino. Ainda não se sabe o motivo exato, mas pesquisas mostram que existe uma relação clara entre a carne e a doença. A carne de vaca é especialmente perigosa, assim como a carne de porco – embora em menor medida. Consumindo carne vermelha, o risco aumenta 1,5 vez. A carne de peixe, por outro lado, pode prevenir o câncer.
Foto: Fotolia
Os perigos do churrasco
Ao grelhar a carne, podem surgir substâncias cancerígenas, como hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. Em testes com animais, essas ligações químicas causam tumores. Estudos com seres humanos ainda não provaram o fenômeno de forma explícita. É possível que o problema esteja no consumo de carne em si e não na maneira de prepará-la.
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Evitando o fast-food
Uma alimentação que contenha muitas frutas, legumes e fibras pode prevenir o câncer. Porém, estudos mostraram que uma alimentação saudável tem menos influência sobre o risco de contrair câncer que os especialistas suspeitavam. Ela diminui o risco apenas levemente, em cerca de 10%.
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Muito sol causa muitos danos
Os raios ultravioletas da luz do sol penetram no código genético e podem modificá-lo – o que pode causar alguns tipos de câncer de pele, como o carcinoma basocelular e melanomas. O protetor solar evita queimaduras, mas a pele bronzeada e mais escura já é um indício de que o corpo recebeu radiação demais.
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Na medicina moderna
Os raios X prejudicam o patrimônio genético. Os danos de uma radiografia são mínimos, mas uma tomografia computadorizada deve ser realizada apenas quando há motivos importantes que a justifiquem. Já uma ressonância magnética é inofensiva. Também é preciso lembrar que o ser humano é alvo de radiações cancerígenas durante uma viagem de avião.
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Infecções que causam câncer
O vírus do papiloma humano, conhecido como HPV ou VPH, pode desencadear câncer de colo de útero. Vírus de hepatite B e C chegam a gerar alterações nas células do fígado. A bactéria Helicobacter pylori (na foto) infecta a mucosa do estômago e pode causar câncer. Existe a possibilidade de vacinar-se contra muitas dessas infecções. A Helicobacter pylori pode ser combatida com antibióticos.
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Melhores que a fama que têm
A pílula anticoncepcional pode aumentar levemente o risco de câncer de mama. Ao mesmo tempo, porém, ela diminui o risco de câncer nos ovários. Em suma, a pílula é mais benéfica do que danosa – ao menos no que diz respeito ao câncer.
Foto: Fotolia/Kristina Rütten
Sem garantias
Porém, mesmo tomando medidas para diminuir o risco de desenvolver câncer, não há garantia contra a doença. Metade dos casos de câncer no mundo têm origem genética ou são fruto da idade avançada. Especialmente os tumores no cérebro se desenvolvem sem influência externa.