Além de ver atrações famosas, como o Portão de Brandemburgo e o Parlamento, vale fazer um passeio gastronômico pela capital alemã, que oferece clássicos como currywurst, joelho de porco e sonhos recheados.
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Portão de Brandemburgo, cúpula do Parlamento, Torre de TV, praça Alexanderplatz, Checkpoint Charlie, East Side Gallery, Memorial do Holocausto, e por aí vai. A lista de atrações turísticas de Berlim é extensa, e sem dúvida caminhar de um lado para o outro da cidade tem um efeito certeiro: fome.
Para mim, as experiências gastronômicas são tão importantes numa viagem quanto as culturais. É por isso que, a partir da coluna desta semana, vou dar dicas do que experimentar em alguns dos principais destinos turísticos da Alemanha, começando pela capital. Para mergulhar no universo culinário de Berlim, selecionei alguns pratos típicos que são facilmente encontrados em lanchonetes, restaurantes, bares e padarias da cidade.
É claro que uma das refeições em Berlim deve ser currywurst, afinal, acredita-se que a combinação de salsicha branca com molho picante de tomate e curry tenha sido inventada na cidade em 1949. Servida com pão ou batata frita, a currywurst é hoje uma das comidas de rua favoritas da Alemanha.
Quando se pede uma currywurst em Berlim, costuma-se ouvir a pergunta: "Mit oder ohne?" (Com ou sem?), que se refere à presença ou ausência de tripa em volta da salsicha. Quanto ao sabor, não há muita diferença entre as duas versões, mas a com tripa é mais crocante, e a sem, mais macia.
Um dos lugares mais populares que servem a salsicha picante é Curry 61, na rua Oranienburger Strasse. E para quem se apaixonar por esse o símbolo da culinária berlinense, há até um museu dedicado a ele, o Deutsches Currywurst Museum Berlin.
Outra opção de lanche rápido ou entrada antes de uma refeição berlinense, pode ser um pão com carne crua temperada, o chamado hackepeter, que também é apreciado em outras regiões do país e no sul do Brasil. Há ainda o clássico strammer max, que consiste simplesmente numa fatia de pão coberta com presunto e um ovo frito.
Depois de experimentar esses lanches e visitar, quem sabe, o Portão de Brandemburgo e o Memorial do Holocausto, que ficam bem pertinho um do outro, é possível que comece a dar sede. Para aqueles que quiserem ousar, dá para se aventurar no universo das cervejas coloridas.
É isso mesmo: coloridas. Em Berlim, principalmente no verão, a cerveja do tipo Berliner Weisse – turva e ácida – é muito apreciada com xarope de framboesa ou de waldmeister, uma planta presente em toda a Europa. O resultado são cervejas adocicadas de cores vermelha e verde vibrantes. É possível também encontrar outras misturas com a Berliner Weisse em bares da cidade, com licor de damasco, por exemplo.
Como comer dá sede, e beber dá fome, é hora de uma refeição com sustância. Aí não faltam opções no cardápio de restaurantes dedicados â culinária local, como a Alt-Berliner Wirtshaus, que tem duas filiais, uma ao lado do Portão de Brandembrugo, e outra no bairro Nikolaiviertel.
Lá você encontra, por exemplo, o clássico eisbein (joelho de porco) com chucrute e purê de ervilhas. Outro prato berlinense famoso são as königsberger klopse, almôndegas servidas com – pode arregalar os olhos, caro leitor – alcaparras. E para completar, a receita ainda leva anchovas. E não é que combina?
Outro clássico da capital são as buletten, bolinhos de carne fritos, geralmente servidos com salada de batata. Esse prato, assim como currywurst, pode ser facilmente encontrado em biergartens de Berlim – recomendo o famoso Prater Garten e o Café am Neuen See, que fica à beira de um lago dentro do parque Tiergarten.
Por fim, é claro que não podem faltar doces para adoçar uma viagem. Ao pensar em comida de Berlim, para muitos alemães logo vêm à cabeça os berliner pfannkuchen. São sonhos, fritos e recheados de geleia. E para quem quiser algo mais leve como sobremesa, tem o berliner luft, um creme fofinho de clara em neve, gema, açúcar, baunilha e gelatina, que costuma ser servido com calda de framboesa.
Boa viagem e guten Appetit!
Toda semana, a coluna Pitadas traz receitas, curiosidades e segredos da culinária europeia, contados por Luisa Frey, jornalista aspirante a mestre-cuca.
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Dez razões para amar Berlim
A capital alemã é muitas coisas: sede do governo, metrópole cultural, centro de vida noturna. Mas, acima de tudo, ela é eletrizante, uma cidade em constante mutação. Talvez, por isso, os turistas gostem tanto dela.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Nietfeld
Vista do alto
A torre "Fernsehturm", com seus 368 metros de alturam é a estrutura mais alta da Alemanha. Em um dia claro, a plataforma de observação oferece visibilidade de até 40 quilômetros. Acima da plataforma, fica o restaurante giratório, que realiza uma rotação a cada 30 minutos.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Nietfeld
Um lugar feliz
Em 1989, quando o Muro de Berlim caiu, artistas de todo o mundo pintaram sobre a barricada de concreto cinza. A East Side Gallery é até hoje a mais longa galeria ao ar livre do mundo. A arte criada espontaneamente ainda reflete a alegria que se espalhou por toda a Berlim com a queda do Muro.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Nietfeld
Museus e galerias
Rodeada pelo rio Spree, a Ilha dos Museus foi nomeada Patrimônio Mundial pela Unesco em 1999. Lá, é possível admirar tesouros artístico de todo o mundo, como um busto da rainha egípcia Nefertiti e o Altar de Pérgamo, construído entre 160 e 180 a.C. em homenagem a Zeus, o reio do Olimpo. Berlim tem ainda outros 175 museus e cerca de 300 galerias de arte.
Foto: Fotolia/fhmedien_de
Diversidade cultural
Cosmopolita, ricamente colorida e com um entusiasmo pela vida — assim Berlim apresenta-se durante o festival Carnaval das Culturas. Cerca de 180 nacionalidades chamam a cidade de casa. E todo o mês de maio eles — recém-chegados e berlinenses estabelecidos — celebram o que é, provavelmente, a melhor festa de rua da cidade.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Jensen
Em constante mutação
Desde a Reunificação, em 1990, os guindastes não param: a Potsdamer Platz foi reconstruída, o Reichstag (prédio do Parlamento alemão) ganhou uma cúpula e o quarteirão do governo foi construído. O Palácio de Berlim, que deverá ser concluído em 2019, está lentamente tomando forma. Ninguém sabe ainda, porém, se o novo - e muito atrasado - aeroporto de Schönefeld estará aberto até lá.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Zinken
Tapete vermelho
Em fevereiro, Berlim estende o tapete vermelho para receber estrelas do cinema. Desde 1951, o Festival Internacional de Cinema de Berlim, conhecido como Berlinale, é um dos principais do mundo. Estrelas do cinema amam a cidade, mesmo em outras épocas do ano, como Arnold Schwarzenegger e Emilia Clarke, que estiveram na capital para a estreia do mais recente "Exterminador do Futuro".
Foto: picture-alliance/dpa/C. Carstensen
Memória preservada
O Memorial do Holocausto, composto por 2.711 placas de concreto para lembrar os seis milhões de judeus europeus mortos pela Alemanha nazista, é o memorial mais visitado de Berlim. Outros monumentos incluem os dedicados às Forças Aliadas que libertaram a cidade no final da Segunda Guerra Mundial, aos que morreram tentando escapar pelo muro e aos herois da força aérea de Berlim.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Stache
Parques e jardins
Há mais de 2.500 parques em Berlim, mas o "New York Times" nomeou, recentemente, o pequeno "Prinzessinnengarten" como um dos mais belos espaços verdes da cidade. Esse antigo terreno baldio no bairro de Kreuzberg foi transformado em um jardim orgânico, em que mais de 500 tipos de vegetais são cultivados por centenas de voluntários locais.
Foto: picture-alliance/dpa
Vida noturna
A vida noturna de Berlim, conhecida como uma das mais excitantes do mundo, oferece diversão para todos os gostos, do indie rock ao hip hop e house. Alguns dos melhores DJs do mundo tocam em clubes como Berghain e Watergate. Muitas pessoas vão a Berlim só para isso — elas chegam à cidade na sexta-feira à noite e passam o fim de semana inteiro na balada antes de voltarem para casa.
Foto: picture-alliance/schroewig
Capital canina
Cerca de 100 mil cães vivem na cidade, fazendo de Berlim a capital canina da Alemanha. Mas quando os berlinenses dizem que "ladram, mas não mordem", eles estão se referindo a eles próprios. Os moradores são conhecidos por não serem muito simpáticos: "Berliner Schnauze", o termo em alemão para focinho, é usado para caracterizar a rispidez no trato considerada típica do berlinense.