Em 8 de abril, milhões poderão acompanhar o fenômeno em países da América do Norte. Partes do Canadá, EUA e México ficarão escuras como a noite.
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Por volta das 15h (horário de Brasília) da próxima segunda-feira, 8 de abril de 2024, o céu sobre partes da América do Norte ficará subitamente escuro por alguns minutos.
O motivo é o eclipse solar total que atravessará o continente, começando no México e terminando no Canadá, passando por vários estados dos Estados Unidos. Segundo a agência espacial americana (Nasa), o caminho ao longo do qual o eclipse poderá ser visto tem cerca de 185 quilômetros de largura.
Para os milhões de pessoas que vivem no trajeto do eclipse, a luz do sol será bloqueada temporariamente, causando um estado de escuridão momentânea durante o auge do dia.
Quem perder este eclipse solar total terá que esperar até o ano 2045 para o próximo previsto sobre a América do Norte.
Os brasileiros não poderão assistir ao eclipse de 8 de abril, mas o fenômeno será transmitido online pelos canais oficiais da Nasa.
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O que acontece durante um eclipse solar?
Quando a Lua passa diretamente entre a Terra e o Sol, ela bloqueia parte da luz solar que chega à Terra e projeta uma sombra sobre sua superfície. Esse evento é chamado de eclipse solar.
Não é diferente de uma palma causando uma sombra no rosto quando se tenta bloquear a luz do Sol com a mão. Sendo que os eclipses acontecem em uma escala cósmica muito maior.
Durante um eclipse, observadores podem notar estranhas sombras em forma de meia-lua no chão, uma queda repentina na temperatura e um comportamento atípico entre pássaros e animais.
Como assistir a um eclipse solar?
Não é seguro olhar diretamente para o Sol sem proteção ocular especializada para visualização solar, seja no caso de um eclipse ou não. A radiação direta do astro pode danificar a retina.
Olhar para o Sol por meio das lentes de uma câmera, binóculos ou telescópio sem um filtro solar especial também pode causar instantaneamente lesões oculares graves.
Recomenda-se que os observadores usem óculos de eclipse ou óculos com filtros solares para assistir ao evento. Óculos que têm o código ISO 12312-2, da Organização Internacional de Normalização, na parte interna são os mais seguros para uso.
O eclipse solar é perigoso?
Um eclipse solar é simplesmente a Lua bloqueando a visão do Sol – a Lua apenas causa uma sombra e não introduz nenhuma nova radiação prejudicial.
O brilho estranho em forma de anel que se vê vindo do Sol durante um eclipse solar é apenas a luz normal do astro.
Portanto, diferentemente do que dizem algumas lendas urbanas, o eclipse solar não é perigoso. Comidas não estragam durante o fenômeno, e mulheres grávidas também não sofrem qualquer dano.
É fácil observar um eclipse solar?
Embora os eclipses solares totais ocorram praticamente a cada um ano e meio ou dois anos, muitos deles passam por áreas remotas, o que dificulta sua observação.
O eclipse de 2024 passará por várias cidades importantes dos Estados Unidos, incluindo Dallas, Little Rock, Indianápolis, Cleveland, Buffalo e Burlington.
A duração da observação do eclipse, no entanto, depende do local de onde ele será visto. De acordo com a Nasa, é provável que o eclipse de 8 de abril seja visível por cerca de quatro minutos a quatro minutos e meio nos diferentes locais em sua trajetória.
Se o tempo estiver bom o suficiente, a coroa solar – a camada externa da atmosfera do astro – poderá ser vista da Terra durante o eclipse.
No entanto, pode haver mau tempo – há uma grande chance de nuvens em 8 de abril, o que pode obscurecer a visão do fenômeno.
Espera-se que algumas partes de Nova York, Vermont, Maine e Quebec tenham mais sorte com uma visão mais clara do que as regiões do sul ao longo do caminho do eclipse.
O eclipse solar como um fenômeno da cultura pop
No dia 8 de abril, a América do Norte vai vivenciar um eclipse solar total. Vamos dar uma olhada em alguns eclipses solares famosos no cinema, na música e na pintura.
Foto: 20th Century Studios/dpa/picture alliance
"Cristo na cruz e eclipse" (1596 - 1659)
A pintura de Peter Paul Rubens retrata a crucificação de Jesus segundo o Evangelho de São Lucas: "o sol se escureceu", razão pela qual um eclipse solar aparece em muitas representações do Cristo crucificado. No entanto, como o evento bíblico ocorre na época da Páscoa, que só acontece na lua cheia, e os eclipses solares exigem uma lua nova, algo mais pode ter causado o escurecimento do céu.
Foto: Liszt Collection/picture alliance
"Viagem através do impossível" (1904)
Georges Méliès, pioneiro do cinema francês, muitas vezes se inspirava na astronomia para seus filmes de fantasia. Entre eles, estão clássicos como " “Viagem à Lua" (1902), "Viagem através do impossível" (foto) e "Eclipse solar em lua cheia", em que um eclipse solar é retratado como um breve encontro romântico entre um sol e uma lua.
Parte do acervo do Museu de Arte Heckscher, a obra "Eclipse solar" do alemão George Grosz é descrita como "uma obra-prima da arte política". Integrante do movimento Dadaísta de Berlim da década de 20, Grosz retratou o sol, um símbolo da vida, escurecido pelo cifrão para fazer uma crítica a ganância e a violência dos militares, políticos e industriais da Alemanha.
Foto: akg-images/picture-alliance
"2001: Uma Odisseia no Espaço" (1968)
Na obra-prima de ficção científica de Stanley Kubrick, um eclipse solar aparece de uma perspectiva extraterrestre. O sol, a lua e a terra estão alinhados e bloqueiam a luz do sol. Desse ângulo, o eclipse solar parece ainda mais fascinante.
Foto: Mary Evans Picture Library/picture-alliance
"Eclipse" (1973)
"Eclipse" é a última faixa do quinto álbum da banda de rock britânica Pink Floyd, intitulado "The Dark Side of the Moon". O baixista Roger Waters, que escreveu a letra de "Eclipse", explicou que o sol e a lua são símbolos de que a vida tem coisas boas a oferecer às pessoas, "mas uma força sombria da nossa natureza impede que a gente aproveite".
Foto: picture alliance / CHROMORANGE
"Total Eclipse of the Heart" (Eclipse total do coração) (1982)
O falecido compositor Jim Steinman se inspirou em um eclipse lunar para escrever a canção cult de Bonnie Tyler de 1982. "A maioria das músicas pop trata do lado belo e lírico do amor. Eu queria escrever sobre o lado sombrio. Um eclipse solar parecia perfeito para contar a história de alguém que está sendo dominado pelo amor... Não há mais luz", disse ele certa vez.
Foto: picture alliance / Hanne Jordan
"A pequena loja dos horrores" (1986)
Nessa comédia musical de terror, uma planta alienígena carnívora chamada Audrey II é transportada para a Terra durante um eclipse solar e, em seguida, é comprada por um homem impopular chamado Seymour. A Audrey II pode fazer com que Seymour seja bem-sucedido no trabalho e tenha chances no amor. Mas Audrey II vive de sangue humano e continua crescendo, pois planeja dominar o mundo.
Foto: IFTN/United Archives/picture alliance
"Black Hole Sun" (1994)
Em uma entrevista de 2014, o vocalista do Soundgarden, o falecido Chris Cornell, revelou que escutou errado uma notícia e achou que seria um título curioso "Black Hole Sun", algo como buraco negro do sol, que se tornaria um hit da banda. Refletindo sobre a letra, Cornell disse: "Quando eu escrevo letras sombrias ou pesadas, geralmente me sinto melhor".
Foto: picture alliance/United Archives
"Apocalypto" (2006)
O filme de ação de Mel Gibson se passa na Península de Yucatan, no final do império Maia. O filme foi rodado na selva mexicana, com todos os diálogos falados na língua indígena maia. O protagonista está deitado no altar para ser sacrificado quando, de repente, acontece um eclipse solar: a sua salvação. Para os maias, o eclipse solar era como um sinal positivo dos deuses.
Foto: KPA/United Archives/IMAGO
"Avatar: o caminho da água" (2022)
Na sequência do filme "Avatar" (2009), de James Cameron, o planeta Pandora está praticamente sempre na escuridão. Esse fenômeno pode ser interpretado como um mau presságio. Durante a batalha final entre os humanos e os nativos Na'vi, ocorre um eclipse solar, simbolizando o momento decisivo enfrentado pelos personagens principais.