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Educação

O que muda no ensino brasileiro?

6 de abril de 2017

Nova versão da base nacional curricular, que deverá ser referência em escolas públicas e privadas do país, antecipa alfabetização em um ano. Medidas serão implementadas até 2019. Entenda.

Brasilien Schule Emilio Sendim in Ceará
BNCC é uma referência para o que deve ser ensinado nas escolas públicas e privadas do paísFoto: DW/N. Pontes

O Ministério da Educação apresentou nesta quinta-feira (06/04) a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), uma referência para o que deve ser ensinado nas escolas públicas e privadas do país. A nova versão prevê que todos os alunos sejam alfabetizados até o 2º ano do ensino fundamental – mais cedo do que a meta atual, que era até o 3º ano.

"Estamos alinhando o Brasil a outros países e ao próprio setor privado do país. Não queremos que a criança da escola pública não tenha o mesmo direito hoje da criança que está na escola privada", afirma Maria Helena Guimarães de Castro, secretária executiva do Ministério da Educação, que presidiu o comitê responsável pela finalização da base.

Quais são as principais mudanças?

As crianças de todo o país deverão ter acesso desde cedo a conteúdos de português e matemática. Até o 2º ano do ensino fundamental, geralmente aos sete anos de idade, os estudantes deverão ser capazes de ler e escrever. Além disso, aprenderão conteúdos de estatística e probabilidade desde o 1º ano do ensino fundamental.

O que se espera do ensino infantil?

A BNCC estabelece que na educação infantil, que vai até os cinco anos de idade, seja desenvolvida a "oralidade e escrita". O conteúdo começa a ser introduzido aos poucos. Até um ano e seis meses, as creches deverão garantir, por exemplo, que as crianças reconheçam quando são chamadas pelo nome ou demonstrem interesse ao ouvir a leitura de poemas e a apresentação de músicas.

E no ensino fundamental?

No 2º ano do ensino fundamental, quando a criança tem sete anos, as escolas deverão garantir que os estudantes saibam escrever bilhetes e cartas, nos meios impresso e digital – mensagens por e-mail e em redes sociais. Elas deverão ler, com autonomia e fluência, textos curtos, com nível adequado, silenciosamente e em voz alta.

A matemática também deverá estar presente na formação desde cedo. A partir dos seis anos, no 1º ano do ensino fundamental, os estudantes deverão ter acesso a conteúdos de probabilidade e estatística. Até o segundo ano, saberão, por exemplo, coletar, classificar e representar dados em tabelas simples e em gráficos de colunas, além de classificar eventos cotidianos como pouco ou muito prováveis, improváveis e impossíveis.

Como se dará a implementação?

A expectativa do Ministério da Educação é que a BNCC chegue às salas de aula efetivamente a partir de 2019, pois é necessário um longo caminho para a implementação, que envolve a formação de professores, aquisição de livros didáticos e mudanças nas avaliações nacionais feitas pela própria pasta.

O MEC entregou a versão final da BNCC ao Conselho Nacional de Educação (CNE), que, após analisá-lo, via elaborar um parecer e um projeto de resolução e a BNCC volta para o MEC para homologação. Só depois que ele passará a vigorar oficialmente, e estados e municípios deverão elaborar seus próprios currículos.

A base apresentada nesta quinta-feira se refere ao ensino infantil (creche e pré-escola) e ao ensino fundamental (1º ao 9º ano). A parte relativa ao ensino médio ainda está em elaboração e deverá ser apresentada nos próximos meses.

FC/abr/ots

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