Blockbusters, biografias, cinema de arte, super-heróis, a volta de franquias de sucesso e até uma Barbie feminista: após tempos de vacas magras, no novo ano cinematográfico há um pouco de tudo para todos.
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Depois do jejum, é hora de banquete: o que vale para a religião pode também se aplicar ao cinema. Em seguida a uma carestia de quase dois anos imposta pela pandemia de covid-19, 2023 promete uma enxurrada de novos espetáculos.
O ano está tão lotado de produções atraentes, de blockbusters ao cinema de arte, que vai deixar alguns cinéfilos como pinto no lixo, sem saber como deixar as salas de exibição.
Biografias de mestre
Três sobrenomes célebres, três cineastas consagrados. O inglês Christopher Nolan retorna, após três anos desde o último lançamento, com Oppenheimer, relatando a eletrizante história do projeto militar "Manhattan" que redundaria no desenvolvimento da bomba atômica.
O líder da equipe era o físico americano Robert Oppenheimer, representado pelo irlandês Cillian Murphy, à frente de um elenco estelar que reúne Emily Blunt, Matt Damon, Robert Downey Jr., Gary Oldman e Florence Pugh, entre outros.
O veterano Martin Scorsese também embarca na onda biográfica em Roosevelt. Leonardo DiCaprio encarna Theodore "Teddy" Roosevelt Jr., em sua trajetória vertiginosa, de doentio e mimado garoto de Harvard a governador de Nova York e, por fim, um dos mais importantes presidentes dos Estados Unidos, de 1901 a 1909.
Igualmente mestre de seu ofício, o diretor e produtor Michael Mann está na linha de partida com Ferrari, após uma longa gestação. Ele aborda a biografia do corredor e construtor de automóveis italiano Enzo Ferrari (Adam Driver), cuja esposa, Laura, é interpretada por Penélope Cruz.
Entre história e ficção científica
A dupla Scorsese-DiCaprio pontifica logo duas vezes entre os lançamentos de ponta. Com um custo de nada menos de 200 milhões de dólares, o suspense policial Assassinos da Lua das Flores trata do brutal assassinato de membros da tribo indígena Osage nos EUA, na década de 1920, que desencadeou uma gigantesca investigação pelo FBI.
Por que a fascinação por vampiros é imortal?
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Em Duna: Parte dois, o cineasta canadense Denis Villeneuve conclui sua saga de ficção científica baseada no romance de 1965 de Frank Herbert. No elenco estelar estão de volta Timothée Chalamet, Javier Bardem, Rebecca Ferguson e Zendaya.
Mais uma vez, Wes Anderson cria uma fantástica realidade paralela em Cidade Asteroide: em 1955, eventos de escala mundial abalam uma convenção de astronomia numa cidade no deserto. Estrelas do porte de Adrien Brody, Steve Carell, Bryan Cranston, Tom Hanks, Scarlett Johansson, Tilda Swinton, Margot Robbie integram o numeroso elenco.
Aos 83 anos, o ícone americano Francis Ford Coppola lança aquele que possivelmente será seu canto do cisne. Em Megalopolis, cujo roteiro começou a elaborar ainda na década de 1980, Adam Driver, Forest Whitaker e Laurence Fishburne contam sobre a tentativa de construir uma utopia arquitetônica na cidade de Nova York, após uma devastadora catástrofe.
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A volta das franquias e dos super-heróis
Em 2023 Hollywood também joga seguro, ressuscitando diversas franquias de sucesso. Para os fãs da ação mirabolante, Tom Cruise estrela a sétima edição de Missão Impossível. Na primeira parte de Acerto de contas, que já tem sequência marcada para 2024, o agente da IMF Ethan Hunt é secundado pela atriz francesa Pom Klementieff, ao lado de Cary Elwes e Simon Pegg.
Outras duas grandes promessas do cinema-pipoca movido a superstar são John Wick 4: Baba Yaga, com Keanu Reeves; e Indiana Jones e o chamado do destino. Esta quinta edição da saga iniciada em 1981 traz Harrison Ford em dose dupla: no esplendor de seus 80 anos e rejuvenescido pela magia da computação gráfica.
Beleza inquietante: o lado obscuro da arte
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As franquias Transformers, Star Wars e Velozes & Furiosos igualmente terão novos episódios, enquanto Jogos Vorazes merecerá uma "prequel", em que se narram os antecedentes da saga juvenil. Nostalgia também motiva a refilmagem de Matador de aluguel, de 1989, com Jake Gyllenhaal no papel criado por Patrick Swayze, de implacável leão-de-chácara de um bar decadente.
Enquanto isso, a fábrica de super-heróis segue cuspindo novos tipos esquisitos. Os fãs dos collants apertados e dos efeitos especiais já podem ir se alegrando com um terceiro Guardiões da Galáxia e Homem-Formiga, assim como com o segundo Aquaman, Capitã Marvel e Shazam!.
Além disso, o cânone dos heróis HQ se amplia com pelo menos mais uma personagem, pois finalmente chega às telas The Flash, tendo o polêmico ator Ezra Miller como o homem mais rápido do universo.
Ao lado de Transformers, outra produção inspirada num brinquedo desperta expectativas. Dirigida por Greta Gerwig (Adoráveis mulheres), Barbie promete uma visão inteligente e até feminista da perfeita louraça de plástico. Ela é representada por Margot Robbie, tendo Ryan Gosling como Ken, seu namorado eternamente sorridente. A trama gira em torno do banimento de Barbie, de sua utópica terra rosa-bebê, para o mundo real.
Com a palavra, o cinema de autor
Para quem prefere feminismo sem corantes nem adoçantes, uma alternativa é Entre mulheres, de Sarah Polley, baseada no romance de Miriam Toews sobre integrantes de uma comunidade menonita decididas a dar fim aos abusos sexuais e a conciliar a dura realidade com sua fé. Lançado com sucesso no Festival de Toronto de 2022, o filme é estrelado por Rooney Mara, Claire Foy e Frances McDormand.
Na contramão do mainstream hollywoodiano, os principais lançamentos em 2023 de cinema de arte, ou de autor, são quase numerosos demais para serem listados. Entre eles, o thriller Cat person, de Susanna Fogel, baseado num conto publicado na revista The New Yorker, que acompanha o descarrilamento da relação entre uma estudante de 20 anos e um homem mais velho, representados por Emilia Jones e Nicholas Braun.
Dez anos após o lançamento do drama antiescravagista 12 anos de escravidão – com que conquistou três Oscars, dois British Academy Film Awards (Bafta) e um Globo de Ouro –, o cineasta londrino Steve McQueen chega em grande forma com Blitz, abordando os efeitos do bombardeio da capital britânica durante a Segunda Guerra Mundial sobre vidas locais. No elenco, Stephen Graham e Saoirse Ronan.
Todd Haynes lança o melodrama May December, com Natalie Portman, Julianne Moore e Charles Melton: um casal cuja grande diferença de idade causou, anos antes, um escândalo de nível nacional, tem seus tormentos reavivados pela chegada de uma atriz em pesquisas para um filme sobre o caso.
Depois de um Oscar e numerosas indicações com A favorita em 2019, o inconvencional Yorgos Lanthimos chega com Poor things. Nessa versão feminista de Frankenstein, Belle (Emma Stone) se mata para escapar do marido brutal. No entanto um cientista brilhante a traz de volta dos mortos, tendo substituído o cérebro da suicida pelo do filho que ela não chegou a dar à luz.
Pequeno manual do universo Star Wars
Mais de quatro décadas de Star Wars: a fascinação sem fim por um império de uma galáxia muito distante. Como existem pessoas que não sabem o que é esse fenômeno cult, reunimos as principais informações.
Foto: picture-alliance/AP Photo
O time dos sonhos da primeira trilogia
Em 1977, surgem pela primeira vez nas telas dos cinemas Han Solo (Harrison Ford), a princesa Leia (Carrie Fisher) e Luke Skywalker (Mark Hamill). O trio de protagonistas de "Star Wars" (posteriormente intitulado de "Episódio 4 – Uma nova esperança") volta a trabalhar juntos nos filmes seguintes: "Episódio 5 - O império contra-ataca" (1980) e "Episódio 6 - O retorno de Jedi"(1983).
Foto: picture-alliance/AP Photo
Os cavaleiros jedi
No universo de Star Wars, a ordem dos cavaleiros jedi combate pelo bem. O lado luminoso da Força lhes confere uma força sobre-humana, além de paz e tranquilidade. Essa força deve ser usada somente para conhecimento e defesa, nunca para o ataque. A espada de neon é a sua arma. Os cavaleiros mais conhecidos são Luke e Anakin Skywalker (à direita), Obi-Wan Kenobi (à esquerda) e o icônico mestre Yoda.
Foto: imago/Unimedia Images
Mestre Yoda
Yoda é o cavaleiro jedi mais poderoso de todos os tempos. Ninguém melhor do que ele sabe utilizar o lado luminoso da Força. Há mais de 800 anos ele forma jovens pupilos (Padawane) para se tornarem cavaleiros Jedi. Sua linguagem é estranha, invertendo a ordem das palavras, que são sábias e inteligentes. Mesmo com seus 66 cm de altura, Yoda não é subestimado por nenhum de seus poderosos rivais.
Foto: picture alliance/Mary Evans Picture Library
"Não! Tentar não. Faça ou não faça. Tentativa não há"
No "Episódio 5 – O império contra ataca", o mestre Yoda treina o jovem Luke Skywalker. Luke é muito inseguro e não acredita em suas próprias forças. Yoda lhe ensina a filosofia Jedi e técnicas mentais. Além disso, o adverte a não se deixar guiar pelos sentimentos negativos: "Ira, medo, agressividade, o lado escuro da força são. Fácil fluem. Rápido se apoderam de você em uma luta..."
Foto: imago/EntertainmentPictures
Os sith
Os sith são uma ordem de guerreiros que pertencem ao lado sombrio da Força. Eles já foram em algum momento cavaleiros jedi, mas decidiram se distanciar do lado luminoso da Força pela promessa de adquirir mais força e poder. Darth Vader, Darth Maul ou Darth Sidious são os sith mais conhecidos. Na foto, aparece Darth Tyranus, que, como jedi, se chamava Conde Dooku.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Tischler
"Eu sou seu pai"
Darth Vader havia sido Anakin Skywalker, o primeiro cavaleiro jedi. Ele se deixou levar pelo Imperador para o lado sombrio da Força para salvar a vida de sua mulher e de seus filhos gêmeos ainda no ventre da mãe. Anakin se torna Darth Vader, enquanto os gêmeos Luke e Leia são salvos e escondidos. Passados 20 anos, pai e filho se enfrentam numa batalha sangrenta onde se ouve a frase icônica.
Foto: imago stock&people
O imperador Palpatine
É um membro do Senado que governa uma grande república de planetas. Mas, na verdade, Papatine é secretamente um lorde sith cujo nome é Darth Sidious. Ele fomenta a rebelião contra a república. No final, ele será levado ao trono pelo lado sombrio da Força como chanceler e imperador. Seu maior desejo é dominar todo o universo. Palpatine é responsável pela pior de todas as armas...
Foto: imago stock&people
A Estrela da Morte
A Estrela da Morte é a superarma imperial – tão grande quanto a Lua e com um poder de extermínio devastador. A princesa Leia teve de assistir a uma demonstração de seu terrível poder: com um raio laser gigante, a Estrela da Morte atingiu o planeta de origem da princesa, levando-o literalmente pelo ares. Mas essa arma tem um ponto fraco, que permite aos rebeldes um contra-ataque.
Nesta produção de 2016, uma espécie de capítulo independente entre os Episódios 3 e 4, o Império constrói sua primeira Estrela da Morte e quer testar sua potência. Fãs de "Star Wars" já sabem que, com apenas um raio, essa arma é capaz de destruir planetas. Rebeldes querem descobrir os planos dos rivais e destruir a Estrela. Tudo isso se desenrola paralelamente à trama inicial de "Star Wars".
Os soldados do Império são comandados pelo lado sombrio da Força, e centenas de milhares deles são convocados para lutar contra os rebeldes. Com uma obediência cega ao seu comandante, o Imperador, a quem são devotos até a morte, seguem à risca as ordens dos vilões (aqui: Kylo Ren). No Episódio 7, o soldado Finn rompe com essa "lei" de fidelidade cega e passa para o lado luminoso da Força.
O universo do "Star Wars" traz, juntamente aos humanoides, criaturas monstruosas. O criminoso Jabba, o Hut, é um exemplo delas: um monstro repulsivo com quem o contrabandista Han Solo tem uma dívida a pagar. Para reforçar sua exigência, ele mantém a princesa Leia como escrava. O biquíni usado pela atriz Carrie Fisher se tornou lendário.
Foto: imago/AD
Máquinas de combate
As armas imperiais são aterrorizantes. Somente seu tamanho já é capaz de amedrontar qualquer adversário. Aqui, as "AT-ATs", máquinas de combate sobre quatro patas, que se locomovem rapidamente, transportando tropas inteiras de um lado a outro. De sua cabeça, toneladas de projéteis são disparados em frações de segundos.
Enquanto a Estrela da Morte ainda é construída, as espaçonaves da frota imperial voam no espaço sideral. Aqui, a enorme nave Star Destroyer é acompanha pelos ágeis caças de combate TIE Fighter. George Lucas, criador de "Star Wars", estabeleceu com sua técnica nossos padrões para a arte de animação.
Foto: imago/AGD
A trilha sonora
O compositor John Williams escreveu a música-tema para todos os filmes da série. Mundialmente conhecidos são o tema principal do filme e a sombria "Marcha Imperial", que acompanha Darth Vader em suas aparições. Merece citação também "Cantina Band", tocada em uma espelunca no início do Episódio 4 pela banda de aliens Figrin D'an and the Modal Nodes e que virou um símbolo cult.
Foto: picture alliance/dpa/S. Bee
Os androides queridos do público
Já desde os primeiros filmes, os androides C3PO, o falante robô dourado, e o pequeno R2D2 se tornaram personagens queridos do público. No Episódio 7, somou-se à carismática dupla um outro androide: o BB-8 (esquerda). Esses três robôs são acompanhantes fiéis dos protagonistas e já os salvaram diversas vezes de situações complicadas.
Foto: picture-alliance/dpa/A.Poole
O bom companheiro: Chewbacca
No Episódio 7, de 2015, Han Solo retorna à cena depois de 32 anos. Na nova trama, ele havia deixado de ser contrabandista há muito tempo. Além disso, não está mais com a princesa Leia, com quem havia se casado. Porém, Solo continua combatendo pelas forças do bem – e acompanhado de seu fiel companheiro Chewbacca, cujo grito virou símbolo cult.
Foto: Disney/Lucasfilm
Um filme para Han Solo
Han Solo ganhou seu próprio filme, em 2018. "Han Solo: Uma História Star Wars" se passa dez anos antes dos acontecimentos do filme original e mostra as primeiras aventuras do protagonista e de seu fiel amigo Chewbacca, a bordo da lendária nave Millennium Falcon. Alden Ehrenreich interpretou Han Solo na juventude, papel que em Star Wars ficou imortalizado por Harrison Ford.
Foto: 2017 Lucasfilm Ltd. & ™, All Rights Reserved.
Uma nova heroína (2015)
O Episódio 7 é rodado mais de 30 anos depois do Episódio 6 ("O retorno de Jedi"). Com a Primeira Ordem, o mal novamente estabeleceu seu poder na galáxia. Mais uma vez, os rebeldes lutam contra isso e entre eles está Rey, a nova heroína, que conta com o apoio do androide BB-8 e do soldado desertor Finn. Os três fogem da Primeira Ordem em uma velha nave, a Millenium Falcon.
Foto: Disney/Lucasfilm
"Os últimos Jedi", a viagem de Rey prossegue
No Episódio 8,"Os últimos Jedi", de 2017, a heroína Rey vai à procura do último cavaleiro jedi, Luke Skywalker, e tenta convencê-lo a retornar à tropa da resistência. Porém, Luke custa a ajudá-la, já que sofreu um duro golpe quando seu antigo aprendiz, seu sobrinho Ben Solo (filho de Leia e Han Solo) se convertou ao lado negro da Força, tornado-se Kylo Ren.