O que se sabe sobre plano golpista citado por Marcos do Val
Publicado 2 de fevereiro de 2023Última atualização 3 de fevereiro de 2023
Senador afirma que Bolsonaro estava ciente de operação golpista planejada por Daniel Silveira para manter o ex-presidente no cargo. Trama envolvia gravar clandestinamente conversa com o ministro Alexandre de Moraes.
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta sexta-feira (03/02) que o senador Marcos do Val (Podemos-ES) seja investigado por suspeita de falso testemunho, denunciação caluniosa e coação no curso do processo, após dar quatro versões diferentes sobre o suposto golpe articulado pelo ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) com a conivência do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na quinta-feira, Moraes havia autorizado a Polícia Federal (PF) a colher o depoimento de Do Val na condição de testemunha numa investigação aberta para apurar os atos golpistas que culminaram na invasão das sedes dos três Poderes por bolsonaristas radicais em 8 de janeiro.
Marcos do Val foi eleito em 2018, com 863 mil votos, para um mandato de oito anos. Ele chegou a dizer que renunciaria ao cargo, mas depois voltou atrás.
Acusações contra Bolsonaro e Silveira
O caso veio a público após Do Val afirmar em uma transmissão ao vivo nas redes sociais na madrugada da quinta-feira (02/02) que recebeu, em dezembro, um pedido do ex-deputado Silveira para gravar uma conversa com o ministro Moraes para tentar incriminá-lo e anular a eleição presidencial de outubro, perdida por Bolsonaro. Segundo Do Val, o ex-presidente participou da reunião na qual o pedido foi feito.
"Eu ficava puto quando me chamavam de bolsonarista. Vocês me esperem que vou soltar uma bomba. Sexta-feira vai sair na Veja a tentativa de Bolsonaro de me coagir para que eu pudesse dar um golpe de Estado junto com ele, só para vocês terem ideia. E é lógico que eu denunciei", disse Do Val, em um debate na internet com membros do Movimento Brasil Livre (MBL).
Após as revelações, a Veja antecipou a publicação da reportagem exclusiva.
Qual seria o plano
À Veja, o senador relatou que, com o apoio de um grupo muito restrito, Silveira e Bolsonaro teriam elaborado o seguinte plano: alguém de confiança do presidente se aproximaria do ministro Alexandre de Moraes, que também exerce a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), devidamente equipado para gravar as conversas do magistrado com o intuito de captar algo comprometedor que servisse como argumento para prendê-lo.
A prisão de Moraes seria o estopim que levaria a uma série de medidas que provavelmente atirariam o país numa confusão institucional sem precedentes desde a redemocratização. Do Val disse que foi escolhido para levar adiante a trama pelo fato de ter uma relação de mais de dez anos com Moraes e, portanto, estar acima de suspeitas.
Em entrevista à GloboNews, o senador disse que Silveira foi claro sobre o plano: "O nosso objetivo é anular a eleição, manter o presidente no cargo e o ministro Alexandre ser preso'", teria dito Silveira, segundo Do Val.
Como foi a reunião
Segundo a Veja, a reunião entre Do Val, Silveira e Bolsonaro ocorreu no Palácio da Alvorada em 9 de dezembro e durou cerca de 40 minutos. Mais tarde, à Globonews, o senador disse que o encontro teria ocorrido na Granja do Torto, a residência de campo da Presidência da República. Depois, em nova entrevista à emissora, ele voltou a dizer que havia sido no Palácio da Alvorada.
Naquele mesmo dia, após semanas de silêncio, Bolsonaro fez uma de suas poucas aparições públicas após as eleições para falar com apoiadores. Na ocasião, ele pediu desculpas por eventuais erros e destacou sua ligação com as Forças Armadas, em uma mensagem aparentemente sem sentido para quem havia ficado tanto tempo calado.
"A ideia é que eles colocariam um equipamento de gravação, teria um veículo já próximo ao STF captando o áudio, e eu, nessa reunião com o ministro Alexandre, eu conduzindo, para ele falar que em alguns dos processos dele ele ultrapassou as linhas da Constituição", explicou o senador nesta quinta à Agência Senado.
Versões sobre a reação de Bolsonaro
Na primeira versão de seu relato, em entrevista à Veja, Do Val disse que, na reunião, Bolsonaro conversou sobre os acampamentos mobilizados em apoio a ele. Em seguida, após ser apresentado ao plano, o senador perguntou como este seria colocado em prática.
Segundo a revista, o ex-presidente teria respondido que já tinha acertado com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que o órgão – responsável pela segurança do presidente – daria o suporte técnico à operação de gravação fornecendo os equipamentos de espionagem necessários.
Mais tarde, à GloboNews, Do Val retirou a informação e disse que Bolsonaro somente afirmou que não pediria a desmobilização dos acampamentos para não sinalizar a Moraes que estaria envolvido na organização. Nessa versão, teria sido Silveira quem afirmou que o GSI estaria à disposição.
Na mesma entrevista, o senador disse que Bolsonaro indicou concordar com a ideia. Mais tarde, em nova entrevista à emissora, ele retirou a informação: "Bolsonaro ouviu tudo e ficou calado." Do Val disse, contudo, que o ex-presidente não rejeitou as ideias de Silveira.
Também à GloboNews, Do Val afirmou que Bolsonaro voltou a falar com ele no encontro ao se despedir. "Pensa e depois você me manda a resposta", teria dito o ex-presidente.
Ao jornal Folha de S.Paulo, o general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI na gestão Bolsonaro, disse que o envolvimento da pasta no plano de golpe é "mentira", assim como o da Abin. "Eu jamais tomei conhecimento de qualquer ação nesse sentido", disse Heleno, segundo o jornal.
As mensagens obtidas pela Veja mostram Silveira orientando como Do Val deveria chegar ao Palácio da Alvorada, de forma discreta, sem ser percebido. Ele teria sido levado ao local por um carro da segurança do presidente.
Nas mensagens, Silveira reforça a Do Val que apenas cinco pessoas teriam conhecimento do plano – três das quais estavam na reunião. O ex-deputado pede que o senador não comente a ideia com ninguém, nem mesmo com a esposa, e afirma, que, se nada fosse obtido da conversa com Moraes, o material simplesmente seria descartado.
No entanto, se alguma informação comprometedora fosse extraída do ministro, Do Val sairia como um "herói". Após a reunião, Do Val disse que pensaria no caso e que entraria em contato mais tarde.
Do Val alerta Moraes
Em uma das versões, o deputado disse ter se reunido com Moraes presencialmente no Supremo Tribunal Federal dias antes do encontro para que o ministro desse a ele detalhes sobre como agir.
Moraes teria dito que ele deveria ir à reunião com Bolsonaro e Silveira para acumular informações. Do Val diz ter ouvido do ministro que "informação sempre é bom".
Interlocutores do ministro citados pelo portal de notícias G1 disseram que o senador não é amigo de Moraes, e que ele foi recebido em público, no Salão Branco, assim como costuma ocorrer com outros pedidos de audiência.
Segundo esses interlocutores, o senador teria mais tarde informado o ministro sobre o plano golpista e contado que recusou o pedido de Silveira para grampeá-lo. Moraes perguntou se Do Val prestaria depoimento sobre o caso, mas o senador teria recusado. Assim, o ministro disse que nada poderia fazer.
Mensagens publicadas pela revista Veja confirmam que Do Val entrou em contato com Moraes após a reunião com Silveira e Bolsonaro.
"Boa noite, ministro! Dia emblemático. Aproveito para informar que não vou à Brasília nesta semana. Minha filha está precisando muito da minha presença aqui. Mas precisava falar como foi o encontro com PR [presidente da República] e o DS [Daniel Silveira]. Me pediram uma ação esdrúxula, imoral e até criminal. Não sei como poderia te contextualizar, com segurança. Caso for necessário, posso ir a Brasília para encontrá-lo. Sei que neste momento está muito turbulento em sua missão. Mas conte comigo", diz uma mensagem enviada por Do Val a Moraes em 12 de dezembro.
Em 14 de dezembro, cinco dias após a reunião com Bolsonaro e Silveira, Do Val e Moraes conversaram pessoalmente em Brasília. À noite, Do Val informou a Silveira que não aceitaria participar do plano.
"Fiz o meu papel de não prevaricar. Fui e comuniquei ao ministro. E me coloquei à disposição como testemunha", disse Do Val, segundo a Agência Senado.
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Moraes confirma conversa
Moraes confirmou nesta sexta-feira o teor da conversa relatada por Do Val. O magistrado falou sobre o caso enquanto participava de um evento da organização empresarial Lide, através de videoconferência. "Ele solicitou uma audiência como outros deputados e senadores, eu o recebi no Salão Branco", afirmou, ao relatar a conversa com o senador.
O ministro disse que a intenção do grampo seria tirá-lo da presidência dos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos que tramitam no STF. Ele disse ter ouvido de Do Val que Bolsonaro e Silveira tiveram "a ideia genial de colocar uma escuta no senador e, a partir dessa gravação, pudessem solicitar minha retirada da presidência dos inquéritos".
"Foi uma tentativa de uma 'operação Tabajara' que mostra exatamente o quão ridículo nós chegamos (sic) na tentativa de um golpe no Brasil".
Moraes confirmou ter solicitado um depoimento a Do Val, mas disse que senador se recusou a fazê-lo. "Disse que era uma questão de inteligência e não poderia confirmar", explicou. "Para mim, o que não é oficial, não existe."
Ele assegurou que a Polícia Federal continuará investigando o caso, assim como os atos golpistas ocorridos em Brasília. "As investigações da PF continuarão e vamos analisar a responsabilidade de todos aqueles que se envolveram na tentativa de golpe. Temos informações adiantadíssimas sobre os financiadores, desde o ano passado", afirmou.
Prisão de Silveira
Paralelamente às revelações de Do Val, Silveira foi preso nesta quinta-feira pela PF por desrespeitar ordens judiciais. Ele estava em Petrópolis, no Rio de Janeiro, e sua residência foi alvo de busca e apreensão, um dia após o fim do seu mandato parlamentar. Com ele, foram encontrados cerca de R$ 270 mil em dinheiro.
Segundo Moraes, o ex-deputado desrespeitou decisões judiciais ao não usar tornozeleira eletrônica e não pagar uma multa, bem como ao usar as redes sociais, atividade que lhe tinha sido proibida pela Justiça.
Silveira concorreu ao Senado pelo Rio de Janeiro no ano passado, mas perdeu para Romário. Ao ficar sem mandato, perdeu também a imunidade parlamentar na quarta-feira, quando os novos parlamentares tomaram posse no Congresso.
Moraes reestabeleceu a prisão de Silveira, que foi condenado pelo plenário a oito anos e nove meses de reclusão, em regime inicial fechado, por crimes de ameaça ao Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo. Apoiador de Bolsonaro, Silveira havia tido a condenação judicial perdoada pelo ex-presidente.
Moraes também cancelou todos os passaportes de Silveira e proibiu visitas na prisão, salvo de seus advogados. Ele apontou ainda que Silveira danificou o equipamento de monitoração eletrônica que estava sob sua responsabilidade, além de reiterar os ataques comumente proferidos contra o Supremo e o TSE, colocando em dúvida o sistema eletrônico de votação.
Repercussão
No plenário do Senado, o senador Humberto Costa (PT-PE) disse que as acusações são "de extrema gravidade".
"O Congresso Nacional deve acompanhar a par e passo. Suponho que o ministro Alexandre de Moraes e o STF devem instalar algum tipo de investigação específica sobre isso. Até porque, se for verdadeira essa informação pelo senador Marcos do Val, há indícios extremamente fortes da participação direta do ex-presidente da República em uma tentativa de golpe", afirmou.
Por outro lado, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho de Jair Bolsonaro, confirmou que houve a reunião, mas disse que a situação "não configura nenhuma espécie de crime".
"O senador Marcos do Val já havia me relatado o que tinha acontecido, que isso iriar ser trazido a público, contudo numa linha de que essa reunião, que aconteceu, seria uma tentativa de um parlamentar de demover as pessoas que estavam nesta reunião de fazer algo absolutamente inaceitável, absurdo e ilegal. O que peço aqui, obviamente, é que todos os esclarecimentos sejam feitos. Não digo abertura de inquérito porque a situação narrada não configura nenhuma espécie de crime", afirmou.
le,rc (Lusa, Agência Senado, ots)
O gabinete do novo governo Lula
Em seu terceiro mandato como presidente, petista conta com 37 ministérios, recorde de 11 ministras e novas pastas, como Igualdade Racial e Povos Indígenas.
Foto: picture alliance / ASSOCIATED PRESS
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços - Geraldo Alckmin (PSB)
Alckmin comanda o Ministério da Indústria e Comércio, repetindo a fórmula de Lula de ter seu vice-presidente na equipe ministerial. Fundador do PSDB, Alckmin é médico e atua na política brasileira há 50 anos – já foi vereador, prefeito, deputado estadual e federal, vice-governador e governador de São Paulo. Na chapa de Lula, foi um símbolo de moderação para tentar atrair a centro-direita.
Foto: Yuri Murakami/Zumapress/picture-alliance
Fazenda - Fernando Haddad (PT)
O Ministério da Fazenda, desmembrado do atual Ministério da Economia, foi assumido por Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo. Além da experiência como gestor público, Haddad é mestre em economia, doutor em filosofia e professor do Departamento de Ciência Política da USP. É um potencial nome do PT para disputar o Planalto em 2026.
Foto: Diogo Zacarias
Relações Exteriores - Mauro Vieira
Mauro Vieira já comandou o Itamaraty no governo Dilma Rousseff, até o impeachment da presidente, e agora retoma a chefia da pasta de Relações Exteriores. Diplomata de carreira, Vieira foi embaixador do Brasil na Croácia, na Argentina e nos Estados Unidos. Também foi o representante do Brasil na Organização das Nações Unidas de 2016 a 2020.
Foto: Luiz Rampelotto/ZUMA Wire/picture alliance
Defesa - José Múcio Monteiro
Foi ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais no governo Lula, de 2007 a 2009, quando foi nomeado ao Tribunal de Contas da União (TCU). Considerado um político conciliador, Múcio terá como desafio melhorar a relação entre o petista e os militares, que apoiaram em peso Bolsonaro. Sua escolha marca o retorno de um civil no comando da Defesa, o que não ocorria desde fevereiro de 2018.
Foto: Ton Molina/AP Photo/picture alliance
Justiça e Segurança Pública - Flávio Dino (PSB)
Ex-governador do Maranhão e senador eleito pelo estado, Flávio Dino comanda o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Dino foi um dos coordenadores do grupo técnico que discutiu esses temas no período da transição, e já exerceu os cargos de juiz federal, deputado federal e presidente da Embratur.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Igualdade Racial - Anielle Franco
Anielle Franco comanda o novo Ministério da Igualdade Racial. Jornalista, escritora, educadora e ativista dos direitos das mulheres e da população negra, é irmã de Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro morta em 2018. No currículo, ela também traz a gestão do Instituto Marielle Franco e da Escola Marielles.
Foto: Bruno Lupion/DW
Direitos Humanos e Cidadania - Silvio Almeida
Advogado, professor e escritor, Silvio Almeida é um dos maiores especialistas em questões raciais no país. Ele é presidente do Instituto Luiz Gama, associação civil sem fins lucrativos formada por acadêmicos e militantes de movimentos sociais, com ênfase em raça, minorias e direitos humanos. Também é autor de uma série de livros e publicações, e integrou a equipe de transição de Lula.
Foto: Silvio Almeida
Educação - Camilo Santana (PT)
Ex-deputado, ex-governador e senador eleito pelo Ceará, Camilo Santana é o novo ministro da Educação – seu estado é considerado um modelo de políticas públicas do setor. Ele já foi também superintendente adjunto do Ibama e secretário do Desenvolvimento Agrário e das Cidades do Ceará. Camilo participou da equipe de transição de Lula como um dos coordenadores de Desenvolvimento Regional.
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Portos e Aeroportos - Márcio França (PSB)
Bacharel em Direito, França começou na política em 1989, como vereador em São Vicente (SP). Foi prefeito da cidade por dois mandatos e eleito deputado federal em 2006 e 2010. Atuou como secretário estadual de Esporte, Lazer e Turismo e depois do Desenvolvimento. Foi vice-governador de 2015 a 2018 e comandou o governo paulista de 2018 a 2019, após a renúncia de Alckmin para concorrer à Presidência.
Foto: Marcos Corrêa/PR/Agência Brasil
Trabalho e Emprego - Luiz Marinho (PT)
Presidente do diretório estadual do PT em São Paulo, Luiz Marinho assume o Ministério do Trabalho, que já comandou de 2005 a 2007. Ele também já foi ministro da Previdência Social no segundo mandato de Lula, prefeito de São Bernardo do Campo, presidente da CUT e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no qual Lula se consagrou como líder sindical.
Primeira mulher a comandar o Ministério da Saúde, Nísia é doutora em Sociologia, mestre em Ciência Política e graduada em Ciências Sociais pela UERJ. Ela é presidente da Fiocruz desde 2017 e, antes disso, liderou projetos da instituição como a Casa de Oswaldo Cruz e o Museu da Vida e foi vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação. Ela atuou ainda na implementação da Rede SciELO Livros.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Gestão e Inovação em Serviços Públicos - Esther Dweck
Dweck já foi assessora econômica e secretária de Orçamento Federal nos governos Dilma Rousseff. Ela é professora do Instituto de Economia da UFRJ e doutora em Economia da Indústria e da Tecnologia pela mesma instituição, especialista em crescimento e desenvolvimento. O novo ministério comandado por ela é fruto do desmembramento do Ministério da Economia.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ciência, Tecnologia e Inovação - Luciana Santos (PCdoB)
Santos é engenheira e presidente nacional do PCdoB. Natural do Recife, ela foi deputada estadual e federal, prefeita de Olinda duas vezes e a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-governadora de Pernambuco. A nova ministra da Ciência e Tecnologia também foi secretária estadual da mesma área no governo pernambucano.
Foto: EVARISTO SA / AFP
Desenvolvimento Social, Assistência, Família e Combate à Fome - Wellington Dias (PT)
Ex-governador do Piauí por quatro mandatos e senador eleito pelo estado pela segunda vez, o petista Wellington Dias se destacou durante o período mais crítico da pandemia da covid-19, como representante do fórum dos governadores na CPI da Pandemia. Dias é bancário, escritor e foi um dos articuladores da campanha de Lula.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Cultura - Margareth Menezes
A cantora baiana Margareth Menezes foi escolhida para liderar o Ministério da Cultura, que havia sido extinto no governo Bolsonaro. Margareth tem mais de dez álbuns na sua discografia, diversos prêmios e indicações ao Grammy e mais de 20 turnês internacionais. A cantora também fundou a ONG Fábrica Cultural, de combate ao trabalho infantil, exploração sexual e outras violações de direitos humanos.
Foto: Antonio/Agência Brasil
Mulheres - Aparecida Gonçalves
Especialista em gênero, Aparecida, ou Cida, foi secretária nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres nos governos Lula e Dilma. Ela é consultora em políticas públicas para o combate à violência doméstica e assessora prefeituras e governos estaduais. Cida participou da fundação da Central dos Movimentos Populares, e integrou a equipe de transição de Lula.
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Advocacia-Geral da União - Jorge Messias
Jorge Messias é procurador da Fazenda Nacional, carreira que integra a Advocacia-Geral da União (AGU). O futuro advogado-geral da União, cargo com status de ministro, já atuou nas áreas jurídicas dos ministérios da Casa Civil, Educação, Ciência e Tecnologia, e foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência no governo Dilma.
Foto: Ton Molina/Fotoarena/IMAGO
Controladoria-Geral da União - Vinicius Marques de Carvalho
Professor da Faculdade de Direito da USP, Carvalho presidiu o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de 2012 a 2016. Antes, foi secretário de direito econômico do Ministério da Justiça no governo Dilma e chefe de gabinete do Secretário Especial de Direitos Humanos no governo Lula. Também foi Yale Greenberg World Fellow.
Foto: Ton Molina/Fotoarena/IMAGO
Relações Institucionais - Alexandre Padilha (PT)
O médico infectologista pela Unicamp e ex-deputado federal por São Paulo voltou ao cargo que já exerceu no primeiro governo Lula. Ministro da Saúde no governo Dilma de 2011 a 2014, implementou o Mais Médicos. Participou também da implantação dos programas Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e Programa de Aceleração do Crescimento.
Foto: Aloisio Mauricio/Fotoarena/IMAGO
Secretaria-Geral da Presidência - Márcio Macêdo (PT)
Márcio Costa Macêdo é biólogo com experiência em gestão e meio ambiente. Foi secretário municipal de Participação Popular de Aracaju, superintendente do Ibama em Sergipe e secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Sergipe. Macedo foi eleito deputado federal pelo estado em 2010, e também exerceu os cargos de presidente dos diretórios municipal de Aracaju e estadual de Sergipe do PT.
Foto: EVARISTO SA/AFP/Getty Images
Casa Civil - Rui Costa (PT)
Governador da Bahia de 2015 a 2022, Costa também já foi secretário de Estado da Casa Civil e secretário de Relações Institucionais da Bahia e vereador de Salvador. Graduado em Economia pela UFBA, o novo ministro é considerado um nome conciliador. Ele iniciou sua vida política no Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia e participou da fundação do PT no estado.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Meio Ambiente - Marina Silva (Rede)
Nascida em um seringal no Acre, Marina foi escolhida como ministra do Meio Ambiente, cargo que já exerceu de 2003 a 2008, período marcado por redução do desmatamento. Também já foi senadora e é deputada federal eleita por São Paulo. Marina deixou o PT em 2019 e disputou a eleição para presidente da República em 2010, 2014 e 2018. Depois de anos rompida com o PT, reaproximou-se de Lula neste ano.
Foto: CARLA CARNIEL/REUTERS
Planejamento e Orçamento - Simone Tebet (MDB)
Originária de uma família de produtores rurais no Mato Grosso do Sul, Tebet foi senadora pelo seu estado e terceira colocada na eleição para presidente deste ano. No segundo turno, integrou a frente ampla que apoiou Lula e fez campanha ao lado do petista. No Ministério do Planejamento e Orçamento, caberá a ela conduzir os debates sobre a reforma administrativa e as parcerias público-privadas.
Foto: Rodrigo Paiva/Getty Images
Pesca - André de Paula (PSD)
Deputado federal por Pernambuco por seis mandatos e próximo do presidente do PSD, Gilberto Kassab, André de Paula é advogado e começou sua carreira política do PDS, que apoiava o regime militar e depois virou o PFL. Já foi secretário de Produção Rural e Reforma Agrária e das Cidades de Pernambuco. Sua nomeação integra um acordo para que o PSD dê sustentação ao governo Lula no Congresso.
Foto: João C. Mazella/Fotoarena/IMAGO
Agricultura - Carlos Fávaro (PSD)
Senador pelo Mato Grosso, Fávaro foi coordenador da campanha de Lula no seu estado e um dos principais articuladores de Lula com o agronegócio. Produtor rural, ele foi presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil e da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso. Foi um dos coordenadores da equipe de transição de Lula.
Foto: Ton Molina/Fotoarena/IMAGO
Previdência - Carlos Lupi (PDT)
Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi já foi ministro do Trabalho e Emprego de 2007 a 2011, secretário de Transportes da prefeitura do Rio e deputado federal pelo Rio de Janeiro. Lupi assumiu o comando do seu partido em 2004, após a morte de Leonel Brizola. A recriação do Ministério da Previdência Social é resultado do desmembramento do Ministério da Economia.
Foto: Roberto Casimiro/Fotoarena/IMAGO
Transportes - Renan Filho (MDB)
Economista, Renan Calheiros Filho foi governador do Alagoas e é senador eleito pelo seu estado. Filho do senador Renan Calheiros, Renan Filho já foi prefeito de Murici e deputado federal pelo seu estado. Sua nomeação para o Ministério dos Transportes se insere em uma articulação para o MDB dar sustentação ao governo Lula no Congresso.
Foto: ANDRESSA ANHOLETE/AFP
Povos Indígenas - Sônia Guajajara (PSOL)
Deputada federal eleita pelo PSOL de São Paulo e coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Guajarara é reconhecida internacionalmente por seu trabalho de ativismo em defesa dos direitos dos povos indígenas e do meio ambiente. Ela comanda o novo Ministério dos Povos Indígenas e terá o desafio de recuperar as políticas do setor, enfraquecidas durante o governo Bolsonaro.
Foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP via Getty Images
Esportes - Ana Moser
Ex-jogadora de vôlei e medalhista olímpica em 1996, Ana Moser fundou em 2001 uma entidade que utiliza o esporte como meio para fortalecer a formação de crianças e adolescentes de periferias, e participa do debate sobre políticas públicas de esporte e sua interação com aspectos sociais. Ela apoiou a campanha de Lula e integrou a sua equipe de transição.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Turismo - Daniela do Waguinho (União)
A deputada federal Daniela do Waguinho é pedagoga, ex-professora de ensino fundamental e trabalhou nas secretarias de assistência social do Rio e de Belford Roxo. Ela é esposa do prefeito de Belford Roxo, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, muito popular na Baixada Fluminense e que apoiou a campanha de Lula.
Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados
Minas e Energia - Alexandre Silveira (PSD)
O senador Alexandre Silveira, de Minas Gerais, é advogado. No primeiro governo Lula, foi coordenador-geral de Infraestrutura Terrestre do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por indicação do então vice-presidente José Alencar. Elegeu-se deputado federal duas vezes, e em 2014 foi eleito suplente do senador Antonio Anastasia, que deixou o cargo para virar ministro do TCU.
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Integração e Desenvolvimento Regional - Waldez Góes (PDT)
O governador do Amapá, Waldez Góes, será o ministro da Integração Nacional e Desenvolvimento Regional. Atualmente no PDT, mas a caminho do União Brasil, Góes terá sob o seu comando a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), um destino preferencial de emendas parlamentares e órgão cobiçado pelo Centrão.
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Desenvolvimento Agrário - Paulo Teixeira (PT)
Deputado federal por São Paulo, reeleito para o quinto mandato consecutivo, Paulo Teixeira é advogado, foi líder do PT na Câmara e integrou a coordenação da campanha de Lula. Ele também foi secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano de São Paulo, de 2001 a 2004, na gestão de Marta Suplicy.
Foto: Elaine Menke/Camara do Deputados
Secretaria Especial de Comunicação Social - Paulo Pimenta (PT)
Deputado federal pelo Rio Grande do Sul eleito para o quarto mandato, Paulo Pimenta é o atual presidente do diretório do PT gaúcho. Formado em jornalismo, presidiu a Comissão Mista do Orçamento no governo Dilma Rousseff e a CPI do Tráfico de Armas. No novo governo Lula, a Secom do Palácio do Planalto terá status de ministério.
Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados
Comunicações - Juscelino Filho (União)
Deputado federal pelo Maranhão, Juscelino Filho é médico e vice-líder do União Brasil na Câmara. Ele é aliado do ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União-AP) e sua indicação integra acordo para que a legenda apoie o governo Lula no Congresso. Atual presidente do Conselho de Ética da Câmara, foi relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2021 e grande beneficiário das emendas de relator.
Foto: Pablo Valadares/Camara dos Deputados
Gabinete de Segurança Institucional - Marcos Antonio Amaro dos Santos
O general da reserva Marcos Antonio Amaro dos Santos tomou posse como ministro do GSI em maio de 2023. Antes disso, ele já havia comandado a pasta em 2015, no governo Dilma Rousseff. Amaro substituiu o general da reserva Gonçalves Dias, exonerado do cargo após divulgação de imagens do circuito interno do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro, em que aparecia circulando entre os invasores.
Foto: Eliane Neves/Fotoarena/IMAGO
Cidades - Jader Filho (MDB)
Jader Filho é de um tradicional clã político do MDB do Pará, filho do senador Jader Barbalho e irmão do governador reeleito Helder Barbalho. É empresário de um conglomerado de comunicações de sua família e presidente do diretório do MDB no estado. A nomeação faz parte de acordo para seu partido apoiar Lula no Congresso.