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CatástrofeGlobal

O que se sabe sobre o terremoto na Rússia que gerou tsunami

Publicado 30 de julho de 2025Última atualização 30 de julho de 2025

Tremor recorde de terra de magnitude 8,8 no extremo leste da Rússia gera alertas de tsunami no Oceano Pacífico e ordens de evacuação no Japão, Havaí e países da América Latina.

Vista aérea de Sewero-Kurilsk após água invadir porto da cidade
Tsunami atingiu extremo leste da Rússia após terremoto de magnitude 8,8Foto: Geophysikalischer Dienst der Russischen Akademie der Wissenschaften/dpa/picture alliance

Um terremoto de magnitude 8,8 atingiu o extremo leste da Rússia na madrugada desta quarta-feira (30/07), noite de terça-feira no Brasil), provocando tsunamis e gerando ordens de evacuação no estado americano do Havaí, no Japão e em países latino-americanos que têm costa no Pacífico.

O terremoto, o maior já registrado desde o tremor de magnitude 9,0 que atingiu o Japão em 2011, danificou edifícios na remota península russa de Kamchatka. As ondas inundaram parcialmente um porto, arrastaram embarcações e colapsaram a fachada de um jardim de infância, informou o governo do país. Várias pessoas ficaram feridas e procuraram atendimento médico, mas nenhum caso grave ou morte foi relatado.

Em Severo-Kurilsk, nas ilhas Curilas, ao sul de Kamchatka, ondas de tsunami chegaram a até cinco metros, informou a agência de notícias russa RIA. O prefeito da cidade, Alexander Ovsyannikov, disse que ao menos quatro ondas atingiram o município.

Segundo o Serviço Geológico dos EUA, o tremor foi raso, com profundidade de 19,3 quilômetros, e teve epicentro a 119 quilômetros a sudeste de Petropavlovsk-Kamchatsky, uma cidade russa de 165 mil habitantes.

"Parecia que as paredes poderiam desabar a qualquer momento. O tremor durou continuamente por pelo menos 3 minutos", disse Taroslav, um morador de Petropavlovsk-Kamchatsky, à agência de notícias Reuters.

Alertas de tsunami se espalharam pelo PacíficoFoto: NOAA/AFP

Intensidade menor do que a esperada

Kamchatka e o Extremo Oriente da Rússia ficam no Círculo de Fogo do Pacífico, uma região geologicamente ativa e propensa a terremotos e erupções vulcânicas.

A Academia Russa de Ciências afirmou que este foi o terremoto mais poderoso a atingir a região desde 1952.

"No entanto, devido a certas características do epicentro, a intensidade do tremor não foi tão alta quanto se poderia esperar de uma magnitude dessas", disse Danila Chebrov, diretor do Serviço Geofísico da Filial de Kamchatka, no Telegram.

"Não são esperados tremores mais fortes num futuro próximo. A situação está sob controle", completou o pesquisador.

Japão registra ondas e evacua Fukushima

Alarmes de tsunami também soaram em cidades costeiras ao longo da costa japonesa. 

Quase dois milhões de pessoas foram orientadas a se deslocar para áreas mais altas, antes de alguns alertas serem cancelados ou rebaixados, embora cientistas tenham advertido sobre o perigo de poderosos tremores secundários.

Um dos locais que precisaram ser desocupados foi a usina nuclear de Fukushima, palco do desastre nuclear após o tsunami que atingiu o país em 2011.

No Japão, autoridades monitoram risco de tsunamiFoto: Kai Naito/Kyodo News/AP Photo/dpa/picture alliance

Imagens da emissora pública japonesa NHK mostraram dezenas de pessoas na ilha de Hokkaido abrigadas no telhado de um prédio enquanto aguardavam um possível tsunami. Barcos de pesca deixaram os portos para evitar danos.

Uma mulher morreu ao dirigir seu carro em direção a um penhasco enquanto tentava escapar, informou a imprensa local.

Três ondas foram registradas no país, sendo a maior de 1,3 metro, disseram as autoridades. O secretário-chefe de gabinete do Japão, Yoshimasa Hayashi, afirmou que até agora não havia relatos de feridos ou danos, nem irregularidades em usinas nucleares.

Horas depois, o país diminui seu nível de risco de tsunami ao longo da costa, mas pediu à população permanecer em áreas seguras.

Na Indonésia, várias províncias também declararam alertas. As autoridades em Sulawesi do Norte evacuaram moradores das áreas costeiras como medida preventiva, disse Adolf Tamengkel, chefe da agência provincial de mitigação de desastres. Ondas de até 4 metros ainda podem atingir a Polinésia Francesa. 

Tsunami chega no Havaí; alerta de risco é rebaixado

Nos Estados Unidos, moradores do estado insular do Havaí chegaram a ser orientados a buscar terrenos mais altos e a Guarda Costeira ordenou que navios deixassem os portos.

As primeiras ondas começaram a atingir o arquipélago na manhã desta quarta-feira, com amplitude de quase 1,5 metro em relação ao nível normal do mar, segundo o medidor Haleiwa.

O Centro Nacional de Alerta de Tsunamis dos EUA emitiu inicialmente um
alerta total para as ilhas do Pacífico, que foi posteriormente rebaixado para um nível de aviso. 

Sem registros de danos maiores, os moradores foram autorizados a retornar às suas casas e os voos foram retomados. "Não se espera que um grande tsunami atinja o estado do Havaí", disse o Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico após rebaixar o nível de risco. 

Os estados americanos do Alasca e da Califórnia também se prepararam para uma atividade elevada das ondas.

"O tsunami atingiu a costa da Califórnia e está aparecendo no medidor de marés de Arena Cove, Califórnia, e está descendo pela costa neste momento", postou a conta do Serviço Nacional de Meteorologia de Los Angeles no X. Ondas de até um metro foram registradas no local.

No Havaí, população foi orientada a deixar a costaFoto: Eugene Tanner/AFP

Em um evento climático simultâneo, quase 283 mil pessoas precisaram ser evacuadas em Xangai, na China, à medida que um tufão, o Co-May, se aproximava da cidade nesta quarta-feira, informou a mídia estatal.

O Observatório Meteorológico Central de Xangai elevou o alerta de tempestade de chuvas de amarelo para laranja, o segundo nível mais alto de alerta.

Tsunami pode chegar na América Latina

Países latino-americanos também emitiram alertas sobre possíveis ondas de tsunami subsequentes às que atingiram a Rússia.

No Peru, as autoridades ordenaram o fechamento de 65 dos 121 portos na costa do Pacífico. A Marinha recomendou a suspensão das atividades portuárias e pesqueiras e pediu à população que se mantivesse afastada do oceano.

O centro nacional de emergências peruano informou que as primeiras ondas chegariam ao porto de La Cruz. "Espera-se que a altura das ondas na costa peruana fique entre 1 e 2,31 metros após o alerta de tsunami", informou o órgão.

No México, o centro de alerta de tsunami da Marinha recomendou que o público se mantenha afastado das praias ao longo da costa do Pacífico, onde eram esperadas ondas de até um metro de altura. O tráfego marítimo foi suspenso.

Um alerta semelhante foi emitido pelas autoridades na Guatemala. No entanto, o risco de tsunami foi avaliado como baixo, publicou o instituto sismológico do país no X.

No Equador, as autoridades afirmaram que ondas poderiam atingir as Ilhas Galápagos. O arquipélago, conhecido por sua fauna e flora únicas e por ser Patrimônio Mundial da Unesco, está localizado a cerca de mil quilômetros da costa do país.

O governo pediu para a população evitar praias e portos, e embarcações também foram proibidas de partir. 

Alertas de tsunami ainda se espalharam para áreas costeiras do Chile. A agência chilena de gerenciamento de desastres calcula a possibilidade de ondas atingirem até 3 metros de altura. Evacuações foram organizadas em várias áreas costeiras, segundo veículos locais. Até o momento, não há relatos de danos no país.

A Colômbia também emitiu uma ordem de evacuação para as praias e áreas costeiras do Pacífico. 

gq/rc (AFP, AP, Reuters, DPA)

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