O raro "desfile" de planetas que poderá ser visto em 2025
12 de janeiro de 2025
Sete planetas ficarão visíveis ao mesmo tempo em fevereiro. Conjunção só volta a acontecer em 2492.
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O ano de 2025 promete ser inesquecível para os amantes da astronomia, que se preparam para observar vários alinhamentos planetários únicos. O maior deles acontecerá em 28 de fevereiro, quando sete planetas do Sistema Solar estarão visíveis ao mesmo tempo.
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O que são alinhamentos planetários?
O "alinhamento planetário" não é estritamente um fenômeno astronômico, mas sim um efeito visual. Isso porque os planetas não estão realmente distribuídos em linha reta e só são percebidos desta forma quando vistos da Terra.
A explicação para esse efeito está no fato de que os planetas orbitam em torno do Sol, mantendo-se na trajetória marcada pela força gravitacional da estrela. Essa linha imaginária é conhecida como "eclíptica" e explica por que os planetas parecem se aproximar, quando na verdade estão distantes.
"É por isso que às vezes observamos que os planetas parecem se aproximar uns dos outros no céu, pois os vemos ao longo de uma linha enquanto circulam pela pista de corrida cósmica", explica a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (Nasa) dos EUA.
"Alguns dos planetas têm órbitas ligeiramente inclinadas acima ou abaixo dessa linha, mas todas são mais ou menos niveladas, como as ranhuras de um disco, graças à maneira como estrelas como o nosso Sol são formadas", acrescenta o portal LiveScience.
Estas conjunções planetárias são mais comuns quando até seis planetas estão envolvidos, como acontecerá em janeiro e em agosto deste ano. Os planetas sempre aparecem ao longo de uma linha no céu, portanto o "alinhamento" não é especial.
O que é incomum é quando ocorre uma percepção de alinhamento com sete planetas vistos ao mesmo tempo. É isso que acontecerá em 28 de fevereiro de 2025, um fenômeno que não volta a se repetir até o ano de 2492.
"É menos comum ver quatro ou cinco planetas brilhantes ao mesmo tempo, o que não acontece todo ano. É um 'desfile de planetas'? Não é um termo técnico em astronomia, então chame como quiser", observa a NASA em seu site.
Por que a duração de um ano é diferente em cada planeta?
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Os alinhamentos para 2025
Em janeiro deste ano, ocorrerá o primeiro dos três alinhamentos planejados para 2025. Na noite de 21 de janeiro, será possível ver quatro planetas ao mesmo tempo no céu, seguindo uma linha imaginária. Vênus e Saturno estarão visualmente muito próximos, e serão vistos no sudoeste do céu nas primeiras horas da noite, com Júpiter no alto do céu e Marte no leste.
Marte é o único planeta que de fato vai ficar em posição oposta ao Sol em relação à Terra, formando uma linha reta, um fenômeno que acontece a cada dois anos.
Já Urano e Netuno também estarão alinhados, mas será necessário um telescópio para identificá-los.
Em 28 de fevereiro, um sétimo planeta, Mercúrio, aparecerá ao mesmo tempo no céu. Enquanto isso, em 11 de agosto, será possível observar até seis planetas: Mercúrio, Vênus, Júpiter, Urano, Netuno e Saturno. Nos dois casos, será necessário o uso de um telescópio para identificar todos os corpos celestes.
As mais curiosas imagens do espaço em 2024
A China explorou pela primeira vez o lado oculto da Lua. Também impressionantes são as fotos de uma "galáxia sem estrelas", de um eclipse anular e de erupções solares.
Foto: HanxQiyang/Xinhua/IMAGO
Viagem chinesa ao lado oculto da Lua
Pode não parecer a imagem mais espetacular da lua, mas não se deixe enganar: este é o momento em que a espaçonave Chang'e 6, da China, foi lançada do outro lado da lua, em junho de 2024, para trazer de volta à Terra as primeiras amostras de rocha e poeira daquela região lunar pouco explorada.
Foto: Jin Liwang/IMAGO
Tortuosa missão japonesa
A ida do Japão à Lua em janeiro também foi um sucesso, apesar de seu Módulo de Aterrissagem Inteligente para Investigar a Lua (Slim, na sigla em inglês) ter aterrissado de forma errada. Um problema de motor durante o pouso fez com que os painéis solares ficassem no ângulo errado. Por isso, eles inicialmente não forneceram energia. Mas após nove dias, a energia voltou e o módulo iniciou sua missão.
Foto: Uncredited/JAXA/Takara Tomy/Sony Group Corporation/Doshisha University/AP/dpa/picture alliance
Um buraco negro que morde
Uma equipe de pesquisa europeia descobriu esse sistema composto por um buraco negro e sua estrela binária VFTS 243 – essa é uma imagem pós-processada. A descoberta fornece novas perspectivas sobre como os buracos negros se formam a partir da massa estelar. A VFTS 243 está localizada na Grande Nuvem de Magalhães, a cerca de 200 mil anos-luz da Terra.
Foto: Cover-Images/IMAGO
Quatro erupções simultâneas
Em abril de 2024, quatro erupções solares irromperam quase simultaneamente em diferentes locais da superfície do Sol. De acordo com a Nasa, que registrou o evento, isso quase resultou em uma tempestade solar em direção à Terra. Era a indicação de que a atividade solar atingia seu pico em um ciclo de 11 anos em 2024.
Foto: NASA/SDO/AIA/EVE/HMI science teams
Parece uma galáxia sem estrelas
Pesquisadores descobriram uma formação semelhante a uma galáxia que parece não ter quase nenhuma estrela. Os pesquisadores do US Green Bank Observatory encontraram a massa de poeira e gás por mero acaso. Ela consiste, em grande parte, de hidrogênio e matéria escura. Ela é invisível ao olho humano e só foi descoberta por sinais de rádio que a equipe captou por acaso.
Foto: STScI/NSF/GBO/P. Vosteen
Estrela em seus últimos momentos
Este é o primeiro registro próximo da estrela WOH G64, fora de nossa galáxia, em seu último estágio de vida. A WOH G64 está localizada na Grande Nuvem de Magalhães. A imagem, registrada pelo Observatório Europeu do Sul, mostra a estrela enquanto ela ejeta gás e poeira. "Esse é o último estágio antes de sua supernova", anunciou o observatório em novembro de 2024.
Foto: K. Ohnaka et al./ESO/REUTERS
Um raro eclipse anular
Outra raridade: o eclipse anular em outubro de 2024. Esses eclipses solares ocorrem quando a lua não cobre completamente o sol quando vista da Terra. A ocorrência desse "anel de fogo ao redor do sol" depende da distância da lua em relação à Terra e de onde o espetáculo é visto. Esta foto foi tirada na Ilha de Páscoa, no Chile.