"O terrorismo jamais vai nos derrotar", diz Merkel
18 de agosto de 2017
Após ataques na Catalunha, chanceler alemã afirma que assassinos não vão afastar europeus de seu caminho e sua maneira de viver. "É na liberdade e no respeito ao indivíduo que reside nossa força."
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A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel (CDU), expressou pesar nesta sexta-feira (18/08) pelas vítimas dos ataques terroristas nas cidades espanholas de Barcelona e Cambrils. "O terrorismo pode nos infligir horas de profunda tristeza, mas nos derrotar, jamais", afirmou em Berlim.
Ao justificar a decisão de dar continuidade à campanha eleitoral nesta sexta-feira apesar da notícia dos atentados, a chanceler alemã disse: "Eleições também são uma celebração da democracia e assim uma celebração da nossa liberdade. Os terroristas jamais entenderão isso. Mas nós sabemos: é exatamente nesta democracia, na liberdade e no respeito ao indivíduo que reside nossa força."
Durante o pronunciamento, a chanceler também condenou os ataques na Catalunha e demonstrou solidariedade para com os familiares das vítimas. "Estes ataques assassinos nos fizeram mais uma vez constatar o completo desprezo do terrorismo islâmico pelas pessoas", disse Merkel. "Nestas horas, também percebemos o quão próximos estamos - espanhóis, alemães, pessoas livres do mundo todo".
"Antes de tudo, estamos unidos no luto profundo pelas pessoas que, em um belo dia de verão, talvez no meio de suas férias, perderam suas vidas de uma forma tão brutal", continuou. "Também estamos igualmente unidos em bons pensamentos por todos os feridos e nas orações das diversas religiões."
Em um telefonema ao primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, Merkel também prestou condolências em nome do povo alemão. "Nestas horas difíceis, nós, alemães, nos sentimos intimamente ligados ao povo espanhol. Muitos conhecem o seu país e apreciam sua hospitalidade e alegria de viver, que sentem durante as férias ou como cidadãos em Barcelona e no litoral da Espanha."
Merkel disse ainda que Espanha e Alemanha estão unidas em uma determinação: "Não vamos permitir que esses assassinos nos afastem do nosso caminho, de nossa maneira de viver". A chanceler salientou que justamente a cidade de Barcelona representa muito do que compõe esse estilo de vida: "Beleza, tolerância, alegria da viver, convivência pacífica entre pessoas de todos os países e culturas."
Nesta sexta-feira, o Ministério das Relações Exteriores alemão informou que há pelo menos 13 cidadãos alemães entre os feridos. Entre os 14 mortos e mais de cem feridos no duplo atentado, há pessoas de mais de 30 nacionalidades.
IP/epd/dpa/ots
Terrorismo na Catalunha
Extremistas islâmicos atropelaram pedestres em Barcelona e Cambrils, deixando um total de 14 mortos, no que o primeiro-ministro espanhol chamou de "ameaça global".
Foto: Reuters/Reuters TV
Ataque terrorista
Testemunhas contaram que a van ziguezagueou por Las Ramblas, uma das avenidas turísticas mais movimentadas da cidade espanhola, atropelando pedestres e deixando rastro de corpos pelo chão. A polícia confirmou se tratar de um ataque terrorista. Horas depois, um segundo ataque ao sul de Barcelona na cidade balneária de Cambrils deixou seis civis e um policial ferido.
Foto: Getty Images/AFP/J. Lago
Começa a caçada
O motorista do veículo conseguiu escapar, dando início a uma grande caçada. A polícia prendeu três homens suspeitos de envolvimento no ataque, mas conclui que o motorista da van fugira a pé. O grupo extremista "Estado islâmico" afirmou que seus "soldados" foram responsáveis pelo ataque de Barcelona.
Foto: REUTERS/Stringer
Detenções
Até o momento, três já foram presos por suspeita de envolvimento no ataque. Dos dois primeiros, cuja ligação com grupos terroristas era desconhecida da polícia até então, um foi identificado como de origem marroquina e o outro como sendo do enclave espanhol de Melilla, no norte da África. Nesta sexta-feira (18/08), a polícia catalã anunciou a detenção de um terceiro suspeito, em Ripoll.
Foto: Getty Images/AFP/J. Lago
"Estado Islâmico"
O grupo extremista "Estado islâmico" (EI) reivindicou responsabilidade pelo ataque. "Os autores do ataque de Barcelona são soldados do 'Estado Islâmico' e realizaram a operação em resposta às ordens de atacar os estados da coalizão", disse a agência de notícias do grupo.
Foto: Getty Images/D. Ramos
Cordão policial
Policiais e equipes de emergência criaram um perímetro de segurança perto do local e evacuam a área de Las Ramblas imediatamente após o ataque. Parte da avenida foi reaberta à noite.
Foto: Imago/Agencia EFE/A. Dalmau
Vítimas
O governo catalão confirmou pelo menos 13 mortos e mais de 100 feridos. Há vítimas de pelo menos 18 países, dizem as autoridades.
Foto: Getty Images/AFP/J. Lago
Três dias de luto
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, anunciou três dias de luto oficial diante do que qualificou como um "ataque jihadista": "Hoje a luta contra o terrorismo é a principal prioridade para as sociedades livres e abertas como a nossa. É uma ameaça global e a resposta deve ser global", disse a jornalistas em uma coletiva de imprensa Barcelona.
Foto: Imago/robertharding/P. Higgins
Explosão suspeita
Autoridades espanholas também investigam as causas de uma explosão na quarta-feira (16/08). O episódio aconteceu na cidade de Alcanar, a cerca de 200 quilômetros (124 milhas) a sudoeste de Barcelona, e deixou um morto. A princípio, caso foi tratado como um acidente, mas agora a polícia suspeita que o local estava sendo usado para a preparação de um explosivo a ser usado em Barcelona.
Foto: picture-alliance/dpa/Europa Press/Bombers De La Generalitat
Segundo atentado ao sul de Barcelona
Pelo menos seis civis e um policial ficam feridos em novo atentado na cidade costeira de Cambrils, ao sul de Barcelona, na sexta-feira (18/08), afirmou o governo regional. Uma das pessoas gravemente feridas morreu um dia após o ataque. Uma troca de tiros deixou cinco mortos, todos envolvidos no ataque. Pela manhã, autoridades catalãs confirmaram que ataques em Cambrils e Barcelona estavam ligados.